Olh'á Bola de Berlim
Verão sem praia não é verão! E praia sem Bolas de Berlim, não é praia!
Não se aplica no meu caso mas serei, por certo, uma minoria.
Ainda me lembro de ir para a praia com o meu pai, era eu ainda uma pré adolescente, e andar por lá uma senhora já com os seus 50 anos, com a pele morena e envelhecida pela idade, e pelo sol debaixo do qual caminhava ao longo de toda a praia, com os cestos de batatas fritas Titi num braço, e a arca dos bolos no outro.
E tanto as crianças como os adultos a chamavam para comprar alguma coisa para comer. Apesar do lanche que já levávamos de casa, um pacote de batatas ou o nosso bolo preferido eram um mimo extra que tornava a nossa ida à praia ainda mais espectacular!
Depois, com o tempo, e os bares que foram surgindo junto às praias, esta tradição caiu um pouco em desuso.
Nos últimos anos que tenho frequentado a praia, nunca mais vi ninguém a vender. Até ter ido este ano à Praia dos Pescadores, e me deparar com um vendedor!
Mudam-se os tempos, mudam-se os produtos, e os vendedores.
Agora, é a vez deste homem, aparentemente novo, passar os dias a trabalhar onde todos nós nos divertimos, descansamos e relaxamos, ou refrescamos no mar, debaixo do sol escaldante, a circular por toda a praia, de um lado para o outro, gritando o célebre bordão "Olh'á Bola de Berlim".
Não sei até que ponto será lucrativa esta venda ambulante nas praias, mas admiro estes vendedores que, para ganharem o seu sustento ou um dinheiro extra, têm que se submeter a diversas exigências antes de iniciar a sua actividade, e são depois postos à prova todos os dias na praia, nem sempre sob as melhores condições.
São as novas gerações a dar, muitas vezes, continuidade ao trabalho dos pais e familiares que se iniciaram nesta actividade há décadas atrás.
E nas praias que costumam frequentar, também existem estes vendedores?