Sem paciência
Já lá vai o tempo em que eu desesperava por não saber como lidar com a minha filha. As crianças gostam de testar os nossos limites, de ver até onde podem ir, e como devem agir para nos afectar. A minha filha não poderia ser diferente. Ela tem o seu feitio (por vezes terrível), mas também passou e presenciou muito quando era pequena. Se juntarmos a isto pais separados, em que a mãe assume o papel de má e o pai, de santo que lhe faz todas as vontades, estavam reunidos os ingredientes para me deixar os nervos em franja.
E, perdoem-me a expressão, que se lixem os manuais, os médicos, os psicólogos e afins. Por muita teoria (ainda que comprovada) que apresentem, na prática, só quem passa pelas situações é que sabe o que sente.
Entretanto, ela foi crescendo, e eu aprendendo a lidar com as birras dela, que felizmente diminuiram. Mas, de vez em quando, lá está ela outra vez a tentar pôr-me os cabelos em pé.
O grande problema dela é ser respondona, refilona e não fazer aquilo que lhe mandam. Só que me apanhou num daqueles dias em que a paciência não me brindou. Há muito tempo que não me chateava com ela desta maneira, e espero que o castigo de uma semana sem televisão, computador e playstation lhe sirva para acalmar.