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Há momentos em que é preciso respirar fundo...
Contar até 100...
Uma bela noite de sono...
Um chá de tília...
E há outros em que nada disso funciona!
Hoje sinto-me uma panela de pressão, cuja tampa pode a qualquer momento saltar!
Tenho todo o direito de me aborrecer, de estar rabujenta, de estar triste e de explodir, é verdade.
Mas depois, tenho também o dever de arrumar a irritação e a neura no baú, dar lugar a pensamentos positivos e viver mais um dia com boas energias!
Afinal depois de a água ferver e sair toda para fora, só nos resta voltar a encher a panela, que é como quem diz - depois de o mal estar feito não adianta remoer e repisar o assunto.
É preferível empenharmo-nos em voltar a pôr tudo em ordem.
Ainda assim, apesar das várias ameaças dos últimos dias, estou decidida a tentar manter a minha tampa equilibrada em cima da panela!
E encarar com optimismo este dia de temporal (que não começou da melhor maneira), em que a chuva e o vento marcam presença. Atirar-me ao trabalho e pensar que mais logo à noite, vou tomar aquele banhinho que sabe tão bem, e deitar-me bem aconchegada na minha caminha, com a sensação de missão cumprida e meta do dia atingida!
...É aquele que é dado com amor e carinho!
Aproximamo-nos da época natalícia, e inevitavelmente, daquela altura do ano em que a maioria das pessoas começa a fazer contas ao orçamento, e uma lista infindável de prendas a oferecer a familiares, amigos e conhecidos.
Triplicam os anúncios apelativos ao consumo de determinados produtos típicos, e surgem as já tradicionais mega campanhas com descontos em hipermercados e lojas.
Quando se fala em Natal, é como se, automaticamente, se acionasse o botão - prendas!
E, embora de há uns anos para cá, tenha havido uma sensibilização crescente para trocarmos as prendas compradas numa qualquer loja, por outras feitas por nós próprios, na prática isso não acontece.
Eu, por exemplo, sempre gostei de oferecer às pessoas que fazem parte da minha vida, presentes que as fizessem felizes e que lhes fossem de alguma forma úteis. E dentro das minhas possibilidades, se pudesse satisfazer todos os desejos, era uma alegria!
Com a minha filha, além de lhe comprar roupa que ela bem precisa todos os anos (e que ela põe imediatamente para o lado na esperança de o próximo presente ser mais interessante), ainda tento comprar-lhe algumas daquelas coisas que ela pede ao Pai Natal!
Que por sinal, ao fim de meia dúzia de dias estão para lá amontoadas no caixote dos brinquedos.
No meu tempo, não era assim. Os meus pais não eram ricos, nem tinham muito dinheiro para prendas de Natal. Davam-me aquilo que podiam.
E, tirando uma boneca Barbie - o meu sonho de criança que nunca se tornou real, era feliz!
Porquê, porque tinha presentes únicos, alguns que ainda hoje guardo com muito amor.
Foi do meu pai que recebi uma casinha de bonecas feita em madeira, com as sobras da fábrica onde ele trabalhava. Foi do meu pai que recebi um pequeno baú, também em madeira, onde guardava os autocolantes dos bolicaos, as cartas da minha professora da primária, e mais umas coisitas. E lembro-me que, numa fase muito complicada das suas vidas, o meu pai me ofereceu de presente um pedacito de madeira trabalhado para pôr na minha mesa de cabeceira com a inscrição "Parabéns Marta"!
Ainda hoje lhes agradeço por todos esses presentes que, para a maioria das pessoas não têm valor, para para mim são um pequeno tesouro - foram dados com todo o amor que tinham. E não é esse o mais valioso de todos os presentes?
Quando, há uns anos atrás, passou na televisão a telenovela brasileira “Barriga de Aluguer”, gerando na altura uma grande polémica, estávamos longe de imaginar que essa prática saltaria da ficção para a realidade…E que se transformaria numa opção cada vez mais válida, para todos aqueles que desejam ter filhos.
No mundo dos famosos, são vários os exemplos de actores, cantores ou jogadores de futebol, entre outros, que recorreram a este método. Desde Michael Jackson, Elton John, Ricky Martin, Sara Jessica Parker, até ao português Cristiano Ronaldo, muitos foram os que se valeram dos serviços de mulheres que decidiram alugar a sua barriga.
O motivo principal é, na maioria dos casos, a infertilidade. Mas casais homossexuais, bem como mulheres e homens solteiros, que desejam experimentar a maternidade sem a obrigatoriedade de uma relação amorosa, também se incluem na lista. Por outro lado, quero acreditar que, apesar de algumas pessoas serem bastante excêntricas e terem as suas manias, ainda não há ninguém a escolher uma barriga de aluguer por motivos estéticos!
Em Portugal, ser barriga de aluguer a título oneroso, é um crime punido, desde 2006, com pena de prisão. E aplica-se a todos os envolvidos na celebração do contrato, desde os intervenientes principais a promotores ou angariadores. Caso não envolva dinheiro, é apenas considerado nulo o contrato.
Contudo, isso não é impedimento para muitas mulheres, que vêem nestes contratos milionários, uma possibilidade de terem uma vida melhor, de escapar à crise e terem o seu futuro garantido, de forma rápida. Os preços podem ir dos 30 aos 100 mil euros. E em termos psicológicos, embora possa haver casos de mulheres que venham a sofrer problemas de depressão, existem também mulheres que encaram esta função com naturalidade, mantendo a distância necessária que a impeça de se envolver emocionalmente, como uma espécie de preparação mental.
É compreensível o desejo de ser mãe ou pai. É compreensível que se deseje um filho do nosso sangue, e daí, a não se optar pela adopção. Também não condeno quem, psicologicamente preparado e de forma legal, nos países onde é permitido, se submeta a hospedeira gestacional.
Mas como mãe (e provavelmente todas as mães dirão o mesmo), ter um ser vivo a crescer dentro de nós é das melhores sensações do mundo – há uma comunicação só nossa, estamos ligadas àquele pequeno ser desde o primeiro minuto. E isso, para mim, torna impensável, nove meses depois, uma mãe entregar o seu filho seja a quem for, como se nunca tivesse existido!
Acho que este ano já fui pedida em casamento pelo menos umas duas ou três vezes! E sempre pela mesma pessoa – o meu namorado, claro está! A minha resposta?
Bem…as primeiras vezes um não bem convicto! Da última lá me conseguiu arrancar um sim, muito puxadinho a ferros!
A verdade é que actualmente tenho uma visão bem diferente do casamento da que tinha há uns anos atrás.
Para mim, o casamento como todos nós o conhecemos, com direito a vestido de noiva, celebração religiosa, alianças, festa para a família, e um papel assinado, nos dias de hoje, simplesmente não faz sentido.
Se eu posso partilhar a minha vida com alguém, sem ter que passar por todos esses rituais, e ainda poupar dinheiro, que seria desperdiçado num único dia, para ficar bem na fotografia e levar para casa um DVD de recordação, para quê sujeitar-me a esse martírio?
Mas compreendo perfeitamente que o meu namorado tenha outra visão – para ele é a primeira vez, é normal que queira ter direito a tudo, como manda a tradição!
Eu já pensei exactamente como ele – com os meus 23 anos, achava que o casamento era uma coisa única na vida, e que iria durar para sempre. Achava tudo muito romântico e com um significado especial.
Mas a tradição já não é o que era, e como se costuma dizer, mudam-se os tempos, mudam-se as mentalidades, pelo menos a minha.
Para mim, e como disse o conservador no dia em que me casei, o casamento não é mais do que um contrato, um papel assinado que para muitos pode parecer uma garantia, mas que no fundo não nos garante nada - é puro engano.
Não é uma cerimónia bonita que nos traz felicidade, não é um papel que nos garante que vamos viver felizes para sempre. Aprendi isso, quando percebi que o meu casamento tinha acabado ao fim de quase 6 anos. E o trabalho que tive para me conseguir divorciar! Bem vistas as coisas, paguei bem para ter direito a dois papéis, quando poderia ter evitado tudo isso.
A união de duas pessoas que se amam e querem partilhar a sua vida juntas, construindo um projecto comum, é o mais importante e o mais valioso.
Quando duas pessoas tomam essa decisão, é como se decidissem passar de simples empregados, a administradores da empresa que vão agora criar, com todas as responsabilidades que isso acarreta!
E essa é a parte mais difícil – entregarmo-nos de corpo e alma para manter a nossa empresa a funcionar, por vezes com muitas dificuldades, com muitos sacrifícios, com muito esforço e dedicação, com amor e empenho, para que não vá à falência!
Se ambos trabalharem para o mesmo objectivo, acredito que tudo correrá pelo melhor, e a relação estará a cada dia mais consolidada e fortalecida. Mas quando uma das partes deixa de fazer o seu trabalho, ou quando os objectivos passam a ser diferentes, trabalhando cada um para o que mais lhe convém, não há relação que resista! É como estar dentro de um barco, cada um a remar para o lado oposto – o barco simplesmente não anda!
E infelizmente, é o que se vê mais hoje em dia. A ideia de casamento para a vida deu lugar ao casamento eterno, enquanto durar! Há até países que já apostam em uniões com termo certo! Fará sentido esta realidade?
Na minha opinião, não.
Embora o número de casamentos celebrados nos últimos anos tenha diminuído, contrastando com o número de divórcios que tem vindo a disparar, penso que nenhuma relação tem um prazo de validade pré-estipulado.
Qualquer relação pode durar uma vida inteira, como pode acabar quando não for mais possível continuar, sem que haja necessidade de prazos para renovação ou rescisão!
Além disso, sendo nós os “administradores” da nossa “empresa”, nunca haverá lugar a qualquer espécie de contrato. Quanto muito, decretamos falência, quando assim o entendermos.
Mas mais concretamente para aquelas pessoas que efectivamente se casaram, pelo registo civil, em que há um papel/ contrato assinado, não acredito que, nos tempos que correm, sendo cada vez mais fácil e rápido obter um divórcio, os casais continuem juntos se não o desejarem.
Como também não acredito que, casais que eventualmente continuem juntos por medo da separação, o deixem de ter pelo simples facto de terem esta opção de renovação ou não do casamento.
Por tudo isto, a não ser que fosse uma mera questão económica, de poupança de emolumentos do processo de divórcio, que podem ser dispendiosos se envolverem partilha de bens, ou nos casos de processos a correr em tribunal, não vejo qualquer utilidade para esta nova moda!