À Conversa com os INSCH
Formada por Manuel Gomes, Miguel Rodrigues e Tiago Duarte, esta banda da Ericeira surgiu em 2014, pela mão de três amigos de longa data.
Intitularam-se INSCH, e foram considerados pela BalconyTV Lisboa “Banda do ano 2015”, para além de serem recomendados pela New In Town como um dos “8 artistas musicais desconhecidos que tem mesmo que conhecer”, e presença assídua no top de pedidos dos ouvintes da SuperFM.
Amanhã, será lançado nas plataformas digitais o álbum de estreia desta banda “Safe Heaven”, composto por 10 temas repletos de energia alternativa, e cuja gravação ficou a cargo de António Côrte-Real (UHF) e Wilson Silva (More Than A Thousand), com participação de Pedro Lousada (Blasted Mechanism).
A 12 de Maio, será feita a apresentação ao vivo do mesmo, em Lisboa, na sala Estúdio Time Out, e no dia seguinte, o lançamento oficial nas lojas.
“Bring Me Back”, que deu o nome à tournée dos INSCH em 2015, ou “Whenever You Call My Name” são alguns dos temas que poderão ouvir no novo álbum.
São eles os convidados de hoje da rubrica “À Conversa Com…”, a quem desde já agradeço pela disponibilidade!
Quem são os INSCH?
Os Insch são três amigos de longa data (já desde os tempos de liceu) que ao longo dos anos partilharam várias bandas, com outros amigos, até que as aventuras e desventuras da vida os fizeram voltar à música na forma de trio, sem nunca imaginarem que sequer iriam sair da sala de ensaios.
Esta palavra ou termo tem algum significado especial? Como é que vos surgiu este nome para a banda?
“insch” é uma palavra do gaélico escocês que significa “santuário, ilha, abrigo”.
A simbologia é imediata porque para nós a música veio materializar isso mesmo, o nosso pequeno santuário onde podemos deixar tudo o resto à porta e por umas horas sermos o que quisermos ser e transmitirmos o que quisermos transmitir.
Sendo uma banda da Ericeira, consideram que a paisagem que vos rodeia – o mar, as falésias, as praias - vos servem de inspiração constante na construção da vossa música?
Sem dúvida, é difícil não sermos influenciados pelo local onde criamos toda a nossa música, mais ainda quando temos vista oceano da nossa sala de ensaios.
Todos nós éramos surfistas, entretanto menos ativos nos últimos tempos (a música chegou-se à frente!) e a Ericeira tem de ser um local de eleição para qualquer surfista.
Mas a nossa música é essencialmente biográfica, e desse ponto de vista, a Ericeira influencia-a na mesma medida em nos influencia a nós.
Pode-se dizer que a Ericeira é o vosso porto seguro?
A Ericeira tem sido um excelente porto seguro na medida em que toda a nossa música é aqui que nasce e cresce. Se formos analisar mais a fundo o nome da banda, o nosso refúgio é a Música, e a Ericeira tem um papel inspiracional, como já se referiu.
Como caracterizam o vosso estilo musical?
Não é muito fácil falar de nós, não temos distanciamento suficiente, e algo que tentamos evitar é prender-nos a algum tipo de rótulo ou onda musical quando estamos a criar mas naturalmente as nossas influências são o molde dos músicos em que nos tornámos e são audíveis no que criamos. Diríamos que a nossa música é um rock alternativo, com laivos do grunge dos 90’s e daquele nu-metal do início dos 00’s. Mas é muito comum pessoas virem-nos dizer que soamos a esta ou aquela bandas, é curioso.
Quais são as vossas principais influências a nível musical?
É curioso que partindo de uma mesma base (fomos muito influenciados pelo rock dos 90’s), cada um tem influências bastante marcadas que traz para o que fazemos: o Manel (baixista) ouve muito indie e rock alternativo na onda de NIN, o Miguel (baterista) puxa sempre muito uma onda ska-punk e mais funk e o Tiago (guitarrista e vocalista) traz uma onda nu-metal e post-grunge. Uma regra que temos é que tudo o que fizermos é feito por todos, em conjunto, pelo que nos obrigamos sempre a que todos tragam a sua visão para todas as músicas.
Qual é a sensação de ver a vossa banda ser considerada “Banda do ano 2015” pela BalconyTV Lisboa?
Confessamos que foi uma surpresa ficámos muito orgulhosos! A votação decorreu com base numa atuação em que momentos antes decidimos não tocar o single (“Bring Me Back”) mas antes uma música chamada Home, pelo que a surpresa foi maior, até. Deu-nos muita motivação para o que aí vem, e mais confiança no resto do material que temos para mostrar.
“Little Lady” foi a primeira música a nascer, mas foi “Bring Me Back” que se tornou título da tournée 2015 dos Insch. Conseguem eleger um dos momentos que mais vos tenha marcado ao longo dessa tournée?
Pergunta curiosa e difícil de responder [risos].
Antes de decidirmos voltar a tocar juntos, passámos quase 2 anos sem tocar, e então o melhor da tournée foi voltarmos a partilhar palco, a crescer como músicos mas muito como amigos.
Temos obviamente de destacar as passagens pelo Paradise Garage e pelo Hard Club, é incrível tocar para centenas e centenas de pessoas, mas até aos dias de hoje concordamos que um dos melhores concertos que demos foi no Sabotage Club, deviam estar umas 8 pessoas na sala [risos].
No fim do dia o que mais nos marcou talvez tenha sido mesmo isso, o crescimento da “onda”, o feedback das pessoas e todas as mensagens de carinho e motivação que recebemos. Mas não foi um momento, antes um processo.
“Safe Heaven” é o vosso primeiro álbum? O que é que o público pode esperar desta estreia dos Insch?
Muito sinceramente, honestidade crua. O que escrevemos foi do coração, essencialmente para nós, sem sequer imaginarmos que um dia iria chegar a ser um álbum, longe disso. Não compomos desta ou daquela maneira a pensar em “singles” ou “vendas”. Ouvindo bem o álbum, deu-nos muita liberdade para criarmos exatamente o que queríamos, sem medos de ter distorção a mais ou notas a menos. Energia, agressividade, sentimento, honestidade.
No próximo dia 12 de Maio irão apresentar este álbum, ao vivo, na sala Estúdio Time Out, em Lisboa. Quais são as vossas expectativas para essa atuação?
A nossa expectativa é conseguirmos passar ao público aquilo que colocámos no álbum. Isto é, antes de gravarmos o álbum, e já depois de rodar bastante as músicas na estrada, fizemos um trabalho de pré-produção em que passámos 6 meses a decompor e voltar a compor cada uma das músicas, a tentar perceber até onde conseguíamos levar cada uma delas individualmente. E algumas delas evoluíram bastante, mesmo para quem as conhecia antes de álbum ou em concertos mais antigos. Sinceramente, o que esperamos é conseguir orgulhar quem nos conhece e nos acompanhou desde o início.
Por onde vão andar os Insch nos próximos meses? Vamos poder contar com uma atuação vossa na Ericeira?
Com o foco quase exclusivamente no álbum o planeamento dos próximos meses ainda está a ser feito pela agência que nos acompanha, é seguro dizer que vamos tocar nalguns festivais e eventos de Verão bem conhecidos.
Ericeira? Já cá tocámos duas vezes em bares, só não tocamos mais vezes porque não há muitos espaços de música ao vivo e não surgem mais convites. Mas todas as semanas cá ensaiamos, quem quiser vir assistir está convidado!
Muito obrigada!
Mais sobre os INSCH em:
https://www.facebook.com/inschmusic/
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.