Eclâmpsia
Até há umas semanas atrás não fazia a mínima ideia de que esta doença existia. Até que uma conhecida minha foi parar ao hospital, dando à luz uma bebé (que infelizmente, devido ao parto prematuro acabou por falecer), e ficando durante algum tempo nos cuidados intensivos, precisamente com este diagnóstico.
Trata-se de uma doença hipertensiva, induzida pela gravidez, de causa desconhecida, que ocorre normalmente depois da pré-eclâmpsia.
Na pré-eclâmpsia, há um aumento da tensão arterial, usualmente a partir das 20 semanas de gestação, e presença de pelo menos 300mg de proteínas na urina. Estes sintomas podem ser acompanhados por piora rápida e/ou súbita dos edemas (inchaços) normais da gravidez, que podem estender-se às mãos e face, sensação de falta de ar, distúrbios da visão, dores de cabeça, tonturas ou sonolência, náuseas e vómitos, e/ou dor forte na região abdominal.
A síndrome HELLP (hemolisys elevated liver enzymes low platelets), é uma forma grave de pré-eclâmpsia, caracterizada por destruição dos glóbulos vermelhos, enzimas do fígado elevadas e plaquetas baixas.
A eclâmpsia, semelhante mas de maior gravidade, caracteriza-se, além dos sintomas acima referidos, por crises convulsivas, dores musculares e/ ou inconsciência.
O diagnóstico é feito através de análises sanguíneas e à urina, e avaliação da tensão arterial, sendo o único tratamento curativo, o parto. Enquanto este não ocorrer, há que controlar a tensão com recurso a medicação, repouso e dieta sem sal podendo, em casos mais graves, ser necessário o internamento.
A eclâmpsia pode provocar descolamento prematuro da placenta ou má irrigação da mesma, parto prematuro, recém-nascido com baixo peso ou sofrimento fetal.
A sua presença indica que, após a estabilização do quadro, se deve induzir o parto uma vez que, não o fazendo, poderão surgir complicações graves com risco de morte. Nos casos de idade gestacional baixa (menor que 32 semanas) pode-se recorrer à cesariana.
Embora de causa desconhecida, como acima referi, existem, no entanto, alguns factores de risco:
- primeira gravidez
- história anterior de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia
- gravidez gemelar
- hipertensão
- diabetes
- problemas renais
- lupus
- obesidade materna
- gravidez na adolescência ou com mais de 35/40 anos
- gestantes com doenças auto-imunes
A melhor forma de prevenção é o acompanhamento contínuo desde o início da gravidez, permitindo o diagnóstico e tratamento precoces de problemas como a pré-eclâmpsia, evitando que esta se desenvolva para eclâmpsia.