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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Quando o entusiasmo inicial se transforma em dúvida

 

Sabem aquela sensação que muitas vezes experimentamos, depois do entusiasmo inicial, quando voltamos a pousar os pés na Terra? É assim que eu me sinto!

Mas, vamos lá começar do início, senão ainda começam a pensar, tal como o meu pai teve a gentileza de me perguntar, que eu não estou bem psicologicamente!

Tudo começou no dia da Corrida da Criança. Andávamos à procura da tenda das pinturas faciais e encontrámos, por mero acaso, uma tenda de uma agência de modelos. Pensei que a ideia era maquilhar as crianças ali mesmo e simular uma sessão fotográfica, só para se divertirem, mas não. Além de uma fotografia, o que faziam era ficar com os contactos de quem estivesse interessado, para depois chamarem para um casting na agência. 

Eu ainda disse "ah, não vale a pena", mas o meu marido incentivou e a minha filha também quis, por isso, vamos lá. Foi, então, chamada para o casting, em Lisboa.

A agência é a Space Milan Models. Não conhecia, nunca tinha ouvido falar, mas fui ver o site oficial e a página do facebook, e pareceu-me credível. Tanto pelos trabalhos que lá apresentam, como pelos agenciados e formadores conhecidos (Cláudio Ramos, Pedro Crispim, FF, Raquel Prates e muitos outros), e pelos parceiros que têm. 

Consegui combinar o casting para um dia em que o meu marido podia ir connosco e lá fomos. Para a Inês, seria uma experiência, e ficasse por ali, tudo bem. Não ia com expectativas, mas já tinha ouvido dizer que algumas pessoas foram chamadas para lhes apresentarem formações caríssimas.

O meu pai, logo aí, alertou-me para o facto de irmos expôr a Inês, de irmos dar os dados dela a pessoas que não conhecemos de lado nenhum, que podia ser tudo um esquema. Eu também tenho algum receio mas, como disse, não é assim uma empresa tão desconhecida e pareceu-me que é profissional.

No dia do casting, a directora de casting, Celina Machado, pareceu-me uma senhora excepcional, até mesmo na forma como conversou com a Inês e a pôs à vontade, à forma como nos explicou tudo, como lhe explicou como as coisas funcionavam. Como não ignorou os pontos mais fracos mas elogiou aquilo que ela tinha de melhor, e como se poderia contornar ou solucionar o restante. 

Ninguém fez promessas. A minha filha passou no casting e ficou agenciada. Mas isso acontece, provavelmente, a quase todas as crianças. E lá veio, então, a proposta de formação, pela quantia de 700 euros, que ficou imediatamente de parte.

A outra proposta era fazer um book, que consiste em duas sessões - uma teórica e a sessão fotográfica propriamente dita - por 200 euros, e que já é algo que se poderá mostrar a possíveis clientes, que poderão ser de várias áreas, desde catálogos de roupa, publicidade, televisão, teatro, etc.

Naquele momento, tendo em conta o feedback positivo em relação ao potencial da minha filha, achei que valia a pena o esforço, e paguei então o book.

No entanto, mal saí porta fora, fiquei com aquela sensação "já me enrolaram em grande estilo!". Sim, não houve promessas. Mas até que ponto, aquilo que foi dito à minha filha, não o é também às outras crianças e pais, só para que nos sintamos tentados a investir? 

Quantos daqueles pais que lá estavam naquele dia pagaram por alguma destas propostas? Tenho quase a certeza que, para muitos, tudo ficou por ali. Mas poderá ter havido quem, como eu, tenha investido na formação ou no book.

Mas, enfim, nem tudo é mau. Mesmo que o book não venha a servir para nada, vai ser uma recordação para a Inês, ter ali umas fotografias suas tiradas por profissionais. Isto, porque quero acreditar que, de facto, é uma agência séria e credível.

Acontece que, por azar, nos dois dias que temos que lá voltar, o meu marido está a trabalhar e não tem forma alguma de ir connosco, o que significa ter que ir eu com a minha filha sozinhas para Lisboa, e não me agrada nada.

E não ajuda o meu pai estar a converter-me numa mãe irresponsável que não se encontra no seu perfeito juízo, ao ponto de me perguntar se eu me sinto psicologicamente bem para concordar com esse absurdo! Ir com uma criança de 11 anos para Lisboa, para lhe tirarem fotografias, com tudo o que se houve sobre redes de pedofilia e tráfico de crianças.

Obrigadinha! Eu sei de tudo isso. Mas quero acreditar que não é esse o caso. E quem me dera que fosse tudo feito aqui em Mafra mas, infelizmente, estas agências estão todas nas cidades. E até queria que ele fosse acompanhar-nos, mas nem cheguei a pedir porque em conversa com a neta ele disse logo que não ia. 

Também sei que ela só tem 11 anos, mas vemos crianças ainda mais novas nas revistas e na televisão. E sei que ela tem que estudar, mas se (e isto é mesmo o se, porque ninguém disse que ia ser chamada para fazer alguma coisa) ela eventualmente for chamada para algum trabalho, sou eu que decido se ela fará ou não. E se ganhar algum dinheirito, pode juntar às poupanças dela, ou para alguma coisa que ela venha a precisar.

Por isso, estou aqui sem saber se devo dar ouvidos a quem me incentiva a ir, ou a quem considera tudo isto um risco desnecessário. Como se não bastassem já os meus receios e dúvidas.

Alguém por aí conhece a agência ou sabe minimamente como estas coisas funcionam, que me ajude a dissipar todas estas incertezas que pairam por aqui?

Ou deve ser urgentemente decretado o meu internamento compulsivo?

 

Façam do vosso verão um verão mais solidário!

 

Com a chegada do verão, vem também o calor, roupas frescas, as férias, novas aventuras, e muita diversão.

Mas também há lugar para entrarem em ação, e soltarem o vosso lado mais solidário. Não custa nada! E, com pequenos gestos, podem fazer uma grande diferença.

Aqui ficam algumas sugestões:

 

Doação de roupas usadas

Podem começar pela renovação do vosso guarda-roupa. Esta é a altura certa para olharem para o vosso armário, e escolherem o que vão querer usar neste verão, e o que está apenas a ocupar espaço. Assim, ficam com uma noção do que têm, de que forma podem conjugar, e ficam ainda com espaço livre para novas peças que queiram comprar. 

Quanto às roupas que já não querem, podem sempre doar. Mas, atenção! Se essas roupas estiverem manchadas, rasgadas ou com outro tipo de defeitos, devem ir para o lixo. Se lhes faltar botões ou fechos, convém tratarem do arranjo antes de doar. As roupas doadas devem ser entregues em bom estado, e devidamente higienizadas. Afinal, as pessoas que delas irão fazer uso podem ser carenciadas, mas não deixam de ser como nós, e merecem!

Depois de colocada em caixas, ou sacos (conforme vos der mais jeito), devem procurar na vossa zona pessoas que estejam a precisar ou a pedir, ou entregar a instituições de confiança que existam onda moram, ou que conheçam.

 

Ações de Limpeza das Praias

Todos os anos encontramos as praias cheias de lixo, proveniente de comportamentos incorretos, e prejudiciais à natureza, da sociedade em que vivemos.

Com a aproximação do verão, as autarquias e juntas de freguesia costumam promover ações de limpeza das praias, de norte a sul do país, numa das quais se podem inscrever! É uma questão de se informarem se vai haver alguma ação deste género na área da vossa residência. 

Mas, mesmo que não haja, podem tomar essa iniciativa, juntar um grupo de amigos e pôr mãos à obra!

E já agora, quando estiverem na praia, dêem o exemplo e alertem as pessoas para os comportamentos errados que muitas vezes têm.

 

Acolher ou tratar um animal abandonado

Durante o período de verão, o número de animais abandonados, nomeadamente, cães e gatos, cresce assustadoramente. Isto deve-se ao facto de as pessoas irem de férias, e não quererem levar consigo os seus animais de estimação. Por isso, ou os deixam em casa, ou pelo caminho, abandonados à sua sorte.

Se conhecem alguém que tenha animais de estimação, e esteja a pensar ir de férias, informem-nos que existem várias opções, se não quiserem levar o seu animal. Podem sempre pedir a familiares ou vizinhos que olhem por eles nesse período, que tratem deles para que não lhes falte comida, higiene, e companhia. Também existem hotéis para animais e ONGS (organizações não governamentais) que oferecem estadia.

Por outro lado, se se depararem com um animal abandonado, como devem agir?

Em primeiro lugar, devem oferecer água e comida. E, se puderem, abrigá-lo. Mesmo que não possam ficar com ele definitivamente que seja, pelo menos, temporariamente. Entretanto, podem ir divulgando fotografias e tentando encontrar famílias que estejam interessadas em acolher ou adotar. 

Mas atenção – se o animal estiver ferido, é preciso ter cuidado ao aproximar, porque pode estar com dores, sentir-se ameaçado, e reagir de forma agressiva.

Outras formas de ajudar, mas mais dispendiosas, serão comparticipar ou custear eventuais tratamentos que o animal em causa necessite.

E podem sempre oferecer-se como voluntários em associações que cuidam de animais abandonados!

 

Artigo escrito para a secção de Acção Social da revista BLOGAZINE N.º 2.

 

 

 

 

 

 

 

Vida social interessante

 

A vida social da minha filha é muito mais interessante que a minha! E com uma agenda muito mais preenchida (pelo menos no que toca a diversão)!

Ontem de manhã foi tirar fotografias e almoçar fora com os avós.

À tarde, uma festa de aniversário na piscina, em casa de uma amiga, onde acabou por fazer uma nova amizade. A seguir, jantar fora com o pai e ida a uma festa popular.

Hoje vai a um casting!

 

 

Só as grávidas é que têm desejos?!

 

No outro dia, nos Correios, estava eu a conversar com a funcionária sobre o McDonald's, e sobre como gosto de lá ir, mas só esporadicamente, quando estou há algum tempo sem ir ou quando estou de desejo.

E pergunta-me ela: "Ah, mas está de bebé?!"

Ao que lhe respondo "Não! Mas são só as grávidas que podem ter desejos?!"

 

Como transformar humilhação em fama!

 

Cada um é como é e ninguém tem o direito de humilhar outra pessoa, muito menos nos meios de comunicação social.

E eu fui uma daquelas que não achou correcta a atitude da SIC e dos produtores do programa Ídolos, quando resolveram, por brincadeira, colocar umas orelhas enormes num dos candidatos.

Mas convenhamos que o pobre rapaz que, a partir da exibição desse programa, ficou quase uma semana em casa, deprimido e humilhado, a chorar e sem vontade de ir à escola, por vergonha, soube aproveitar bem a situação!

De tão envergonhado que estava, que nem podia encarar os colegas da escola que, por acaso, num vídeo, até disse terem-no recebido bem e com cartazes e mensagens de apoio, pôs-se a dar entrevistas, já sorridente.

De repente, surgiu uma alma caridosa que lhe ofereceu uma cirurgia às orelhas, para que não voltasse a ser vítima de bullying (o que acho muito bem, mas tenho pena que tenha sido só agora, e nestas circunstâncias).

E já que não cumpriu o seu sonho de ser tornar Ídolo de Portugal ou, pelo menos, cantor, eis que lhe satisfazem um dos seus outros sonhos - ser modelo!

De um dia para o outro, vemos abrir as portas do mundo da moda a alguém que, de outro modo, provavelmente nunca lá entraria.

Sim senhor, fazem muito bem, para mostrar que ele não é menos que ninguém. E sim, ele faz bem em aproveitar a situação - gozaram com ele, agora tomem lá!

Mas será que estão, realmente, a ajudá-lo? Estarão a dar-lhe essas oportunidades por mérito próprio ou apenas por pena? Noutras circunstãncias, isso aconteceria?

É essa a minha grande dúvida. 

 

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