A Blogazine deste mês conta com uma mini entrevista a Bruno Correia.
Hoje, deixo-vos aqui a entrevista completa, com muitas curiosidades sobre este artista já nosso conhecido, que ficaram por desvendar na edição online:
A primeira vez que ouvi o Bruno Correia a cantar foi no programa “Operação Triunfo”, e uma das suas interpretações que, nessa altura, mais me chamou a atenção foi a do tema “Whataya Want From Me” do cantor Adam Lambert.
Era mesmo um dos meus concorrentes favoritos à vitória, que acabou por não alcançar. Mas Bruno Correia não é um homem que desista dos seus sonhos, e concorreu ao programa “Rising Star” conseguindo, não só mais visibilidade, como também a tão desejada e suada vitória.
No entanto, a carreira musical de Bruno começou muito antes, quando fez parte do grupo juvenil Onda Choc, com apenas 10 anos, seguindo a participação no grupo Malta Pop.
Ao longo dos anos, foram vários os projetos em que esteve envolvido, desde festivais, concursos, musicais, interpretação de temas para diversas telenovelas, e até dar voz a personagens e músicas da Disney.
Em Agosto do ano passado, lançou o seu primeiro álbum, intitulado “Bruno Correia”, fruto do prémio alcançado com a vitória no “Rising Star”, e que conta com 13 faixas, 4 das quais cantadas em inglês.
O single de estreia foi “Tudo o que eu quero és tu”, com música e letra de Ricardo Tchiovola e Enoque Silva, e está incluído numa votação para melhor canção do ano de 2015, promovida pela ESC PORTUGAL.
Bruno, começaste por fazer parte do grupo juvenil “Onda Choc” que, na altura, fez imenso sucesso entre os mais novos. Guardas boas recordações dessa época? Como era ser visto como um ídolo para as crianças e jovens que vos ouviam?
Ter feito parte dos Onda Choc, foi uma das maiores realizações pessoais.
Era um grande fã, gravava todos os programas, tinha os recortes das revistas todas onde eles vinham. E para além de tudo isto, tinha todos os LP’s da banda.
Sonhava, imaginava ver-me ali ao lado de todos aqueles meninos e meninas.
Quanto à parte de fazer parte da banda e passar de uma criança anónima a alguém conhecido, teve o lado bom e o lado mau.
O lado bom foi acima de tudo o viajar, conhecer muitas pessoas, os fãs vinham ter comigo, pediam para tirar fotos...O chamado momento mágico da fama.
Conheci o lado de lá da TV, como era entrar num estúdio para gravar um álbum. Ouvir os temas novos para gravar, os testes para ver quem iria ficar com solos no grupo, as coreografias, as pessoas reconhecerem-me na rua (eu ficava extremamente envergonhado). Foram dos melhores momentos da minha vida.
O lado negativo tem a ver muito com as invejas que sentia, por ser popular na escola, aparecer na TV, revistas, anúncios publicitários.
Cheguei mesmo a sofrer de bullying na escola.
Mas nunca desisti da música derivado à parte negativa.
Apesar de te dedicares, desde tenra idade, à música, também tens formação na área da farmacêutica. É uma área que te cativa?
Por incrível que pareça, tenho muitas saudades de estar atrás de um balcão de uma farmácia ou parafarmácia.
Gosto muito da área. Da parte da socialização, conhecimento.
Foi uma fase da minha vida muito segura a todos os níveis.
Apesar das saudades, espero honestamente não ter de voltar a trabalhar na área.
Será para mim, sinal que consigo viver da música.
Mas se tiver de ser não tenho problema algum de voltar a trabalhar, seja na indústria farmacêutica ou outra área.
Como é que surgiu a oportunidade de dar voz a algumas personagens da Disney?
Chegar à Disney é muito complicado.
É um meio muito fechado. E as vozes das personagens de cada país, têm de ser o mais igual possível às vozes originais.
Eu fui fazer inicialmente a voz cantada de outros desenhos animados e acharam-me piada pela minha criatividade.
Posteriormente, veio o " Bob o Construtor", em que fiz a voz do espantalho e de 2 tratores, para os espetáculos ao vivo no Meo Arena e no Pavilhão Multi Usos.
O diretor de dobragens desses bonecos gostou muito da versatilidade da minha voz e perguntou-me se estava aberto para fazer um casting para uns bonecos da Disney tipo "Marretas". Claro que disse sim, e calhou me ser um Lontra roxa. E a partir daí as coisas foram acontecendo. É uma área muito gira, mas muito complicada de início.
Pois temos de ser o mais certo possível a falar, com os batimentos da boca do boneco. Mas depois apanha-se o jeito.
Já interpretaste temas musicais da Disney e também para diversas telenovelas. Gostaste da experiência?
Amei a experiência.
Confesso que os meus amigos e familiares ficaram histéricos, e todos me ligavam a dizer que estava a dar na novela X.
Quando vi confesso que chorei. Ouvir a minha voz e música ganharem vida com personagens e uma história.
Espero em breve voltar a repetir numa novela ou banda desenhada.
Mas o que eu amava mesmo, seria ouvir-me a cantar a banda sonora de um filme de cinema. E ouvir-me numa sala de cinema.
Nos últimos anos, participaste em dois concursos musicais – “Operação Triunfo” e “Rising Star”. O que aprendeste a nível musical com essas duas participações?
É verdade, em 2010 participei na "Operação Triunfo" e 5 anos depois no "Rising Star".
A "Operação Triunfo" tinha uma vertente especial que mais nenhum programa de talentos tem, a escola onde passávamos 5 dias por semana na mesma, com aulas, e ao sábado era o direto. Tínhamos apenas o domingo para poder descansar.
Aí sim, aprendi algumas técnicas de respiração, exercícios de aquecimento vocal, postura corporal, que por incrível que pareça usei muitas delas 5 anos depois no " Rising Star".
Quanto a este último, era um programa que cada um está por si, e cantávamos com a voz e técnica que tínhamos ou não.
Por vezes o diretor musical CC, dava-nos umas boas dicas para nos ajudar a tirar maior partido da nossa voz e podermos brilhar mais.
Sentes que o “Rising Star” foi uma espécie de “desforra”, por não teres conseguido a vitória no programa em que antes participaste?
Não vejo as coisas por esse prisma.
Sou muito bom perdedor. E um jogo é isso mesmo.
Há os que ganham e os que perdem. Nunca senti ter perdido nada, pois tenho os pés muito fixos à terra. E tiro sempre partido positivo, até mesmo das coisas menos boas.
Nunca senti que o "Rising Star" seria uma desforra...Eu nem queria concorrer, nem me inscrevi.
Apenas, acabei por ir ao casting e fui passando. Já que tinha entrado no jogo, aproveitei de forma salutar e honesta aquela que seria para mim e dada por mim, a oportunidade para e pela última vez tentar algo na música. Apenas queria conseguir mais uma vez, expor-me ao público e sendo a TVI um canal com muita audiência, achei que poderia ser concretizado o meu sonho e poderia ser por aqui o caminho.
Nunca pensei sequer ganhar...Se fosse convidado logo na 1ª gala para gravar um CD ou assinar um contrato discográfico, teria abandonado o programa de imediato.
Venci. E agora mais do que nunca tenho de provar, não só que mereci o 1º lugar, como marcar o meu território enquanto artista.
Em 2015 lançaste o teu primeiro álbum. Qual tem sido a recetividade do público à tua música, e a este trabalho em particular?
A meu ver a recetividade à minha música tem sido extremamente positiva.
Este CD é algo muito genuíno. Canto e dou ao meu público exatamente aquilo que gosto de cantar e sentir.
Não fui forçado a gravar X ou Y.
Deixa-me muito feliz, ler mensagens de admiradores a dizerem-me que a minha música marcou lhes numa fase boa da vida, que me ouvem para encontrarem paz, que começaram a namorar ao som da minha música.
Como qualquer artista, ler ou ouvir estes elogios é muito bom. Confesso que também acho estranho. Pois normalmente, eu também sinto, choro, namoro, rio ao som da música de outros artistas. Por acaso também já aconteceu ao som da minha.
Como é que caracterizas este teu primeiro álbum?
Este meu 1º álbum é todo um fruto de muito trabalho e anos de luta.
É a realização de um sonho tornado em algo físico.
Todos os temas, tenham sido ou não escritos por mim, falam da minha vida pessoal, luta pessoal e profissional, amores, desamores. É algo muito honesto e sincero.
Posso dizer que o gravei numa fase péssima da minha vida. Em que tinha que cantar a esperança e coisas boas, e estava a atravessar um grande problema pessoal.
Mas estou muito feliz com o resultado.
Acima de tudo, porque o meu produtor e amigo José Castanheira soube captar a minha essência em cada frase, em cada música.
Se tivesses que escolher, de entre as 13 faixas, aquela que melhor te define, qual seria?
É muito complicado escolher apenas 1 dos 13 temas.
Visto ter sido eu, em conjunto com a Farol e o meu Produtor a escolher todos os temas.
Cada um tem o seu momento, ouço conforme o meu estado de espírito, e mexem comigo de forma diferente. Gosto de todos.
Quais são os teus planos para 2016? Vamos ter novo trabalho, ou vais continuar a divulgar o álbum “Bruno Correia”?
Espero que o ano 2016 seja um ano repleto de coisas boas.
Muita estrada, TV, amava voltar a representar, gostava muito de fazer novela em Portugal.
Assinei contrato com a Up Music (meus novos managers), sou embaixador em Portugal da DHI (uma das maiores empresas a nível mundial de transplante capilar, etc.).
Gostava de ser convidado para o " Dança com as Estrelas" e poder aprender mais sobre a arte de dançar, pois adoro dançar.
Gostava que houvesse outro "Rising Star" e gostava de ser júri.
Vou continuar a promover o meu 1º CD "Bruno Correia" e já estamos em fase de escuta de novos temas.
Há muitos projetos que ainda não posso desvendar, muitas ideias minhas e da UpMusic que irão ser concretizadas.
Acima de tudo, o que eu mais desejo é ser feliz a fazer o que mais amo, cantar.
Muito obrigada pela tua disponibilidade! Desejo-te muito sucesso no futuro.
Sabe mais sobre o Bruno Correia em:
https://www.facebook.com/BrunoCorreiaPaginaOficial/
Nota: Esta entrevista teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens, e foi realizada para a Blogazine n.º 12.