Uma história de amor eterno
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Reflexão da personagem Marco Polo, no livro A Saga de Um Pensador, de Augusto Cury:
"Loucura?
Quem a pode definir?
Classicamente, loucura é toda a desagregação duradoura da personalidade que foge aos parâmetros da realidade.
Mas quais são esses parâmetros?
São psicóticas as pessoas que se sentem perseguidas por personagens criadas no seu imaginário.
Mas as pessoas que perseguem personagens reais, como generais que desencadeiam guerras, soldados que torturam, polícias que matam, políticos que controlam, o que são?
São psicóticas as pessoas que têm delírios de grandeza, que acham que são Jesus Cristo, Napoleão, Buda.
Mas, e os mortais que se sentem deuses pelo dinheiro e poder que possuem, que não se importam com a dor dos outros, são o quê?"
Onde é que estão os mistérios do sul, que deram o título a este livro? Não os descobri!
No início, não consegui passar da primeira página. Não me estava a entusiasmar nada.
Na semana passada, num acto de coragem e perseverança, continuei a lê-lo.
Felizmente, as coisas estavam-se a compôr.
Tínhamos um ex presidiário a fugir da polícia, a ser capturado e mantido na prisão por suspeita de violação e assassinato de 4 jovens.
Tínhamos uma mãe, procuradora do Ministério Público e encarregada da acusação deste suspeito, a criar uma filha adolescente, com as mesmas características físicas das vítimas.
Tínhamos um pai ausente que, depois de ter sido abandonado pela primeira mulher e casado com Alexa, de quem teve esta filha Savannah, acaba por se divorciar da segunda mulher e voltar para a primeira.
Quando Savannah começa a receber umas cartas misteriosas que sugerem ameaça, Alexa vê-se obrigada a voltar a falar com o pai da sua filha, ao fim de 10 anos, para que ela possa ficar com ele até ao julgamento e condenação deste assassino.
E ele, vê-se obrigado a iniciar uma batalha contra a actual mulher, para que aceite a sua filha na sua casa e na sua vida.
Enquanto isso, Alexa tem um caso cada vez mais sólido, já que todas as provas conseguidas até ao momento apontam para Luke. E de quatro vítimas, passamos para um total de dezoito.
No entanto, a advogada de defesa acredita que as provas foram plantadas para incriminar o seu cliente.
Neste ponto da história pensamos: ela é capaz de ter razão! A autora não nos ia revelar assim, de caras, o verdadeiro assassino. Normalmente, quando tudo aponta para uma determinada pessoa, é sinal que não é ela. Assim sendo, talvez o verdadeiro criminoso ande à solta e a vida de Savannah esteja em perigo.
É mesmo o género de livro que eu gosto. E, de facto surpreendeu-me: mas pelo simples facto de não ter havido nenhum mistério nem nenhuma surpresa!
Destaco a forte relação entre mãe e filha de Alexa e Savannah, e o quanto foi difícil para elas a separação forçada. E a relação recuperada entre pai e filha, de Tom e Savannah, depois de 10 anos a excluía da sua vida.
Uma história de força e fraqueza, mesquinhez, falsidade, poder e arrependimento. Mas mistérios do sul, não me parece!
Uma vez pedi à minha médica de família para me encaminhar para consultas de psicologia. Ela achava que eu precisava era de comprimidos!
Recusei. Tentou convencer-me de que, se o que eu precisava era de alguém para conversar, podia fazê-lo com as minhas amigas. Insisti.
Com pouca vontade, lá me encaminhou. E foi o melhor que fiz!
Alguns médicos, entre eles alguns psiquiatras, não enviam os seus pacientes aos psicólogos. Porquê? Porque confiam no poder da medicação e dão pouca importância à acção psicoterapêutica.
Alguns, como a minha médica de família, pensam mesmo que a psicoterapia é uma perda de tempo.
De facto, a psiquiatria considera-se superior à psicologia embora, para o bem dos pacientes que delas precisam, devessem caminhar juntas.
Em vez disso, disputam pacientes, prejudicando a sua evolução.
Os psiquiatras, através dos antidepressivos e tranquilizantes, penetram no mundo onde nascem os pensamentos, onde surgem as emoções. Este poder pode ser muito útil mas, se mal usado, é capaz de controlar, em vez de libertar os pacientes.
Os medicamentos produzem efeitos mais imediatos. A psicoterapia produz efeitos mais duradouros. Sãos duas ciências que se complementam.
O que acontece é que, como em tudo na vida, apostamos mais na resolução dos problemas, do que na sua prevenção. Até porque a resolução é muito mais lucrativa!
As indústrias farmacêuticas investem em pesquisas de novas drogas que actuam no cérebro humano para tratar as doenças psíquicas. E é nesse caminho do adoecimento psíquico da humanidade, que a indústria farmacêutica se prepara, silenciosamente, para se tornar a mais poderosa do mundo. Essa indústria precisa de uma sociedade doente para continuar a vender os seus produtos. Nunca se venderam, como agora, tantos tranquilizantes e antidepressivos!
Em vez disso, seria mais importante investir em medidas preventivas, em melhorar a educação, desenvolver a arte de pensar das crianças, educar a auto-estima, diminuir o stresse social e combater a miséria física e psíquica.
Mas isso não rende dinheiro, e é à volta dele que tudo gira nos dias que correm!
Nunca pensei que, algum dia, teria que encontrar algumas estratégias para conseguir andar de carro de forma minimamente descontraída.
Mas é isso que eu tenho feito.
Desde que comecei a andar de carro (sempre ao lado do condutor ou atrás) e até agora, nunca me preocupei com nada. Era algo perfeitamente normal e natural.
Depois do acidente, cada vez que vamos a algum lado de carro, sinto que vou entrar num campo de batalha - a estrada - da qual não sei se sairei ilesa ou não.
Estou sempre atenta, a olhar para todos os lados, a ver se alguma bala é disparada, e de que lado virá. E o pior é que, mesmo que não venha, às vezes parece que isso vai acontecer. Pura ilusão de óptica mas, ainda assim, assusta.
Por isso, uma das minhas estratégias é levar o GPS na mão - enquanto estou entretida a ver a rota, onde temos que virar e quantos quilómetros faltam, não olho para a estrada. A outra é, sempre que um carro vai ao nosso lado, ou a chegar-se para o nosso lado (normalmente em auto estradas), olhar em frente, para não me assustar com a tal ilusão óptica.
Umas vezes resulta, outras nem por isso. Porque, por mais que tente, e que em determinados momentos vá distraída, a apreciar a paisagem ou a música, há sempre outros em que o meu subconsciente me impele a olhar para a estrada.
Podia fazer como quem viaja de avião: tomar alguma coisa para dormir e só acordar à chegada ao destino. Mas, e se acontecesse alguma coisa enquanto eu dormia, e eu nem desse por nada? Não, quero estar de olhos bem abertos, para o bem ou para o mal.
E é a única forma de superar o medo, e esta paranoia que me anda a dominar. Até porque o perigo pode estar em qualquer lado e em qualquer lugar. É verdade!
Mas foi na estrada que eu me deparei com ele...