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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A Rapariga no Comboio - o filme

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Foi um dos livros mais vendidos de 2015.

O filme, nele baseado, chega em Outubro às salas de cinema do país!

Já muito foi dito sobre esta história, que agarrou muitos portugueses, e desapontou outros tantos, que esperavam mais.

Mas, por certo, estamos todos curiosos para ver como resultará o drama de Rachel no grande ecrã.

Uma mesma história vivida por 3 mulheres – Rachel, Megan e Anna – sob perspectivas diferentes mas que, num determinado momento, irão coincidir e colidir.

Três mulheres, três homens, um assassinato e um comboio são os ingredientes principais deste thriller, a não perder!

À Conversa com Teresa Aires Rodrigues

 

Teresa Aires Rodrigues nasceu dia 08 de dezembro de 1997. Frequentou a escola Raiz e a Escola Secundária Rainha Dona Amélia, tendo publicado o seu primeiro livro, O Mar das Cerejas, aos 14 anos. Atualmente vive em Virgínia, Estados Unidos, e estuda na Universidade de Washington and Lee.

 

 

 

Quem é a Teresa Aires Rodrigues?

A Teresa Aires Rodrigues é uma rapariga de 18 anos, que adora escrever e estuda gestão na Universidade de Washington and Lee, em Virgínia. É uma rapariga ambiciosa, que luta pelos seus sonhos e que adora aproveitar todos os momentos da vida. É uma pessoa à procura do seu caminho, sem medo de se perder e voltar a encontrar.

 

Como é que a escrita surgiu na sua vida?

Lembro-me de estar no quarto ano e adorar escrever contos e textos pequenos, tinha muitas ideias e sentia-me inspirada para as escrever. Quando cheguei ao sexto ano, já tinha imensas histórias e queria muito publicá-las, mas ao mesmo tempo também queria começar a escrever alguma coisa que tivesse continuidade. Por essa razão, pus de parte os contos e resolvi começar um livro, basicamente um escape que me divertisse, esse livro foi-se desenvolvendo e eu fui adorando estar a escrevê-lo. Assim, a escrita tornou-se uma realidade para mim, o sítio para onde eu vou sempre que me apetece e onde estou completamente envolta num mundo diferente. Agora é uma constante na minha vida.

 

 

 

 

“O Mar das Cerejas” é o seu primeiro livro. Qual é a sensação de publicar um livro com apenas 14 anos?

Publicar um livro com 14 anos é como ter 5 anos e ouvir os pais autorizarem uma ida ao carrossel. É uma felicidade imensa que nasce miudinha e se vai sentindo debaixo para cima, até se tornar num grito incontrolável de alegria. Foi um sonho que não parecia credível e que se tornou realidade. Certamente uma experiência que não vou esquecer.

 

 

 

 

“Inquebrável” é a sua mais recente obra, lançada em parceria com a Chiado. A nível de escrita, consegue identificar algumas diferenças entre ambos?

Sinto que, para além de ter crescido de 12 (idade em que comecei o primeiro livro) para 16 anos (idade com que escrevi o segundo), também cresci na escrita. O primeiro é um livro que, apesar de ser uma aventura, é mais reflexivo, enquanto que o segundo tem mais ação direta. O público alvo do primeiro livro é um público mais novo, de crianças e adolescentes, e o do segundo é mais direcionado para pessoas a partir dos 15 anos. Notando várias diferenças, são os dois livros muito meus, isto é, têm marcas claras das minhas vivências e opiniões e isso, apesar de ter amadurecido, não mudou.

 

E a nível de temáticas?

O primeiro livro teve tanto a parte inspiradora de descoberta de um país/realidade novos, com a morte do Sr. Antoine e tudo o que isso significou em termos de reflexão, como o divertimento de ser uma aventura. O Inquebrável aborda tanto a violência no namoro que tem um grande impacto nas várias personagens, mas também tem a parte de romance que se prolonga até ao último minuto.

 

Sendo o tema central deste último livro a violência no namoro, pergunto-lhe o que a levou a escolher esta temática para abordar?

Comecei a escrever o livro sem ter noção que ia dar a este tema. Limitei-me a escrever e de repente percebi que o segredo da Summer tinha que ser uma coisa impactante, como ser vítima de uma relação abusiva. Escolhi esta temática por ser um assunto que, apesar de algo falado, nem sempre é visto de todas as perspetivas. A vítima e o seu sofrimento são sempre abordados, mas ficam de fora o agressor e a recuperação de ambos. O Inquebrável, tal como indica o título, foca-se na resiliência e reestruturação da vítima, mostrando ainda a importância de capacitar o agressor para que este deixe de o ser. Queria dar força a quem sofre ou sofreu estes crimes para que não deixassem de acreditar na possibilidade de retomar as suas vidas, tal como incentivar as pessoas que os rodeiam a puxá-los nesse sentido.

 

Na sua opinião, uma vítima de violência no namoro poderá vir a ser uma possível vítima de violência doméstica no futuro?

Não me considerando especialista no assunto, acho que uma pessoa que já foi vítima de violência no namoro poderá ter maior apetência para aceitar o mesmo num casamento. No entanto, aquilo que pretendo mostrar com o Inquebrável, é que isto não tem de ser assim. As pessoas devem procurar força para tratar dessas feridas e não deixar que isso as defina.

 

O que a levou a optar por descrever a violência praticada sobre uma personagem feminina, e não masculina?

Essa foi uma escolha fácil! A personagem principal é feminina e por isso fazia mais sentido que fosse ela a vítima.

 

Que feedback tem recebido por parte do público relativamente às suas obras? Já recebeu contactos de vítimas de violência?

Tenho recebido muitas críticas, com muita alegria. A maioria das pessoas tem-se mostrado presas até à última frase, na esperança de verem o Kyle e a Summer juntos! Já recebi alguns contactos de pessoas que mostraram o seu contentamento na escolha desta temática por considerem que é importante ser abordada.

 

A Teresa está atualmente a viver nos Estados Unidos, onde pretende formar-se em gestão. Como é que se vê no futuro - como uma gestora que escreve de vez em quando, ou como uma escritora que gere a sua própria carreira literária?

No futuro vejo-me a escrever, se isso me continuar a fazer feliz. Vejo-me a trabalhar em áreas relacionadas com a gerência e a ter ideias novas diariamente. Não pretendo escrever só de vez em quando, mas não sei se conseguirei dedicar-me só à escrita, porque gosto de estar envolvida em vários projetos.

 

Já está a escrever um novo livro? Que tema gostaria de abordar numa próxima obra?

Estou sim! Por agora estou a trabalhar num romance, mas tenho muitas ideias para livros diferentes. Já pensei num policial, em romances que sejam o oposto do que as pessoas estão à espera. Acho que vai depender da altura da vida em que estiver e das minhas experiências até lá.

 

Muito obrigada, Teresa!

 

 

Esta conversa teve o apoio da Chiado Editora, que estabeleceu a ponte entre o autor e este cantinho.