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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Arriscariam passar a noite nesta tenda?!

 

Pode até ser extremamente romântico passar uma noite nesta tenda, com quatro metros de tamanho, que pode albergar duas pessoas.

E acredito que seja uma experiência excepcional dormir numa tenda transparente, ou simplesmente aproveitar para apreciar a paisagem e o céu estrelado, as ondas e o horizonte.

Mas não sei se arriscaria colocar-me dentro desta bolha. Apesar de garantirem que estamos protegidos, e que é à prova de água, parece-me que, com uma onda maior, ainda era levada e ia dar por mim a navegar em pleno mar, dentro da mesma. 

E vocês, gostavam de experimentar?

 

À Conversa com Brito Ventura & Os Desalinhados

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“O Que Será de Mim” se não deixar “No Meu País”, e como legado, a música que em mim habita, deve ter pensado Brito Ventura, um advogado criminal de profissão, quando se decidiu aventurar no mundo musical. Afinal, “Não Faço Mal a Ninguém” por transmitir aquilo que me vai na alma!

Ou, talvez, o seu pensamento fosse completamente diferente!

 

 

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O que é certo é que, de um encontro de amigos, “No Mesmo Sítio” do costume, e “Sem Olhar Para Trás”, surgiu a ideia de gravar um disco. Não “Um Poema Sem Fim”, mas uma reflexão sobre a forma como as coisas acontecem ou não na nossa vida, e da forma como acabam, nunca deixando, contudo, de existir.

Depois da sua estreia, em 2015, com um álbum de onde foram escolhidos dois temas para as telenovelas da TVI, Destinos Cruzados e Belmonte, Brito Ventura & Os Desalinhados já sentiam “Saudade” de fazer boa música, e foi essa “The Reason” (a razão) que os levou a regressar com um novo álbum, até porque “A Vida São Dois Dias” e há que aproveitá-la ao máximo para fazer o que mais se gosta.

 

 

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E assim nos chega agora, em 2016, “Outra Vez”, um conjunto de músicas simples, que falam sobre a vida e os seus desencontros, e que mostra um lado mais intimista de Brito Ventura.

São eles os meus convidados de hoje da rubrica “À Conversa com…”, que aceitaram vir aqui falar um pouco mais sobre o seu trabalho e projeto, e a quem agradeço desde já pela disponibilidade!

 

 

 

Começo por perguntar, quem é o Brito Ventura, e os “Desalinhados” que o acompanham?

O Brito Ventura é um advogado criminal de profissão, que encontra refugio na música enquanto espaço e momento de reflexão e libertação. É o momento em que se soltam as amarras e podemos navegar mar adentro sem rumo nem destino. Os Desalinhados, são um conjunto de músicos de excepção, que ajudam a dar corpo e partilham comigo estes momentos.

 

Como é que surgiu este nome para a banda?

O nome é a expressão de que a musica quebra todas as barreiras: todos diferentes, todos iguais.

 

A partir de que momento é que sentiu vontade de se dedicar à música e criar canções?

Esse desejo, já há muito em mim habita, mas por vezes, existem determinadas circunstâncias na nossa vida, que nos fazem, parar, reflectir, e redireccionar as nossas opções na vida.

 

A música é algo que faz por prazer, no tempo que tem livre, ou é uma aposta a tempo inteiro? Ainda continua a exercer a atividade de advogado criminal?

A Advocacia é a minha profissão, a música faz parte da minha condição humana. Dai que, na minha vida, ambos os elementos são essências para o meu equilíbrio, tal qual o sol que me aquece e a lua que me inspira.

 

Quais são as principais diferenças entre o primeiro álbum “Até Sempre” e este novo álbum “Outra vez”?

Creio que existe uma ligação de continuidade entre os dois discos, na medida em que continua por um lado a existir um conjunto de canções simples e directas, em que a melodia anda a par e passo com a letra, e na medida em que ambos são discos despidos de pretensões. Admito uma maior componente da electrónica e das guitarras eléctricas neste segundo álbum, algo que não estava tão presente no primeiro, enquanto álbum mais acústico.

 

“A Vida São Dois Dias” é o tema de apresentação do novo álbum, já disponível nas lojas digitais. Esta música representa, de alguma forma, a vossa forma de estar na vida, e o lema que vos leva a fazer a vossa música?

Sem dúvida, é o nosso ponto de partida, é o meu modo de estar na música e na vida.

 

“The Reason” é o único tema do álbum em inglês? Por algum motivo em especial?

Acima de tudo foi um desafio a que me propus, compor uma canção em inglês e perceber em que medida as pessoas iriam reagir.

 

Que feedback têm recebido por parte do público? As pessoas identificam-se com as mensagens transmitidas nas vossas canções?

A receptividade tem sido muito boa, ate porque e ate ao momento, tenho-me apercebido que as pessoas não se sentem defraudadas com esta linha de continuidade: continuam a ter um conjunto de canções com as quais se identificam e partilham momentos da sua vida.

 

Por onde vão andar os Brito Ventura & os Desalinhados ao longo dos próximos meses?

Seguramente, enquanto houver pessoas que gostem de nos ouvir, iremos continuar a compor e a fazer música simples, para pessoas simples: porque a vida é assim…”Este quadro pintado num poema sem fim”.

 

Muito obrigada!

 

Todas as novidades sobre Brito Ventura & os Desalinhados em:

https://www.facebook.com/Brito-Ventura-Os-Desalinhados-415272335226864/?fref=ts

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens. 

Terceiro dia sem a Tica

 

Pedi-te um sinal, e esta noite sonhei contigo! Estavas bem, a brincar. Peguei-te ao colo e pude abraçar-te e despedir-me de ti. Contigo, trazias dois gatinhos pequeninos. E acordei... Queria mais, queria continuar a sonhar contigo. Quero continuar a sonhar contigo. E quero que consigas comunicar comigo todos os dias, de alguma forma. Sinto-me mais confortada se o fizeres, embora logo em seguida volte o aperto no peito, e o nó na garganta.

Hoje fui comer Nestum e, inevitavelmente, senti a tua falta ali na bancada à espera que te colocasse um pouco no prato, para comeres comigo.

Fui arrumar o roupão da Inês, e pensei que foi aquele o último roupão que te tapou, antes de te levarem da nossa casa. Sabias que a Inês até pôs uma foto tua no seu telemóvel?!

E nós também queremos espalhar fotos tuas em cada divisão desta casa. Talvez se torne menos doloroso passar aqui os dias, e percorrer cada divisão sem a tua presença. Assim, temos-te mais perto e podemos falar contigo. Chamem-nos loucos...

Recolhi todos os teus brinquedos do chão, guardei o teu peluche favorito e o teu copinho das ervas, e tirei a tua cama da cadeira da entrada. A almofada ainda tem as tuas pegadas!

Também já temos um título para o teu livro "Tica - a nossa eterna princesa"!

Estivemos a ver algumas imagens tuas, e também de outros gatinhos. Vimos uma gatinha preta e branca, a quem deram o nome provisório de Tomatada (não me perguntes porquê), tem 6 meses, e vai ser esterilizada na próxima semana. Nós achamos que ela tem cara de Becas. É muito patusca e bonita, mas não quero estar já a trazê-la para cá.

O teu sonho pode até ter sido um sinal de que queres aqui um outro animal para nos alegrar e sofrermos menos com a tua ausência. Mas quem eu queria mesmo aqui eras tu...

Hoje, arrumámos também a tua tacinha da água. A da comida, ainda se mantém. Tem que ser aos poucos...

E descobri um pelo teu nos lençóis, enquanto fazia a cama :) Juntámos aos teus outros vestígios que foste deixando pela casa.

E assim termina mais uma dia sem ti...

Segundo dia sem a Tica

 

Na noite em que partiste, sonhei que te pegava ao colo, que estavas bem, e que repetia ao teu dono que tinha sido tudo um sonho, que estavas ali, que era real. E, no sonho, dava para perceber que era a minha imaginação a pregar-me uma partida...

Esta noite não sonhei contigo. Simplesmente, dormi, esgotada, depois do primeiro dia de sofrimento sem ti. O teu dono chegou e chorámos juntos. Ele viu-te, em sonhos. Eu, apenas uma imagem de ti, a dormir como uma bolinha de pelo. Não consegui mais ficar na cama. Estava-se a formar um grande aperto no meu peito, e tive que me levantar, sair do quarto e deixar o teu dono descansar.

Vim aqui para o quarto da tua mana Inês, e doeu muito estar aqui sentada nesta cadeira e não estares ao meu colo durante horas, agarradinha a mim, como sempre fazias. Ao mesmo tempo que ia passando os exercícios para ela, ia olhando para as tuas fotografias.

Obriguei-me a comer qualquer coisa. O pão de leite foi sendo comido com lágrimas salgadas à mistura, e estava difícil passar pela garganta, tal era o nó que me apertava a mesma.

A casa está mais fria sem ti, sentimo-nos frios aqui em casa. Eras tu que a aquecias, que lhe davas vida, que a alegravas.

Continuam a chegar palavras de solidariedade para connosco. Sabias que o nosso amigo Mimo, da Mula, também partiu da mesma forma inesperada que tu? Talvez até o tenhas já encontrado por aí.

Não tive ainda coragem de tirar as tuas tacinhas do sítio onde sempre estão. A tua comida continua intacta. A taça da água no mesmo sítio do costume - onde tu costumavas ir "snifar" água da torneira!

O teu dono acordou. Estivemos a conversar e percebemos que habitam no nosso pensamento sentimentos confusos e contraditórios.

Sinto imensa falta de abraçar um gato, de estar com um gato ao colo, de ter contacto com um gato. Mas queria que fosses tu. Só que tu já não estás cá. E é muito cedo. Trazer outro animal cá para casa era estar a substituir-te, ainda mal partiste. Era estar a trair a tua memória. Não quero isso. És tu que eu quero.

E não seria justo para o animal que viesse, esperar que ele agisse como tu, que já estavas connosco há quase 4 anos. As comparações seriam inevitáveis, a decepção podia vir a acontecer. Mas está aqui um vazio tão grande, e há tantos gatinhos a precisar de amor...É complicado, contraditório, estamos a pensar de cabeça quente e perdida, e sem saber para onde nos virarmos.

Fui à cozinha, e dei por mim a remexer a tua caixa, para ver se ainda haveria areia suja para tirar. Não havia. Levámos os teus últimos cocós para o lixo.

Fomos almoçar fora, e tentámos mudar de assunto mas, inadvertidamente, voltávamos sempre a ti e, às tantas, em pleno restaurante, quase me desmanchei. E não aguentei ao ver a tua foto no telemóvel do dono.

Nas compras, evitámos passar ao pé dos corredores dos animais, mas foi difícil não pensar que já não irias estar à nossa espera, quando chegássemos.

Depois de o teu dono ir trabalhar, ganhei coragem, e fui dedicar-me às tarefas domésticas que tinham ficado por fazer. Peguei na tua mantinha, dobrei-a e guardei-a no nosso roupeiro, onde tu gostavas de te esconder! Ainda tem o teu cheirinho. Isso deu-me um novo alento. Guardei-a ali para te sentir mais perto de nós, para te sentires perto de nós.

O problema é que continuo a alternar entre esses momentos mais esperançosos, e a angústia de não te ter mais aqui.

Vem aí mais uma noite. Só te peço que me dês algum sinal de que estás bem, que continues aqui comigo, que não me deixes...

 

 

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