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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A Bela e o Vilão

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A minha segunda aquisição de 2015!

Comprado no Continente, com 10% de desconto sobre o preço do editor, e mais 25% de desconto em cartão.

É o sexto livro da Série Bridgerton, e conta a história de Francesca Bridgerton e Michael Stirling:

"Libertino. Devasso. Debochado. Três adjetivos que podiam descrever Michael Stirling na perfeição. Bem conhecido nas festas londrinas, quer desempenhasse o papel de sedutor ou o papel de seduzido, uma coisa era certa: nunca entregava o coração. Ele teria até acrescentado a palavra “pecador” ao seu cartão de visita se não achasse que isso mataria a pobre mãe.
Mas ninguém é imune ao amor. Quando a seta de cupido atinge Michael, dá início a uma longa e tortuosa paixão – pois o alvo dos seus afetos, Francesca Bridgerton, tem casamento marcado com o seu primo.
Mas isso foi antes. Agora, Francesca está novamente livre. Infelizmente, ela vê Michael apenas como um ombro amigo – até à fatídica noite em que lhe cai inocentemente nos braços, e a paixão se revela mais poderosa e intensa do que o mais perverso dos segredos…"

 

Já eclipsaram hoje?!

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A cada novo eclipse que acontece, lá vem uma imensa publicidade, por vezes até exagerada, sobre o fenómeno, sobre aquilo que as pessoas vão poder visualizar, sobre o que vai acontecer.

E lá vêm as mesmas recomendações de sempre: usar apenas óculos especiais (que este ano em poucos sítios se vendem), não utilizar vidro escuros ou outros objectos e, nunca, mas nunca, olhar directamente para o sol.

Os riscos podem incluir lesões irreversíveis na visão ou mesmo cegueira.

Ora, todos nós sabemos que, muitas vezes, estas recomendações têm, precisamente, o efeito inverso.

Qual foi a primeira coisa que fez a mulher de Ló, segundo a Bíblia, ao ouvir a recomendação de que não deveria olhar para trás quando Sodoma estava a ser destruída? Olhou para trás!

Qual é a primeira coisa que fazemos quando alguém nos diz algo do género "ah e tal, mas não olhes agora"? Viramo-nos imediatamente! 

É involuntário, mas é o que acontece. E, sejamos honestos, quem nunca olhou para o sol, em dias de eclipse, ainda que por meros segundos, com protecção improvisada, ou mesmo sem qualquer protecção? 

Vida triste

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Há pessoas com vidas muito tristes.

Pessoas que não tiveram a infância que deveriam ter tido, que foram obrigadas a crescer mais depressa, que nem sempre tomaram as melhores decisões na vida, e que chegam agora à velhice com a solidão como única companhia.

A pessoa de que falo é apenas uma, entre muitas. Vem de uma família de 5 irmãos, um rapaz e quatro raparigas que, após a morte dos pais, tiveram destinos diferentes.

Não é uma história da gata borralheira, mas também nela existiu a madrasta má. E foi com ela que, juntamente com uma das irmãs, este rapaz foi criado. Pelo que sei, foi a partir daí que tudo começou. 

Primeiro, os maus tratos. Depois, a revolta. E quando percebeu, já estava enredado no mundo do crime. Se foi o caminho mais fácil ou o único possível, é discussão para um outro texto. Mas não terá sido, de todo, o caminho acertado.

Este homem casou, teve filhos, e teve netos. Não sei se isso aconteceu antes ou durante as suas idas e vindas casa-prisão-casa. Sim. Grande parte da vida deste homem foi passada entre detenções, liberdade condicional e novas detenções. 

E chega um momento em que nos perguntamos se isso não se deverá ao facto de encontrar lá dentro aquilo que não tem cá fora. Lá dentro, tinha um tecto, tinha uma profissão, tinha ocupações e não preocupações. Nos companheiros, os seus amigos, a sua "família".

Cá fora, a vida não é fácil. Principalmente para ex presidiários. E, especialmente, para aqueles que não sabem ou não querem aproveitar as raras oportunidades que surgem. Cá fora, as filhas nunca quiseram saber deste pai. A ex mulher não quis saber deste homem.

Restavam-lhe duas irmãs, a quem ele recorria quando estava cá fora. E era nelas, e nas sobrinhas que se ia apoiando. Cá fora, sempre mostrou a sua faceta divertida, brincalhona, feliz, como se a vida lhe corresse de feição. Mas, lá dentro, teve de lidar com o mundo mais negro - violadores, traficantes, assassinos...

No entanto, por mais que as irmãs gostem dele, há também uma espécie de "vergonha" pelo que ele fez, mesmo compreendendo o que o levou a isso, mas não aceitando essa "desculpa" como justificação para os constantes erros. Para elas, é um caso perdido. Alguém que surge uma vez ou outra, depois de anos sem dar notícias. Atrevo-me até a dizer que, para elas e para a restante família, ele é um fardo que ninguém está na disposição de carregar. Não há ligação, não há confiança, não há praticamente nada...

Apercebo-me que este homem, hoje com mais de 70 anos, saído há pouco tempo (mais uma vez) do estabelecimento prisional, que diz querer paz e sossego no tempo que lhe resta de vida, está completamente sozinho. Já nem aqueles que, antes, ainda tinham esperança e lhe davam um pouco de carinho e amizade, querem saber dele. E os que o fazem, é à distância.

Hoje, este homem quer, quem sabe, recuperar o amor das filhas, conquistar o dos netos, retomar laços familiares. Mas todos têm as suas vidas, e ele não cabe nelas. Este homem, passa os dias à espera de gestos que, provavelmente, nunca irão chegar.

E isso é triste...É triste porque este homem sempre passou e vai continuar a passar a sua velhice em completa solidão. Se cá fora, ou lá dentro, não faço ideia. Mas o que resta a alguém que já não tem nada nem ninguém a perder?...