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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A discriminação já chegou aos gatos

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Num dos perfis que costumo visitar no facebook, deparei-me com este comentário, que acompanha umas fotografias de gatos a comer restos de comida que as pessoas deram para os alimentar:

 

"Enquanto existirem pessoas com a mentalidade destas, que colocam comida na via pública para os gatos, haverá sempre uma enorme colónia de gatos “vira latas” nas ruas de Mafra.

Até quando?"

Digam-me que eu não li bem o que aqui está escrito, porque não consigo acreditar que alguém tenha dito algo assim, sobre quem não tem culpa de ter vindo ao mundo e estar abandonado à sua sorte.

Não sei que a pessoa em causa estava a utilizar os gatos para acusar as pessoas, ou as pessoas para acusar os gatos mas, seja como for, foi um comentário triste e desnecessário.

Eu diria que, enquanto existirem pessoas com a mentalidade desta, que criticam aqueles que, não tendo nada a ver com o assunto, ainda assim exercem a sua bondade para com estes animais abandonados dando-lhes comida para que não morram à fome, continuará a haver discriminação, e gatos abandonados e maltratados nas ruas de Mafra.

Que alertem as pessoas que, ao alimentar estes gatos, tentem colocar a comida em recipientes para evitar que a comida fique espalhada pela rua, é uma coisa.

Que incentivem as pessoas a pegar num destes gatos, e ajudá-lo dando-lhe um tecto e melhores condições de vida, para que não corra perigos desnecessários na rua e se evite a procriação, é uma coisa.

Mas apelidar os pobres gatos de "vira latas", só porque não têm a sorte de ter tido uma família que os tratasse bem e lhes desse amor e carinho, é descer muito baixo. O que é que esses gatos têm a menos que aqueles que comem comidinha gourmet, que dormem refastelados numa cama quentinha, cujos donos os levam constantemente ao veterinário, e que são tratados como verdadeiros príncipes? A única coisa que têm a menos, é a oportunidade de uma vida melhor. Tal como acontece com as pessoas. Com os ricos e pobres. Mais nada.

Por isso, em vez de vir para as redes sociais criticar e dizer mal dos gatos de rua de Mafra, ocupem o vosso precioso tempo a lutar contra o abandono, os maus tratos, a discriminação, em medidas de protecção destes animais, e na busca de soluções válidas para o problema!

 

Máquina de lavar ou árvore de Natal?!

 

Chego eu ontem a casa, curiosa para ver a máquina de lavar roupa nova, experimentar e ver como funcionava.

Mal carrego no botão para ligar, o botão de selecção de programas enche-se de luzinhas, o painel luminoso acende, e cada vez que mudo alguma coisa, dá um toque. Assusto-me, quando olho para o tempo de cada lavavem, de cada programa. A outra era muito mais rápida!

Ao escolher o programa, a máquina, inteligente, escolhe logo as restantes opções - temparatura, enxaguamento, centrifugação.

O que é isto, pergunto eu, ainda pouco ou nada habituada?! 

Perco algum tempo, a ler o manual. Ponho roupa a lavar. Fico ali especada a olhar para a máquina, a ver como aquilo funciona.

Em seguida, vou à minha vida, que tenho mais que fazer, o tempo é escasso e a máquina ainda leva duas horas a lavar.

Estou na sala, já esquecida desse assunto, quando começo a ouvir uma música. Achei que era na televisão, algum telemóvel a tocar.

O meu marido pergunta-me também que música era aquela, e se era a máquina de lavar. Vou à cozinha, e confirma-se que era, realmente, a máquina a anunciar o fim do programa, com uma música em modo natalício, e a piscar a palavra END!

Ao fim de alguns segundos, cala-se e desliga-se automaticamente.

Então, mas eu comprei uma máquina de lavar, ou uma árvore de natal já com luzinhas e música?!

O meu marido diz que a máquina é espectacular. E lá bonita é.

Mas modernices não são comigo e, para ser sincera, preferia a minha velhinha, com aqueles dois botões para a temperatura e para selecionar o programa! 

 

Fui novamente tia!

 

Cerca de 12 anos depois, voltei a ser tia!

É certo que será apenas por afinidade, por parte do meu marido. Mas não sou menos tia por isso. 

A minha tia (que já faleceu), também era apenas minha tia por afinidade e, no entanto, foi a tia a quem eu estive mais ligada a vida toda.

A minha cunhada deu à luz uma menina!

A falta que me faz uma máquina de lavar roupa!

 

Um fim de semana inteiro sem máquina de lavar roupa, e não sei mais onde pôr a roupa suja!

A minha máquina, que já há muito tempo me andava a prevenir que não iria durar para sempre, resolveu dar o último suspiro na quinta-feira passada. Durou 12 anos! Já não se fazem máquinas assim. Aliás, já nem encontro nenhuma desta marca sequer.

Na sexta, fomos comprar uma nova, mas só a vêm entregar hoje à tarde.

Já estou a ver qual vai ser o meu passatempo nos próximos dias!

Quantos mais jovens terão que morrer...

 

...para se pôr um ponto final nas praxes estúpidas e sem sentido que todos os anos se repetem?

Sim, todos os anos, por esta altura, se fala das praxes. E todos os anos, se ouvem vozes que defendem as praxes, vozes que defendem que certos comportamentos não podem ser considerados praxe, e vozes contra qualquer tipo de comportamento que provoque danos, sejam eles praxe ou não mas, curiosamente (coincidência ou não), sempre envolvendo caloiros e veteranos das universidades.

Ah e tal, são uma forma saudável de integrar os caloiros na vida universitária. Sim, algumas podem até ser. Todas aquelas que contribuam para a formação cívica dos caloiros, para a sua real integração no ambiente de uma universidade, para um espírito de equipa, entreajuda e solidariedade.

Mas não me parece que humilhar, subjugar, mandar, agredir, ameaçar ou maltratar, se enquadrem nessa categoria.

Não me parece que obrigar estudantes a enterrarem-se na areia e beber álcool sem parar, se enquadre num tipo de praxe útil para alguém, que não mentes perversas e sem qualquer carácter.

A tragédia do Meco resultou na morte de vários jovens, sem que se tenha apurado qualquer culpado. A culpa morreu, literalmente, na praia.

Melhor sorte teve a jovem de Faro, que foi levada para o hospital em coma alcoólico. Mas podia ter corrido muito mal.

E não me venham dizer que ninguém foi para lá obrigado, e que só participa quem quer. O problema não está em quem participa, de livre vontade ou não. O problema está em quem teve a ideia de praticar tais actos!

Até quando isto vai continuar a acontecer?

Até quando vão permitir que isto aconteça?

Quantos mais acidentes resultantes das praxes serão necessários?

Quantos mais jovens terão que morrer?

 

imagem www.dn.pt

 

 

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