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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Tarde de teatro com a M.E.L.E.C.A.

Depois de termos saído da associação, rumámos ao teatro.

Era uma peça infantil, mas já que eu tinha feito a entrevista à associação, e até ofereceram o convite, fizemos questão de ir.

Como esperávamos, o facto de haver circo aqui em Mafra, com sessão à mesma hora, acabou por roubar muito público que, por outro lado, ainda não estará muito sensibilizado para esta arte.

De salientar que também não houve uma grande divulgação da peça, o que não ajudou a encher o Auditório.

Mas penso que o público presente, apesar de em menor quantidade do que o esperado, se divertiu. Principalmente, as crianças!

O que não era difícil, tendo em conta a facilidade com que estes dois actores conseguem arrancar sorrisos.

 

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As actuações ficaram a cargo de Fernando Terra e Beto Fonseca, que entram em cena para nos explicar que vão contar a história de Romeu e Julieta.

 

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Este é o momento em que ambos se encontram pela primeira vez, e se apaixonam!

 

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Aqui, Romeu pede alguns conselhos ao seu amigo Benvolio, sobre o melhor traje para levar ao baile e impressionar a sua Julieta.

 

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Julieta confessa a Maria, a criada, a sua paixão por Romeu! 

 

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A Julieta ouve, embevecida, a declaração de amor de Romeu! 

 

Para saberem mais, terão que assistir à peça!

 

Vejam nestes links qual a próxima localidade onde será exibida:

https://www.facebook.com/assmeleca/?fref=ts

https://assmeleca.wordpress.com/

 

 

À Conversa com a associação M.E.L.E.C.A.

 
 
 
M.E.L.E.C.A. são as iniciais de Música, Espetáculo, Literatura, Ensino, Cinema e Artesanato, tudo aquilo que esta associação, situada no Parque de Santa Marta, na Ericeira, tem para oferecer!
Para nos falar um pouco mais sobre todo o trabalho que tem vindo a desenvolver, a associação M.E.L.E.C.A. aceitou o meu convite para participar na rubrica “À Conversa com…”, a quem desde já agradeço pela disponibilidade.
 
 
 
 
Como é que surgiu a ideia de formar a associação M.E.L.E.C.A.?
Quando retornamos da Itália, em Dezembro de 2012, viemos viver na belíssima Ericeira. Notamos que o concelho de Mafra é um grande celeiro artístico, porém não víamos tantas iniciativas culturais, que levassem realmente a arte ao público de forma mais direta e acessível. E foi assim que tivemos a ideia de criar uma associação cultural. O nome MELECA foi escolhido pela sua sonoridade divertida e por serem exatamente as letras que formam as iniciais das diversas áreas em que atuamos.
 
 
Quais são os principais objetivos da associação?
MELECA significa MÚSICA, ESPETÁCULO, LITERATURA, ENSINO, CINEMA E ARTESANATO.
Nosso objetivo é proporcionar vivencias culturais em pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais.
Outro objetivo é levar adiante nosso projeto social, chamado Encontros Felizes, que visa levar alegria a idosos em lares.
 
 
A associação M.E.L.E.C.A. tem a sua sede na Ericeira. Em que áreas é que a mesma costuma atuar, em cada um dos projetos em que está envolvida? Apenas no concelho de Mafra, ou um pouco por todo o país?
Apesar de termos a nossa sede na Ericeira, atuamos em todo território nacional e também em outros países. Participamos de festivais, mostras, feiras e encontros.
 
 
Que oferta tem a associação M.E.L.E.C.A., em termos de formação ligada às artes, nomeadamente, no que respeita a teatro e música?
Atualmente contamos com 3 turmas de teatro para criança, uma turma de adolescentes e uma turma de adultos. Temos as aulas de iniciação a guitarra. Iremos abrir uma turma de danças típicas brasileiras e estamos sempre abertos a propostas de formadores que nos queiram apresentar suas ideias, seja para cursos regulares ou workshops pontuais, que realizamos semanalmente.
 
 
A quem se destina essa oferta formativa?
Todas as faixas etárias.
 
 
 
 
 
A associação gere também um projeto ligado à ação social - o Projeto Social "Encontros Felizes”. Em que consiste o mesmo?
Levamos alegria a idosos em lares. Este projeto começou há 3 anos em Marvila, junto da Fundação D. Pedro IV e hoje está na Ericeira na Sociedade de São Vicente de Paulo, lar de São Lourenço.  Consiste numa dupla de palhaços que, com o uso das técnicas de clown, música, magia, etc., visita quinzenalmente os idosos.
 
 
Tal como os doutores palhaços tentam espalhar alegria entre as crianças hospitalizadas, também os vossos profissionais utilizam a arte do palhaço para trazer um novo ânimo aos idosos, que se encontram em lares e instituições de acolhimento. Na vossa opinião, e convivendo de perto com estes idosos, o que faz mais falta aos mesmos, para que possam encarar a velhice e a situação em que se encontram, com mais dignidade e alegria?
Sim. Porém há uma diferença muito grande no trabalho dos doutores palhaços de outras instituições e o nosso. Nós não trabalhamos sobre as imagens dos doutores. Nos intitulamos Senhores Palhaços. Há diferenças na forma de trabalho, apesar de irmos também em duplas.  Mas, respondendo a sua pergunta, o que acho que falta para a maioria dos idosos é o direito a dignidade. É urgente que se pare de tratar os mais velhos como se fossem seres ultrapassados, atrasados e ignorantes. São fontes de conhecimento, portadores de experiência e há de nunca esquecer que para chegarmos lá onde eles estão é só uma questão de tempo. Falta respeito.
 
 
 
 
Kit com 3 livros de Rosana Antonio
 
Em termos de literatura, a associação conta já com uma obra, da autoria de Fernando Terra, intitulada “O Dr. Palhaço”. Está igualmente previsto o lançamento de um novo livro, de autoria de Rosana Antonio, presidente da associação, para Maio deste ano. Sobre o que nos falam estas obras, e como poderão ser adquiridas?
A Rosana é uma escritora que já tem 3 livros editados connosco (Quem tem boca vai a Roma, Filhos da Mãe e Aposta) e em maio lançará sua mais nova obra. Escreve sobre histórias reais de pessoas que ela entrevista. Eu escrevi sobre a experiência que tenho como doutor-palhaço nos hospitais portugueses e italianos. Estes livros e outros livros de outros autores como Morgana Masetti e Ana Cardoso estão disponíveis na nossa sala, no parque Santa Marta (Ericeira) ou online. Basta visitar o nosso website (www.ameleca.com) e clicar em “Bazar Solidário”.
 
 
 

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A nível de teatro, esteve em cena, este fim de semana, tanto na Ericeira como em Mafra, a peça “Julieta e Romeu”, com atuações de Beto Fonseca e Fernando Terra. A que público se destina, e o que pode o mesmo esperar desta peça?
O espetáculo é uma sátira com o clássico de Shakespeare e destina-se a todas as idades, dada a riqueza que esta história traz. Uma dupla de palhaços chega para contar a história e ambos interpretam todos os personagens da trama. O público se diverte e participa do início ao fim.
 
 
O Fernando Terra é o coordenador artístico da associação, desenvolvendo diversas atividades como encenador, ator, palhaço, estando também ligado à literatura e à música. Como descreveria o trabalho que tem vindo a desenvolver nestas áreas distintas?
Comecei nas artes com 12 anos e nunca parei. Acho que estas áreas se completam, apesar de serem distintas. Sou um privilegiado e agradeço ao universo e ao meu público. Acho que toda essa minha satisfação de fazer o que faço existe porque prezo pela coerência. Tento ser o máximo coerente comigo próprio, nunca deixando que o que eu mais gosto de fazer seja moldado por outros interesses além da minha realização. Tudo isso tem um preço, mas também tem um valor.
 
 
Sendo natural de Belo Horizonte, e tendo já vivido em países como França, Alemanha ou Itália considera que, comparativamente a esses países, fazem falta em Portugal mais associações como a M.E.L.E.C.A., que enriqueçam o nosso panorama sócio-cultural?
Sem querer parecer prepotente, acho que sim. Mas vale ressaltar que há imensos artistas de associações por aí. Falta apoio não só governamental, mas a sociedade precisa também ser cada vez mais educada para perceber a importância que a cultura tem e reflete no crescimento de uma nação.
 
 
De que forma é que as pessoas podem apoiar esta associação?
Há várias maneiras. Participar dos nossos cursos e workshops é uma delas. Outra é indo aos nossos espetáculos e eventos. Comprar no nosso bazar solidário, quando  quiser presentear um amigo ou a si próprio. A forma mais direta de apoiar os Encontros Felizes é realizar um donativo através do IBAN PT50 0007 0000 00165352021 23.
 
 
Muito obrigada!
Nós é que agradecemos.
 
 
 

A primeira visita a uma associação de animais

 

Nunca tinha entrado numa associação de protecção a animais, mas tinha uma ideia completamente diferente daquilo com que me deparei.

Estava à espera de encontrar uma responsável, que nos faria uma visita guiada pelas instalações, e nos mostraria os diferentes animais para adopção, contando um pouco da história de cada um deles, explicando como era, em termos de comportamento, cada um deles, e incentivando-nos a interagir com os mesmos.

Estava à espera de encontrar os animais numa espécie de "jaulas" grandes (não sei exactamente qual o termo certo), com espaço, como se fosse uma pequena casinha, dentro da casa grande.

Nada me preparou para o cenário que me surgiu pela frente.

Depois de alguns telefonemas para tentar encontrar a dita associação, lá demos com o edifício - uma casa de habitação, como outra qualquer, já com alguma idade.

Tocámos à campainha. Apesar de ainda há 2 minutos atrás termos dito que ali estávamos, perguntaram quem era.

Abriram-nos a porta, e tivemos que ficar encolhidos num quadrado minúsculo, para que a senhora pudesse fechar a porta da rua, e abrir então a outra, que nos dava acesso ao interior da habitação.

Assim que entramos, deparámo-nos com uma típica habitação, adaptada a gatil. Os gatos circulavam, de uma forma geral, livremente pela casa. Já havia lá outras famílias, também a visitar os bichanos com vista a adoção.

A senhora com quem tínhamos falado ao telefone, mostrou-nos então a gatinha que íamos ver. Estava dentro de uma espécie de gaiola, ainda que com uma abertura que dava para entrar e sair à vontade.

Disseram-nos para ficar à vontade.

Mas, acreditem, o que eu me senti ali menos foi "à vontade". Se não fizessemos perguntas, ninguém dizia nada. Uma das responsáveis, estava agarrada a uma das gatinhas (por sinal a mais mansa, mas que devido a uma grave operação ainda não pode ser adoptada), como se temesse que alguém lhe tocasse ou fizesse mal.

Mal nos podíamos mexer. Tentei pegar na gatinha que fomos ver, e assustou-se. Não queria colo. Aceitou algumas festinhas com pouca vontade. E não era nada parecida com a imagem que tínhamos visto. Tentámo-nos aproximar de outra, fugiu sem dar hipótese.

Depois, outra coisa que nos causou alguma impressão, foi o facto que todas as mais novas estarem com uma grande área lateral sem pelo. A responsável disse-nos que era da esterilização.

A Tica foi esterilizada e não a deixaram assim. O único sítio onde lhe raparam um pouco de pelo, e onde tinha o corte, era na barriga. Mas parece que é uma nova técnica, segundo disseram.

Estivemos lá 10 minutos, se tanto, não houve qualquer ligação especial aos animais, o ambiente era estranho e acabámos por sair dali.

Quando chegámos à rua, sentimo-nos aliviados! Como se nos tivesse saído um peso de cima.

É verdade que estas pessoas fazem o melhor que podem para salvar, e encontrar um lar para estes bichanos abandonados, e fazem-nos dentro das suas possibilidades e condições. Também é verdade que os gatos andam por ali à vontade, e parecem bem tratados. Mas pergunto-me se não seria mais saudável, ou viável, optar por famílias de acolhimento temporário. 

Depois desta primeira visita, e experiência (que precisávamos mesmo de fazer), ficámos com duas certezas:

- a primeira, de que tão depressa não queremos entrar noutras associações;

- a segunda, de que ainda não estava na hora de adoptar outra gatinha!