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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Para uma pergunta frontal, uma resposta à altura!

Perguntou o jurado Marco da Silva, no programa Achas que Sabes Dançar, ao concorrente André Garcia, a propósito da sua deficiência física (nasceu sem mão):

Marco da Silva - "Como é que lidas, na tua vida, com essa limitação?"

André Garcia - "Da mesma forma que tu lidas com dois braços!"

É assim mesmo! Mais palavras para quê? Foi tudo dito! Para uma pergunta frontal, uma resposta à altura!

 

 

Tout est Pardonné

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A propósito do atentado da passada semana, aos jornalistas e cartonistas do Charlie Hebdo, opinou Gustavo Santos que "não tiveram bom senso, puseram-se a jeito".

Pois é verdade, sim senhor! Mas não é o que fazemos todos nós, tantas vezes na vida?!

Cada vez que escrevo e publico um texto para o blog, cada vez que faço comentários, que emito opiniões, que publico fotografias pessoais, que critico ou reclamo de alguma coisa, que me manifesto seja de que maneira for, ponho-me a jeito para as consequências dos meus actos.

O próprio Gustavo Santos, com as suas polémicas afirmações, pôs-se a jeito para o "tiroteio" que a página dele do facebook recebeu durante três dias.

Se há momentos em que mais valia estarmos quietinhos no nosso canto, caladinhos, e guardar as nossas opiniões e humor só para nós? Há. 

Mas o que seria do mundo se todos tivessemos medo de falar, de lutar, de nos expressar, de brincar? Por algum motivo, evoluimos (embora muitas vezes pareça que não), e conquistámos a liberdade de expressão. Liberdade essa que termina onde a dos outros começa. E se essa liberdade não nos dá o direito que brincar, ainda que algumas brincadeiras sejam de mau gosto, menos ainda dá o direito de matar, como forma de combate à mesma, ou de lhe pôr termo. Não podemos esperar que por cada palavra ou gesto nos seja apontada uma arma, senão não valerá a pena sequer viver. Para esses radicais, não existem direitos nem limites, nem tão pouco bom senso. Mas matam porque não lhes damos a eles aquilo que eles próprios não possuem.

E agora que, mais uma vez, os sobreviventes do atentado resolveram lutar por aquilo que acreditam, não mostrar medo e publicar a próxima edição do jornal Charlie Hebdo, não faltarão vozes a afirmar que não medem o perigo, que "estão a pedir" ou a "pôr-se novamente a jeito".

A capa volta a incluir uma caricatura de Maomé, com uma lágrima no olho, a segurar num cartaz a dizer “Je Suis Charlie”, acompanhada de uma frase a dizer “Tout est pardonné”. Coragem não lhes falta!

Mas estará mesmo tudo perdoado?

Maldita dor de cabeça

 

Até já começo a adivinhar, embora muitas vezes apareça de surpresa, quando é que nos vamos encontrar as duas! Não é ali na esquina, a tocar a concertina, mas sempre que:

- tenho uma reunião de encarregados de educação na escola ao final da tarde;

- vou a um centro comercial, seja apenas para passear ou fazer compras;

- durmo mais do que é costume;

- estou em locais barulhentos (foi o caso do circo no Natal, da dancetaria na Passagem de Ano);

- ando na rua em dias de muito sol, mesmo usando óculos de sol.

Depois, é aguentá-la até ao dia seguinte. Mal consigo movimentar a cabeça sem parecer que tenho tijolos a bater lá dentro, fico tão mal disposta que nem consigo pensar em comida, não suporto a luz e só quero deitar-me sossegadinha e esperar que a manhã chegue, para a dor desaparecer.

A única coisa que me alivia, e sabe mesmo bem, é água quente constante na zona em que me dói. Se pudesse, ficava ali horas no duche, só para passar mais depressa! Mas a conta da água iria, certamente, disparar. E o gás acabar num instante!