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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Melhor Leitura de Verão

 

Lido em dois dias, foi uma boa leitura nestas férias de verão, embora o tema seja bastante "pesado".

Quando li um excerto do livro, há uns meses atrás, percebi que seria a história de duas irmãs, separadas com poucos meses de vida, estando uma destinada a uma vida de luxo na América, e outra a um destino bem sombrio...

Mas nada poderia fazer prever tudo o que viria a acontecer ao longo da história, como a vida das duas se cruzaria, os tormentos que ambas teriam que passar e superar, os fantasmas que teriam que enfrentar, o passado que teriam que desenterrar, as perdas que sofreriam ao longo de vários anos, até conseguirem unir-se e ser felizes.

Uma história de ricos e poderosos que tudo podem, de injustiças, de falsidade, de amizade e amor, de oportunidades de vida, de gestos que fazem a diferença, de ambição, de sadismo, de violência e redes de pedofilia e prostituição.

Sobre o livro "A Rapariga de Olhos Azuis"

 

Ela não é o que parece mas, nesta história, nada nem ninguém é o que parece!

Duas irmãs pequenas - Orla e Sinéad, uma vista como um anjo, e a outra como o demónio. Mas o "anjo" também erra e transforma-se no elo mais fraco, enquanto que o "diabo" assume o comando da vida das duas e luta com todas as forças para salvar a irmã, e a si própria.

Sinéad sempre foi considerada pelo avô uma criança problemática que já não tinha salvação. A morte da sua mulher, num incêncio provocado pela neta, foi a gota de água. Ele nunca a perdoou, o que levou a que a sua filha saísse de casa com as duas meninas, para nunca mais voltar.

Muitos anos se passaram desde então. Chegou o momento da vingança - vingança por tudo o que passaram, por tudo o que deixaram de ter, por tudo o que sofreram...

 

Anya também não é a mulher bondosa que é pelo facto de ter nascido em berço de ouro. Pelo contrário, o seu passado é bem sombrio e marcado por muito sofrimento. Mas está na hora de lutar pela sua felicidade. E, para isso, vai ter que enxotar de vez os "Coelhos Brancos" da sua vida, e despir o papel de Alice. Afinal, não mais precisará refugiar-se num mundo imaginário.

 

Um livro que retrata histórias de mulheres que tiveram tudo, e ficaram sem nada. Mulheres que nunca tiveram nada, e podem vir a ter tudo. Mulheres para quem a vida foi madrasta, mas que ainda vão a tempo de se sentir amadas e de bem com a vida. Mulheres inocentes, mulheres intriguistas, mulheres sábias, mulheres sonhadoras...

 

Mas é também um livro de homens!

Mcdara - o avô que achava que sabia tudo mas que, afinal, não sabia nada! Pior que a cegueira física, é a cegueira que não nos deixa ver aquilo que está para além dos nossos olhos. E assim se perde uma vida inteira...

 

Liam - o veterinário canalha que quer levar qualquer uma para a sua cama por diversão, que trai a mulher por passatempo, que se mete em negócios duvidosos e acaba condenado por tentativa de homicídio.

 

Fergal - o neto adoptado de Mcdara, futuro herdeiro da propriedade Lismore e dos cavalos de corrida do avô, por quem Anya se apaixonará. Também ele ama Anya mas desde que ela chegou a Lismore, foi avisado por Mcdara que a devia ver como irmã, e nada mais. Ao longo da história, vai-se revelar companheiro, amigo, compreensivo, divertido, um homem muito difícil de encontrar. Vai ser injustamente acusado de determinadas atitudes.

 

JC - aliado da neta de Mcdara nos seus planos de vingança, vai ver a sua vida desmoronar-se quando ela perceber que está apenas a ser usada para benefício dele, que o amor dele é uma farsa e que o sonho da infância nunca se irá concretizar. Restar-lhe-á o companheiro Javier...

 

Para o final está reservado um casamento, duas mortes, uma revelação e um novo recomeço, uma nova chance para algumas das personagens, e uma grande lição de vida! 

 

 

Tudo se desvanece com o tempo

 

Em determinados momentos da nossa vida, deixamo-nos invadir por mágoa, raiva ou até mesmo ódio, sentimentos provocados por situações menos boas pelas quais passamos ou por pessoas que nos ferem.

E, se eles são rápidos a surgir, mais demorados são a nos deixar. Muitas vezes, porque nos servem de “alimento”, porque insistimos que eles devem permanecer eternamente connosco para que nos lembrem a cada minuto do mal que está na sua origem, e por prevenção para que não se volte a repetir.

Mas a verdade é que, ao nos apegarmos a esse tipo de sentimentos, não conseguimos seguir com a nossa vida. Funcionam como um travão, uma barreira, um nevoeiro que não nos deixa ver mais além.

São sentimentos que vão corroendo e deixando a sua marca. Mas só até determinado ponto.

Se o permitirmos, estaremos para sempre acorrentados, e a nossa vida condenada ao sofrimento. Mas, a maioria das vezes, por vontade própria, ou sem nem sequer darmos por isso, chegará o momento em que todas as marcas da corrosão se desvanecerão no tempo. Chegará o dia em que a mágoa, a raiva ou o ódio se evaporarão, e darão lugar à indiferença, à serenidade, à liberdade.

Liberdade porque, nesse momento, percebemos que o passado ficou lá atrás, deixou de nos condicionar o presente, e abriu caminho para vivermos em paz o nosso futuro!