Cena de terror logo pela manhã!
Dirijo-me à sala para limpar a caixa de areia das gatas. Quando me volto, vejo uma aranha no braço do sofá, em frente a mim.
Era castanha, quase bege, gorda e com aspecto duvidoso.
Fiquei ali parada, tal como ela, a olharmos uma para a outra, olhos nos olhos (a bem da verdade, nem sequer lhe vi os olhos, mas vamos fingir que sim, para deixar aquela tensão no ar)!
Enchendo-me de coragem, pego na pantufa que tinha no pé, e avanço para ela, para lhe dar uma tareia tão grande que já não se possa levantar. Ao lhe dar com a pantufa, o raio da bicha salta, e deixo de a ver. Não está na sola da pantufa. Será que tinha asas? Ou abriu o páraquedas sem eu dar por isso.
Mas não. Afinal, tinha caído no chão, toda enrolada. Fui num instante à cozinha buscar a pá e a vassoura, para a tirar dali. A Becas ficou a tomar conta da intrusa, que ainda esperneava quando voltei. Levou uma pisadela, e atirei-a para o meio da rua.
Cenas de terror logo pela manhã não são para o meu coração. Acho que tremi mais com a visão da aranha, que no outro dia, com o sismo!