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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sobre o aborto - a utopia da legalização

 

 

Não sei por que se pensou que, legalizando o aborto, este diminuiria. 
A legalização só veio permitir que as mulheres façam "às claras", com maior segurança e a custo zero, aquilo que já antes faziam, às escondidas, sem condições e com custos elevados.
E a tendência para o número de abortos aumentar justifica-se - se antes muitas mulheres hesitavam e preferiam não abortar por medo das consequências (tanto físicas como legais) ou por não ter condições financeiras, com a legalização, esses medos e obstáculos desapareceram.
Quanto às consultas de aconselhamento e planeamento familiar para evitar recorrer ao aborto, é compreensível que não sejam frequentadas: a informação já a temos toda, já a sabemos "de cor e salteado", e os contraceptivos estão disponíveis mesmo sem se ir fisicamente à consulta. 
No entanto, apesar de tudo isso, continua a haver gravidezes não planeadas e indesejadas. Principalmente em tempos de crise. E é muito mais prático e económico abortar que ter um filho. É a pura verdade. 
Partindo deste princípio, e tendo em conta que o aborto é, para muitas mulheres uma espécie de método contraceptivo em última instância é normal que, cada vez mais, se corra o risco de o aborto se tornar um procedimento corriqueiro. 

 

Eu sou uma defensora do aborto, mas não como algo que se faça por sistema. Mas, a minha opinião e experiência, podem lê-la AQUI

Carnaval no Arena Shopping

Carnaval à vista é no Arena
De 1 a 3 de Março, o Arena Shopping, em Torres Vedras, vai ter atividades pensadas para os mais pequenos. 
1 de março

15h: Atelier de Carnaval 
17h às 21h: Atelier de disfarces e face painting
A criança constrói a personagem através dos disfarces de Carnaval, adereços e pinturas faciais. Com as pinturas faciais e a arte dos animadores as crianças poderão transformar-se nos seus heróis preferidos.
2 e 3 de março

14h às 21h: atelier de face painting e disfarces de carnaval + atelier de escultura de balões + atelier de escola de magia e feitiçaria

Atelier Escultura de Balões
Como os piratas precisam de espadas, as princesas de coroas, as borboletas de flores, a caracterização poderá ser completada com as esculturas de balões
Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts 
A Professora MixMagic, que é na verdade uma grande feiticeira e professora de poções mágicas na Escola do Harry Potter, informa os meninos que vai ensinar poções muito antigas, do tempo dos Grandes Sábios do Pântano.  

Experiências:
Ovo na Garrafa – A Magia da Chama Poderosa 
Simular um Géiser – A Fonte Possante 
Ácidos e Bases – Poções Mágicas 
Mensagens Secretas – Utilizar Sangue de Grifo e a Chama Poderosa



Participação gratuita – limitada à lotação do espaço.

Feira Mensal de Mafra

 

Finalmente, o regresso!

Há uns anos atrás, eram muitas as pessoas que estavam de acordo com a fim desta feira, realizada todos os terceiros domingos de cada mês, junto ao Palácio Nacional de Mafra. Principalmente os comerciantes que se sentiam prejudicados, tanto pelos preços praticados como pelo alegado "roubo" de clientes. Ou pela falta de limpeza pós-feira e desvalorização do Convento de Mafra.

A sua vontade veio a ser satisfeita quando, no âmbito das obras de requalificação da área envolvente do monumento, a feira foi suspensa. 

Apesar dos protestos daqueles que defendiam a realização da feira, ainda que pudesse ser transferida para outro local, ficámos mesmo sem feira.

Naquela altura (e durante muitos anos), esta feira acolhia uma imensidade de pessoas que ali compravam produtos mais em conta, que não podiam comprar nas lojas. Eu era uma dessas frequentadoras assíduas.

Mas, coincidência ou não, acabou a feira e abriram as lojas dos chineses! As pessoas acabaram por compensar uma coisa com outra, até porque se mantiveram aqui bem perto a feira da Malveira (todas as quintas-feiras) e a da Encarnação (todos os primeiros domingos de cada mês), para quem as preferisse.

Este ano, no entanto, a feira vai mesmo voltar, já a partir de 16 de Março, com instalação no Parque Intermodal onde, aparentemente, existem melhores condições para o exercício comercial e para acolher os visitantes, nomeadamente ao nível do estacionamento, assim como localização privilegiada, dinamizando o centro de Mafra, face à expansão natural da vila.

A minha dúvida é se, hoje, a feira voltará aos seus tempos de glória, ou se nada será como antes.

Seja como for, será benvinda!

 

(quem sabe não é desta que compro tecido bonito e barato para mandar fazer cortinados novos)

 

 

 

Nek Nomination (ou como transformar um jogo parvo numa iniciativa inteligente)

 

Nek Nomination é um jogo viral nas redes sociais que, no seu conceito original, consiste em que o primeiro participante se filme a beber um litro de uma bebida alcoólica (geralmente cerveja), de uma só vez. O vídeo é depois colocado online, normalmente no YouTube, e o participante desafia duas novas pessoas a fazer o mesmo. Os nomeados (neknominees) têm de completar a tarefa em 24 horas. E assim sucessivamente.
Com o aumento da popularidade do jogo, os desafios são cada vez mais bizarros e perigosos, podendo envolver armas, máquinas, lagos ou rios, bebidas fortes, mistura de bebidas e drogas, etc. E causar a morte.
São várias as mortes associadas a este jogo, entre elas as de Isaac Richardson, Stephen Brooks, Jonny Byrne e Ross Cummins. Stephen Brookes, depois de ter sido filmado a beber um litro de vodka. Isaac Richardson, após ter sido filmado a beber uma mistura de vinho, vodka, whiskey e cerveja.
Há quem diga que este fenómeno teve origem em Cambridge, em 2008, quando um grupo de amigos criou a competição, mas outras versões apontam para que tenha nascido na Austrália.
Mas há quem tenha tido o bom senso de dar a volta ao jogo, transformando uma "nek nomination" numa "smart nomination"! Respostas inteligentes que estão a fazer a diferença!
Um desses exemplos é a distribuição de alimentos e água aos sem abrigo, bem como outras acções de solidariedade, para as quais, à semelhança do jogo original, são posteriomente nomeadas três pessoas, que devem fazer o mesmo em 24 horas.
De facto, se se perdesse menos tempo a inventar ideias parvas, e mais a criar iniciativas destas, o mundo seria muito melhor! 

 

 

 

 

 

O fim da calçada portuguesa

 

Não há dúvida de que a calçada portuguesa é um dos grandes símbolos do nosso país.

E, nos últimos anos, temos vindo a assistir ao calcetamento de muitas zonas, principalmente em áreas turísticas e adjacentes.

Aqui em Mafra, por exemplo, no âmbito da requalificação da área envolvente ao Palácio Nacional de Mafra/ Convento de Mafra, vimos o alcatrão ser substituído pela dita calçada.

Se ficou muito mais bonito? Ficou! Se dá uma projecção completamente diferente ao monumento? Dá!

Mas não havia necessidade de calcetar todas aquelas ruas que, num passado mais remoto, sofreram o processo inverso - remoção da calçada para alcatroar.

 

As calçadas têm os seus inconvenientes:

- não propiciam o uso de saltos altos que, muitas vezes, ficam presos

- com as fortes chuvas, ficamos com uma rua de altos e baixos, buracos que nos convidam a entorses, e poças de água das quais é difícil fugir

- se estiverem bem polidas, ou os sapatos o favorecerem, corremos o risco de escorregar

 

Eu prefiro caminhar sobre alcatrão do que em calçadas e, sempre que posso, prefiro ir na beira da estrada do que nos passeios - é mais seguro! Já  AQUI tinha dado a minha opinião sobre isso. Mas não é só quem anda a pé que se queixa. Circular em veículos automóveis em cima de calçadas também é desconfortável.

 

Esta terça-feira, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou uma iniciativa que prevê a aplicação de medidas para facilitar a mobilidade na capital do país, entre as quais a retirada da calçada portuguesa. Há quem fique satisfeito e aprove a iniciativa, e há quem a condene.

A propósito desta medida, descobri este debate organizado pela VISÃO, em Dezembro de 2013, sobre as vantagens e desvantagens deste piso típico, entre Viviane Aguiar, 37 anos, vestida com padrão a preto e branco, como a calçada que detesta, e Paulo Ferrero, 50, de roupas pardacentas, como o cimento que abomina.

 

"O que tem contra a calçada portuguesa?

 

Viviane Aguiar (VA): Não vou tratá-la por calçada portuguesa. Vou apelidá-la, carinhosamente, de pedrinhas do demo, que é a melhor descrição das ditas pedras que nos dão cabo da saúde e dos nervos. São um perigo para a segurança pública, e, nessa medida, não se podendo alcatifar a cidade ou acolchoá-la como nos parques infantis, arranja-se uma situação de compromisso.

 

Paulo Ferrero (PF): Pedrinhas do demo... [risos] Compreendo que haja muita gente que não gosta da calçada portuguesa, neste momento, como ela está: mal colocada, mal cortada, sistematicamente ocupada por carros. Chegámos a um estado em que realmente... Eu já caí, uma série de pessoas já caiu - sobretudo senhoras, por causa dos saltos altos -, e as pessoas de idade têm dificuldade. Também é preciso ver que há vários níveis de intervenção: nas ruas íngremes é mais perigoso, quando as pedras estão muito polidas ou esburacadas. Aí, não tenho nada contra a mudança da calçada.

 

Temos aqui um ponto de encontro?

 

VA: Aparentemente.

PF: Mas pedrinhas do demo não são...

VA: Eu disse isso com todo o carinho.

PF: A calçada portuguesa é um símbolo de todo o País, não só da cidade.

VA: Mas até que ponto devemos mantê-la quando há tanta desvantagem? As calçadas são uma evolução das ruas de terra batida. Acho que devia haver uma terceira etapa de evolução natural para um piso mais consentâneo com o nosso dia a dia, que está, neste momento, a ser posto em causa.

PF: Não, não acho que esteja...

VA: Olhe que eu acho que sim. Experimente pôr uns saltos altos...

PF: [Risos.]

VA: Com todo o respeito!

PF: Como no filme do Almodôvar?

VA: Uma família em que a mãe está de salto alto e tem um carrinho de bebé, em que o pai, coitado, se magoou e anda de muletas...

PF: Os saltos altos fazem mal às senhoras. Fazem mal à coluna.

VA: Mas fazem tão bem a outras coisas das senhoras... E dos senhores.

PF: E não é só o salto alto. É mais o salto de agulha.

VA: Não entremos por aí... A cidade seria tão mais cinzenta se as senhoras usassem chanatos! Não vamos promover a chanatização de Lisboa.

PF: Estamos a falar de vários níveis da calçada. A artística não está em causa. A câmara não vai mexer muito nos pontos turísticos, o que até é engraçado: o turista já pode cair, mas o lisboeta não.

VA: A verdade é que há muitas queixas dos turistas. Dizem: "São tão bonitas, aquelas pedrinhas, mas fazem-nos cair."

PF: Quando fizemos a petição, houve amigos que nos mandaram artigos de estrangeiros a dizer precisamente o contrário, que era um ex-líbris da cidade.

VA: Não temos de pensar nos estrangeiros, mas nas pessoas que andam na cidade diariamente. A calçada é bonita, mas esqueço a beleza quando não é funcional."

 



Vale a pena rever o debate na íntegra aqui: http://visao.sapo.pt/calcada-portuguesa-essa-horrivel-beldade=f770184#ixzz2tyjaeWEV