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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

80 anos de vida, 6 meses sem ti...

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Janeiro de 2022 é um mês com sabor agridoce.

Neste último dia do mês, 31 de Janeiro, seria dia de celebrarmos os teus 80 anos, se ainda estivesses neste mundo.

Não estás.

Assim, em vez disso, é o dia em que faz, precisamente, 6 meses, que partiste.

 

Seis meses se passaram num ápice.

Parece que ainda há tão pouco tempo estavas cá.

Ao mesmo tempo, parece que há tanto tempo te foste.

Como nunca tinha pensado muito na tua morte, nem no que aconteceria depois dela, não fazia ideia de como seriam estes meses sem ti.

Li, no outro dia, esta frase "Não te sei dizer se algum dia a dor e o vazio passam. O que te posso garantir é que há uma força que nos empurra para a frente.", e faz sentido.

Acredito que parte dessa força que me empurra seja o foco em quem cá ficou, e que precisa agora de apoio.

Parte dessa força, é a própria vida a continuar, e eu ter que a acompanhar, a um ritmo que não deixa grande espaço para pensamentos mais negativos.

Outra parte, o facto de nada ter ficado por dizer, ou fazer. 

 

Sinceramente, pensei que fosse pior.

Passaram-se os anos do pai. 

Passaram-se os aniversários dos teus filhos, de uma das tuas netas, e do teu genro.

Passou-se o Natal, e chegou um Ano Novo.

Seriam, certamente, ocasiões para me custar mais a tua ausência.

Mas, ao contrário de outras pessoas, não é nesses momentos que mais sinto a tua falta.

 

É, antes, em situações ou momentos mais banais, mais simples, mais rotineiros.

Como aquele em que já não te posso dizer que este é o primeiro ano em que a tua neta vai votar, porque fez 18 anos.

Como aquele em que já não vou à papelaria, todas as quintas-feiras, comprar a "nossa revista".

Ou aquele em que já não podes ver que o pai comeu aquele bacalhau espiritual com camarão (e adorou), que também tu já tinhas provado uma vez.

E tantos outros.

 

Hoje, estaríamos a cantar-te os parabéns, nesta data tão especial!

Hoje, cantar-te-emos os parabéns, porque continuaremos a celebrar-te, e brindaremos a ti.

Porque, qualquer que seja a forma, ainda continuas connosco: no pensamento, no coração, e na vida!

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