Faz hoje 10 anos!
16 de Janeiro de 2004, Sexta-feira
Foi um dia de trabalho perfeitamente normal, sem qualquer sinal de alarme. À noite, em casa, um pequeno sangramento, mas não dei importância. Disseram que era normal. Sentia-me cheia de energia e andei, inclusive, a fazer limpezas até perto da meia-noite, hora em que me deitei.
E foi aí que tudo começou! As dores de barriga, o frio, a diarreia, as contrações, o deita e levanta, levanta e deita, o não estar bem de maneira nenhuma.
Aguentei como pude. No dia seguinte tinha uma consulta e, por isso, logo se veria.
17 de Janeiro de 2004, Sábado
Mas por volta das 07.30h da manhã de sábado, disse ao meu então marido que tinha que ir para o hospital porque não aguentava mais com dores. E fomos. O caminho pareceu-me uma eternidade, cada buraco ou lomba que passávamos tornava a dor ainda mais insuportável. Chegámos ao hospital. Depois de algumas voltas entre urgência, triagem e afins, fui então encaminhada para a maternidade. Tocámos à campainha. Ninguém vinha. Tornámos a tocar. Veio então a parteira de mau humor, reclamar porque tinha ouvido à primeira e escusávamos de estar com pressa. Entrei. Fui examinada pelo médico que me disse, com a maior naturalidade: "está com 4 dedos de dilatação, já não sai daqui"!
Fiquei em pânico! Não tinha levado nada, nem para mim, nem para a bebé. Só consegui avisar o pai que foi então a casa buscar tudo, enquanto eu fiquei ali, a preparar-me, e a ter que ouvir as bocas da parteira.
Já na maca, as contracções eram cada vez mais frequentes, a dor cada vez maior e só me apetecia gritar. De facto, foi a primeira e única vez que gritei com dores. Mas devia estar a incomodar a parteira porque até com isso implicou "escusa de estar aí a gritar que o bebé não nasce mais depressa"! Infelizmente, tinha razão. De contrário teria gritado ainda mais, só para acabar de uma vez com aquilo. Via o tempo a passar e nunca mais me punham a jeito, nunca mais podia fazer força para ela sair.
Não me deram epidural, talvez porque já fosse tarde demais para isso. Também não deixaram o pai assistir ao parto. Nem sequer o avisaram. E sabiam que ele já tinha voltado.
Mas, quando achava que ia estar ali uma eternidade, veio então a enfermeira e a parteira para o momento mais aguardado. Pode parecer que passou muito tempo mas, de facto, entrei no hospital por volta das 08.30h da manhã e a Inês nasceu às 11.55h. Foi aquilo a que chamam, uma "hora pequenina"!
17 de Janeiro de 2014
Faz, hoje, 10 anos que vivi a experiência da maternidade, e trouxe a este mundo a pequena (hoje grande) Inês!
O tempo passa bem depressa, mas as memórias desse momento e desta primeira década ficam para sempre!
Parabéns Inês!