A difícil tarefa...
...de destralhar!
Não porque tenha muita tralha em casa (e tenho mesmo muita), mas porque me é extremamente difícil desfazer-me de tudo o que tenho, mesmo que já não tenha utilidade.
E com este exemplo que, como mãe, dou à minha filha, não seria de esperar que, para ela, a tarefa fosse mais fácil!
É verdade que ao nos desfazermos de coisas antigas, estamos a abrir espaço para as novas. Mas a verdade é que as antigas parecem ter um valor que as novas nunca conseguirão alcançar.
Ainda guardo bonecas e peluches da minha infância! Ainda guardo cobertores de quando era bebé. Ainda guardo alguns dos meus livros da escola. Ainda guardo os meus primeiros telemóveis, o meu primeiro rádio (com 18 anos ainda toca), a primeira televisão (com a mesma idade, ainda trabalha bem)...
Ainda guardo o carrinho de bebé e as cadeiras auto da minha filha, a cama de bebé dela, a roupa dela destes quase 10 anos de vida, brinquedos dela que já viram melhores dias e outros que já morreram...
Ainda tenho a mesma mobília que comprei há quase 11 anos, apesar de já quase toda precisar de ser substituída (mas para isso também é preciso dinheiro)...
Tenho muitas coisas em casa da minha mãe porque na minha já não cabia. E o facto é que, a pouco e pouco, o espaço na casa vai ficando mais apertado.
Em determinados momentos, dou por mim a pensar que tenho que dar uma volta à tralha, dar algumas coisas, tentar vender outras e ter uma casa mais leve. Mas se depressa os pensamentos vêm, mais depressa vão embora.
No entanto, esse dia já esteve mais longe. E sei que, quando finalmente ganhar coragem, vai tudo a andar dali para fora!