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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Antiprogressista

 

É assim que eu ando!

Pelo menos no que diz respeito ao meu papel como mulher.

Sim, eu sei que, hoje em dia, todas (ou quase todas) as mulheres querem ser independentes, investir na sua carreira profissional e adiar ou, pelo menos, conjugar com tudo isto o papel de mãe e esposa. Eu própria sempre desejei não depender de ninguém e ter o meu próprio ordenado. Por isso, trabalho. E sou esposa, e mãe.

Mas ando numa fase em que não me importava que o tempo recuasse uns anos atrás, um tempo em que as mulheres nasciam, unica e exclusivamente, para estar em casa e cuidar do marido, dos filhos e do lar, enquanto os maridos trabalhavam para o sustento da família!

Sim, isto é um cenário muito retrógrado! E um atentado à luta de muitas mulheres! Concordo plenamente.

E sei que é só uma fase. Afinal, muitas mulheres que estão nessa situação, estão fartas de estar em casa e não fazer nada de útil (embora ser mãe e esposa a tempo integral tenha muita utilidade).  

Mas a verdade é que mesmo sendo independente, mesmo tendo o meu trabalho (onde às vezes me canso menos do que em casa) e ganhando o meu ordenado, tenho também o "trabalho duro" de que muitas mulheres fogem.

E, neste momento, não me parece assim tão duro nem tão insignificante. Na verdade, acho que me daria imenso prazer (pelo menos nos próximos meses).

Acordar, cuidar da minha filha, levá-la à escola, preparar as refeições, ir buscá-la à escola, ajudá-la nos trabalhos de casa, tratar da gata, estar em casa quando o marido chegasse e despedir-me dele quando saisse e, se ainda tivesse tempo livre e dinheiro, investir em algum curso que gostasse.

O único senão, é não ser um trabalho remunerado! O que é pena. É por isso que, com muita pena minha, tenho que continuar a exercer funções nestes dois serviços tão distintos. O segundo, como dona de casa, porque gosto, e não há forma de me descartar. O primeiro, como assistente administrativa, porque não posso viver do ar e preciso do dinheiro!