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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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O Impossível - porque é impossível não voltar a falar dele!

Inspirado na história verdadeira da familia Alvarez Belon, "O Impossível" conta o emocionante relato de uma familia espanhola, temporariamente a viver no Japão, apanhada, há 8 anos, juntamente com dezenas de milhares de outras pessoas, no caos de uma das piores catástrofes naturais do nosso tempo. 
Tudo começou quando a produtora Belen Atienza, que ouviu a história da familia Alvarez Belon na radio, chegou lavada em lágrimas aos estúdios. Contou a todos o que ouvira e o realizador disse "Temos de fazer um filme disto. É uma história emocionante".
Em Setembro de 2012, a familia Alvarez Belon  esteve presente no Festival de Toronto na primeira exibição pública de "O Impossível" . Maria chegou a mostrar algumas cicatrizes e disse ainda estar tratando de ferimentos e infecções – mesmo 8 anos depois da tragédia. "Não há nada para reclamar, nada nos aconteceu", disse.
Maria revelou ter participado da elaboração do guião do filme com sugestões e informações dolorosas, porém precisas, e ter acompanhado as filmagens comandadas por Juan Antonio Bayona, sempre colaborando na elaboração dos detalhes. O seu principal objetivo neste filme é o de partilhar com o público o valor os presentes dessas experiências e o valor que é voltar a viver. Maria Belon diz que chorou sem parar quando viu o filme.

Ela revelou que estava dormindo quando se viu levada pelas águas e no caminho encontrou o filho Lucas, de 10 anos, que a ajudou a subir uma árvore e posteriormente, a andar, após a passagem das diversas ondas, pelo mato encharcado em busca de ajuda. Elogiou a destreza e coragem do filho: sabia que estava pedindo mais do que ele poderia dar. Ele virou adulto em dois dias, ressaltou.

 

  

Outra família sobreviveu

Os 5 sobreviventes da família Alvarez Belón não foram os únicos da trágica manhã de 26 de dezembro de 2004. Na indonésia, a sueca Karin Svaerd correu em direção à onda de 10 metros de altura aos gritos de meu Deus, meus filhos não!, ao ver o marido, Lars Erickson, e os 3 filhos, Anton, de 14, Filip, de 11, e Viktor de 10, desapareceram sobre a devastadora parede de águas do mar de Krabi. Após lutar pela vida ela se agarrou a uma palmeira, ainda na praia. Passou um tempo para se resgatada antes da segunda onda. Ao chegar a lugar seguro descobriu que o marido e os filhos estavam vivos. Milagrosamente, assim como ela, vivos.

 

Enrique Alvarez, Maria Belón e seus filhos Lucas, Thomas e Simão na exibição de O IMPOSSÍVEL no Festival de Toronto-2012


A minha opinião?


Até agora, Titanic, também baseado numa história verídica, liderava a minha lista de filmes favoritos. Neste momento, penso que O Impossível o conseguiu destronar!

Tal como me avisaram, e li em vários comentários ao filme, também eu fui atingida por um tsunami de lágrimas durante todo o filme.

Titanic tem uma parte verídica (a tragédia do navio) e uma parte fictícia (a história de amor). Para mim, foi a parte fictícia, embora inserida no contexto real, que mais me emocionou.

Em O Impossível, pelo contrário, toda a história é bem real!

É impossível vê-lo e não nos colocarmos no lugar daquela mãe ou daquele pai, não vermos naqueles filhos os nossos próprios filhos, não vermos naquele homem o nosso companheiro...

É impossível não nos emocionarmos com as cenas de coragem, desespero, solidariedade, amor, dor, luta pela sobrevivência...

É impossível não sairmos de lá com uma nova visão da vida, da importância e do valor das pessoas que amamos, dos momentos que passamos juntos... Com o pensamento de que poderia ter sido qualquer um de nós, poderia ter sido a nossa família... Com a noção de que, perante tragédias como esta ou outras, tudo o resto parece tão pequeno e tão insignificante...

Naomi Watts e Tom Holland, nos papéis de Maria e Lucas fizeram grandes interpretações neste filme e os meus créditos vão, sem dúvida, para eles!