António Justiça, que já tinha feito parte de vários projetos musicais, surgiu em 2013 com a ideia de um novo projeto.
A ele, juntaram-se André Imaginário (guitarra), Rui Valentim (teclas), Filipe Pires (baixo) e João Malaquias (bateria), formando a banda Patinho Feio.
Com um ano de 2015 pleno de concertos, surge agora o primeiro disco “Para Não Se Estar Calado”, lançado hoje em formato digital.
Patinho Feio são uma banda que vem provar que o rock em português está vivo, de boa saúde, e recomenda-se!
Hoje estão aqui no cantinho para falar sobre o seu projeto, e o álbum de estreia.
Patinho Feio, porquê este nome?
Digamos que talvez haja um patinho feio em cada um de nós, em cada pessoa :)
Um pouco à semelhança do imaginário proporcionado pelo conto de Anderson isso foi determinante na escolha do nome.
Quais são as vossas referências musicais a nível de rock, tanto em Portugal como a nível internacional?
Todos temos gostos diferentes e variados no que toca a rock e isso acaba por se refletir na nossa música, em Portugal temos como referência uma grande banda os Mão Morta, no geral e a nível internacional Smashing, Queens of the Stone Age…mas aqui alarga-se um pouco o horizonte e cada um de nós terá um leque mais vasto de gostos e referências.
2015 foi um ano pleno de concertos. Conseguem destacar algum que vos tenha marcado mais?
Em 2015 um concerto que nos marcou muito foi no Popular de Alvalade, é um espaço onde gostamos muito de tocar, respira-se rock e sempre rodeados de boa gente. Já lá passámos também este ano com a apresentação do disco.
Os Patinho Feio cantam apenas “Para Não Se Estar Calado”, ou a vossa motivação vai muito além disso?
Obviamente que muito mais além, o nome do álbum tem uma ligação directa com um tema em particular, o “Porém Onde Se Pode Ouvir “...porém vá-se lá saber, às vezes fala-se para não se estar calado...” é uma vontade de nos fazermos ouvir / exprimir, se não estamos calados não estamos parados é um pouco por aí…tocar o mais possível para levar o Patinho Feio a um maior número de pessoas.
Muitas bandas apostam em álbuns totalmente cantados em inglês, sobretudo quando falamos de rock. Porque é que os Patinho Feio optaram pela nossa língua? Consideram que foi uma boa aposta?
É um facto que há muitas bandas a cantar em inglês, mas também parece começar a haver outra tendência e a música em português parece querer reaparecer e até reinventar-se. No nosso caso desde cedo que definimos que seria na nossa língua, nunca quisemos que o Patinho Feio se chamasse “Ugly Duck” se bem que a título de brincadeira costumamos dizer que podíamos ter uma música chamada “bad poetry” ou um “porém” que podia ser “however” :)
O vosso álbum de estreia é lançado hoje em formato digital. O que pode o público esperar deste primeiro trabalho, para além de “Poesia Má”, o single de apresentação?
O disco conta com sete temas: mentira, ilusório, porém, espera, poesia má, vicio, resignação.
Digamos que os sete falam de medos, angustias, incoerências, incertezas, amor, etc... Há uma carga emocional que gostamos de transmitir e que cada pessoa sinta um pouquinho daquelas palavras dentro de si mesma.
Quanto à musica, digamos que é um rock honesto e de entrega total, por vezes cru, outras vezes mais rebuscado, faz parte da nossa forma de estar dar tudo o que temos quando tocamos ao vivo.
Quais são as expectativas para este álbum de estreia?
Estamos otimistas com a saída do disco, também por isso optámos em conjunto com o digital fazer edição física do disco.
Encaramos o futuro com alguma expectativa, mas sem ilusões e com os pés no chão.
Por onde vão andar os Patinho Feio nos próximos meses?
Temos gerido a nossa agenda por nós mesmos o que faz com que os concertos vão aparecendo e não havendo por isso uma agenda muito alargada.
Mas andaremos por aí porque o principal objetivo é continuar a tocar e a fazer música, até “para não se estar calado”.
Muito obrigada pela disponibilidade!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.