Maria Eugénia Menéres de Melo e Castro, mais conhecida por Eugénia Melo e Castro, dispensa apresentações!
Verdadeira embaixatriz portuguesa em terras brasileiras, Eugénia conseguiu reunir, ao longo de mais de três décadas, duetos e parcerias com alguns dos maiores nomes da música brasileira, como Milton Nascimento, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa, Ney Matogrosso, Chico Buarque e Adriana Calcanhoto, entre outros.
Mas não foi só pelo Brasil que Eugénia conseguiu colaborações de grande qualidade musical. Também por cá, esta artista uniu-se a artistas como Sérgio Godinho, Jorge Palma ou Fausto.
Apesar de ter estudado artes gráficas, cinema e fotografia, e de ter tido algumas experiências como atriz em teatro e cinema, e como autora e produtora musical, compositora e apresentadora em televisão foi, talvez, na música que a filha dos escritores E. M. de Melo e Castro e de Maria Alberta Menéres mais se distinguiu, e se deu a conhecer a partir de 1980.
No passado dia 13 de Maio, Eugénia Melo e Castro lançou, nas plataformas digitais, uma coleção que reúne alguns dos seus grandes êxitos, incluindo “Conversas Com Versos”, da autoria de sua mãe, Maria Alberta Menéres, e ainda “Paz”, “Ao Vivo em S. Paulo”, ”Desconstrução”, “Dança da Luz”, “Dança_da_Lua.doc.2004”, “Motor da Luz”, “Recomeço” e “Lisboa Dentro de Mim”.
Para nos falar um pouco mais sobre estes 35 anos de carreira, é ela a convidada de hoje da rubrica “À Conversa com…”, a quem desde já agradeço a disponibilidade!
Eugénia, começo por perguntar: como é que surgiu a sua paixão pela música?
A música sempre foi a linguagem mais importante para mim, desde criança. Ouvia-se muita Música Clássica lá em casa, muito Jazz, ao mesmo tempo que se cantavam as modinhas populares, enfim, havia sempre música ao meu redor. Depois veio o Rock, o Pop, os Beatles, e a música brasileira, não tinha como escapar do assombro de ouvir a língua portuguesa cantada com tanta melodia e ritmo, e tão bem... Música é o meu alimento, mesmo que não se tornasse no meu trabalho, mais tarde, seria sempre fundamental e natural. Assim como a leitura, e a escrita.
De entre as várias áreas que teve oportunidade de experimentar, nomeadamente, teatro, cinema e televisão, qual a que mais a fascinou?
Gostei de tudo pois adoro experimentar outras linguagens, mas onde me encontro melhor e mais madura é na música, adoro desafios e experiências, mas a Música falou sempre mais alto, junto com a Literatura.
Ao longo da sua carreira musical, a Eugénia fez duetos com artistas bem conhecidos de todos nós, tanto portugueses como brasileiros. Consegue eleger um que a tenha marcado de uma forma especial?
Todos os momentos foram e são especiais, trabalhar e compor e cantar com todos os músicos que trabalhei e trabalho, é sempre uma emoção. Seria incapaz de referir um em particular, todos são muito importantes para mim. Em cada momento foi uma sensação nova e única.
Se tivesse oportunidade de escolher um artista que admire, desta nova geração de músicos, para um dueto, sobre quem recairia a sua escolha?
Em Portugal adoraria cantar com o Rodrigo Leão, acho ele muito muito bom, e no Brasil com o Lenine, ou com a Céu.
A Eugénia é considerada uma “embaixatriz portuguesa em terras brasileiras”. O Brasil é a sua “segunda casa”?
É a segunda casa sim, tenho crise de abstinência quando fico mais de 3 meses sem ir ao Brasil, e depois o mesmo acontece quando estou lá, tenho de vir para Portugal. Isto repete-se há 35 anos, estou numa armadilha que eu mesma criei para mim...(rsrs)
Que balanço faz destes 35 anos de carreira musical?
Balanço mas não caio.....
No passado dia 13 de Maio foi lançada, nas plataformas digitais, uma coleção de 9 cds que reúne alguns dos seus grandes êxitos. Como é que surgiu a ideia de lançar esta coleção?
Eu acho muito importante e impensável não ter a minha discografia completa nas plataformas digitais, hoje em dia é como um espécie de arquivo vivo. Por isso batalhei para completar o que já estava nessas plataformas, para ter o mais possível a minha discografia acessível online.
Foi difícil escolher os álbuns que fariam parte da coleção?
Estou a escolher TODOS, a ideia é colocar online tudo o que gravei.
Que sonhos/ projetos a nível musical gostaria ainda de ver realizados? O que é que ainda falta à Eugénia fazer?
Eu queria tocar viola, guitarra, e estou a aprender... reaprender, na verdade... pois tenho "aqui dentro" umas coisas que quero ser eu a fazer e a mostrar. Tipo começar uma outra coisa. E tenho o PAZ 2 em andamento, autoral, já quase pronto para gravar, com o mesmo parceiro e produtor Eduardo Queiroz, e tenho um cd pronto que eu apenas canto e é uma verdadeira surpresa...e no mais...
O lançamento desta coleção trará com ela algumas atuações da Eugénia ao vivo?
No mais... é isso mesmo, eu queria mesmo era sair por aí e fazer shows e cantar sem parar... ao vivo... em Portugal. Isso sim, seria muito bom. Já pedi aos céus um bom empresário de shows...
Muito obrigada!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.