Até que ponto são os castigos eficazes na educação?
No outro dia, em conversa com uma amiga sobre os filhos e os castigos, dizia eu a respeito da minha filha:
"Por enquanto, está proibida de ir ao computador. mas, se não atinar, fica sem ver a Violetta.".
E perguntou-me ela: "Mas isso não a vai revoltar e ter o efeito inverso? Sabendo que já não tem nada a perder, não vai ficar sem vontade de se esforçar?".
Ao que eu lhe respondi: "Então, o que é suposto eu fazer? Nada? Deixar andar?".
Não me parece o melhor caminho. É nesta altura que temos que agir, para que as crianças e jovens percebam que não podem fazer tudo o que querem, e que cada acção tem a respectiva consequência, tanto para o bem como para o mal.
Educação não se dá à base das bofetadas, embore confesse que muitas vezes tiram-nos de tal maneira do sério que nos dá vontade de lhes dar uma. Também não se transmite com gritos porque, às tantas, estamos nós a gritar, eles a gritarem mais alto, nós a tentar fazer-nos ouvir, e acaba por ninguém se ouvir. Embora seja verdade que, por vezes, perdemos a estribeiras.
Assim sendo, resta-nos conversar com eles, explicar-lhes o motivo pelo qual estão a ser castigados, e de que forma podem, futuramente, evitar isso.
Claro que temos que tentar adequar o castigo à acção, sem exageros nem benevolências. E, acima de tudo, cumpri-lo.
Até que ponto a táctita dos castigos deixa de ser eficaz? Não faço ideia! Nem sei se pode, realmente, ter um efeito inverso ao pretendido. Somos pais. Não somos donos da verdade, nem temos um manual de instruções para seguir.
Privá-los de algo que gostam pode ser uma boa opção. Podem até mostrar que não os afecta nem lhes faz diferença mas, na verdade, na maior parte das vezes, custa-lhes. E muito.
Claro que pode resultar nuns casos, e não resultar noutros. Mas há que, pelo menos, tentar!