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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Há falta de médicos em Portugal?

 

Diz-se que Portugal tem "doutores" a mais.

Mas, ao que parece, nesses ditos "doutores", deve haver uma grande falta de médicos, já que uma das medidas anunciadas, pelo ministro da saúde, para melhorar a resposta nos centros de saúde e diminuir a afluência às urgências dos hospitais no SNS, foi recorrer a médicos reformados!

Para isso, tornam-se necessárias alterações à lei. Como diz Paulo Macedo, está a ser “ultimada a legislação no sentido de dar novas possibilidades de contratar médicos reformados, por exemplo, não lhes exigindo um horário de 40 horas integral mas flexibilizando essa prestação”.

De acordo com o ministro, esta possibilidade tem vindo a ser negociada com o Ministério das Finanças
porque, “claramente trata-se de uma excepção relativamente aos reformados do nosso país mas que nos parece que, face às necessidades das pessoas, se justifica”.

Será que, realmente, se justifica? E em que sentido?

Justifica-se porque é, de facto, necessário contratar médicos e não temos entre nós outros médicos dispostos a trabalhar nas condições propostas, ou suficientemente competentes para os cargos? Ou porque é mais conveniente para o Estado, e nem sequer ponderaram contratar médicos ainda no activo, ou à espera de uma oportunidade para exercer aquilo para que estudaram?

E, já agora, se se justifica abrir uma excepção à regra, e contratar profissionais reformados, face às necessidades das pessoas, no caso da saúde, por que não se justifica também para aqueles que, apesar de reformados, ainda se sentem úteis e capazes de trabalhar?

E como é que vão proceder em relação à reforma e ao pagamento pelos serviços prestados desses médicos reformados. Será que, justificando-se a excepção à regra, se justifica também a acumulação de uma e de outro? Ou suspenderão a reforma enquanto estiverem ao serviço do Serviço Nacional de Saúde? E, se se justifica para estes, porque não para aqueles a quem a reforma mal chega para sobreviver, e que arranjam um trabalho para compensar?

Aí já não têm interesse as necessidades das pessoas?