Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Se me amas...

...não chores!

 

 

Um pedido nobre, mas muito dificil de satisfazer...

 

Que me lembre, a última vez que fui a um funeral de um familiar próximo, foi há 24 anos atrás, por morte do meu avô.

Na altura, tinha 10 anos, percebi o essencial mas, como a afinidade não era muita, foi um acontecimento que me passou um pouco "ao lado".

Daí em diante, devo ter ido a mais um ou dois, mas nada que me tenha afectado, ou porque apenas conhecia vagamente, ou porque nem sequer conhecia e fui simplesmente como acompanhante.

Depois, há aquelas pessoas que até conhecemos, algumas familiares de amigos nossos, e cujo conhecimento da sua morte nos chocam um pouco na hora, mas logo passa.

 

De repente, vejo-me confrontada com a partida da minha tia, madrinha de batismo e de casamento. Aquela pessoa com quem foi passada a maior parte dos meus natais e páscoas na infância, aquela pessoa que via quase todos os fins de semana em casa dos meus pais, aquela pessoa que chegou a andar com a minha filha pequenina ao colo enquanto servia os clientes no café, e que estava sempre a brincar com ela quando a via...Apesar de ser apenas tia por afinidade, tinha com ela uma relação muito mais forte do que com as minhas tias de sangue.

 

De repente, chego à casa mortuária e a primeira coisa que vejo é uma foto da minha tia, dos tempos em que nem suspeitava o que lhe iria acontecer.

Vejo a minha prima mais nova à porta, agarrar-se à minha mãe, a chorar a morte da sua...Ainda cheia de forças, acabada de chegar, tento confortá-la, pedindo-lhe que recorde a mulher forte que a sua mãe sempre foi, e que guarde essa imagem dela. Falo, entretanto, com a minha prima mais velha (aparentemente mais forte), e com o meu tio.

Aí, as forças começaram-me a faltar. O meu tio não estava, naquele momento, desesperado. Estava perdido...

A gota de água foi ter olhado para a urna, e ver a minha tia ali deitada...tão magrinha, tão envelhecida...e a minha prima agarrada à mãe...

Tive que me afastar para não desabar. Tanta coisa me veio à cabeça naquele momento. A última vez que vi a minha tia viva, a adivinhar já o que a família iria sofrer quando partisse. Pus-me no lugar daquelas filhas, imaginando-me na situação pela qual elas passaram. Pensei no meu tio, seu companheiro de todas as horas, há tantos anos, agora sem rumo. Depois de tantos anos de trabalho, depois de tudo o que construiram e conquistaram, quando podiam agora descansar e aproveitar, acontece isto.

E o meu tio, apesar de ter feito tudo o que podia (infelizmente não havia muito a fazer), ainda assim, acha que podia ter feito mais...Não podia...

 

Por tudo isto, mesmo sabendo que a minha tia iria querer que seguissemos com a nossa vida, que não sofressemos e não chorássemos, foi-nos impossível cumprir esse desejo. Porque quem ama, também chora...

 

 

 

 

 

 

Sobre a polémica da carne de cavalo...

 

A pergunta de hoje do sapo é: "Concorda que as refeições com carne de cavalo apreendidas pela ASAE sejam entregues a instituições de solidariedade?"


Ao que parece, toda esta polémica em torno das refeições com carne de cavalo, assenta sob um único aspecto: não constar nas ditas embalagens/ rótulos, a menção de que continham carne de cavalo.

Na verdade, parece não haver qualquer perigo para a saúde, até porque a carne de cavalo é saudável,não constituindo, como tal, uma questão de segurança alimentar.

Assim sendo, concordo com a retirada de todos os produtos do mercado para substituição da informação neles contida e, apurando-se a responsabilidade da burla, com a aplicação das respectivas coimas.

A questão que se coloca, após essa operação, é o destino a dar a tais produtos.

Se concordo que sejam entregues a instituições de solidariedade? Se em vez disso as deitarem fora, então acho bem doarem a quem precisa. Há tanta gente a passar fome e não é justo desperdiçar comida. Mas, como diz Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, "pode surgir a ideia de que para as instituições que servem os pobres qualquer coisa pode servir". Ou seja, comida embalada retirada do mercado que não serve para o consumidor comum, já serve para os pobres que dependem das instituições. De certa forma, é como se estivessem a reduzir ainda mais a condição dessas pessoas.

Então e as empresas que pagaram os produtos, não deveriam ter direito a eles, depois de "legalizados"? Não deveriam poder vendê-los a qualquer consumidor? Afinal, embora possam haver algumas empresas envolvidas na fraude, outras há que foram, provavelmente, também elas, enganadas.

Seria mais nobre as próprias empresas tomarem essa decisão ou, por exemplo, ajudar as instituições com o dinheiro proveniente da venda desses produtos.

Mas, sim, em última análise, que sejam entregues às instituições, que podem sempre analisar essa acção sob uma outra perspectiva: os seus beneficiários serão privilegiados por estarem a comer refeições com carne de cavalo, muito mais saudável que a de bovino!

Basta!

 

Num momento em que notícias como a da reconciliação de Rihanna com Chris Brown, ex-namorado que há anos atrás a agrediu fisicamente, enchem as revistas, a par de outros crimes mais revoltantes como as violações na Índia ou as agressões que muitas mulheres são vítimas por parte dos maridos, aqui vai um artigo sobre uma realidade que pode não acontecer só aos outros. 
É a minha sugestão para o mês de Março para o blog ConsultaClick, e que poderá ler em:

 

http://consultaclick.pt/blog/2013/03/01/nao-acontece-so-aos-outros/

Pág. 6/6