Nó na garganta
Hoje acordei com um nó na garganta...
Não tenho nenhum motivo específico para isso, pelo contrário. É sexta-feira, último dia da semana e de trabalho, que até termina mais cedo.
Vou estar com a minha filha em casa à tarde. Vou estar com o meu namorado no fim-de-semana.
Mas a verdade é que o nó está aqui...E veio acompanhado de tristeza...De uma vontade enorme de estar com a pessoa que eu amo...de me encostar seu peito, de me abandonar nos seus braços e deixar que o nó se desfaça naturalmente...
Fui trabalhar. O dinheiro faz falta, e numa altura destas não nos podemos dar ao luxo de perder o emprego. Não tive uma manhã fácil - parecia que alguém estava a querer mostrar-me ou a tentar provar que eu não dava conta do recado...Mas dei, apesar de tudo...
A tarde não foi melhor - não é fácil ser professora. Talvez a minha filha não tenha vontade de aprender, ou talvez eu não saiba ensinar...
O que para mim parece ser fácil, para ela pode não ser...mas há coisas que ela já devia ter na ponta da língua.
Talvez seja demasiado exigente com ela, mas a desvantagem em relação aos colegas é real, as fichas de avaliação estão a chegar e as provas intermédias à porta. Há mais de um mês que não vai à escola. Isso está a dar cabo de nós.
Ainda assim, passei o dia a brincar e a rir, a tentar (não sei se com sucesso) ter piada e disfarçar o que realmente ia cá dentro.
Claro que à noite, tal como o tempo descarregou toda a sua força, em forma de chuva e vento, também eu desabei...