Quando a distância vence a proximidade
Imaginem que estas duas falésias, agora distantes, já outrora formaram uma só.
Que já houve um tempo em que a força da natureza não conseguia actuar neste rochedo. Mas, com o tempo, a fenda abriu e, aos poucos, foi penetrando cada vez mais fundo até o separar em dois.
Imaginem que, quando isso aconteceu, cada uma das partes tentou manter-se o mais próximo possível uma da outra.
No entanto, o mar colocou-se entre elas e não deu tréguas. Por cada pequena aproximação bem sucedida, uma onda revolta provocava um afastamento maior.
Imaginem que, com o tempo, as duas falésias já estão, de tal forma, habituadas à separação e à distância, que já nem a estranham, nem se incomodam. Nem tão pouco se esforçam por vencer a força da natureza e voltar a juntar-se, a unir-se como um só rochedo, que um dia foram.
Esse será o dia em que a distância vencerá a proximidade...