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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sofro de doidice em estado avançado!

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Só isso pode explicar o facto de ter saído do carro numa 5ª feira de manhã, e ir a caminho da papelaria, e só quase à porta perceber que ainda era quinta, e não sexta, dia em que habitualmente lá vou comprar as revistas do costume.

 

Como ainda tinha tempo, vou ao multibanco. Faço o que tinha a fazer e, já de volta ao trabalho, lembro-me de ver se era preciso carregar o telemóvel. Recebo a mensagem de que o prazo tinha expirado na véspera. Já não tive tempo de voltar atrás! 

 

Segundo dia de aulas e, conforme combinado, vou ter à escola para buscar a minha filha e irmos almoçar. Vejo sair tantos alunos e dela, nem sinal. O tempo vai passando. Ligo à minha mãe a saber se por acaso ela saiu mais cedo e já está em casa. Não estava. Mais uns minutos passam. Vejo-a vir do lado do ginásio e descer as escadas. Pelo menos ainda aqui está, penso eu. Deve ter ido ao cacifo. Passa mais uns minutos e nada. Ligo-lhe. Chama mas não atende. Ao fim de algum tempo, lá me devolve a chamada e diz-me que eu me enganei no horário, e que ela não saía àquela hora, mas uma hora depois!

O que vale é que o professor até os deixou sair mais cedo, e ela pode vir comigo.

O momento de partir

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Durante cerca de ano e meio ocupei um lugar que veio a ser meu, por mero acaso.

No início, nem sequer estava disponível. Depois, o meu nome foi sugerido e passei a ocupar um dos lugares que estavam livres.

Mês após mês, as ideias foram surgindo, a motivação era grande e adorei fazer parte daquele projecto que me proporcionava uma das coisas que mais gosto de fazer - escrever.

Ao longo desse tempo, houve problemas, dissabores, e colegas a sairem pouco a pouco, dando lugar a outros que foram chegando, cheios de entusiasmo.

Durante esse tempo, passámos da total bandalheira, para uma quase ditadura. Ninguém nega como foram importantes algumas das medidas e como foram necessárias algumas decisões, em prol de um bem maior.

Mas o que começou por ser um projecto conjunto, passou a ser um projecto de duas ou três pessoas, que passaram a mandar e desmandar e ter a única palavra possível, recusando qualquer sugestão, opinião ou ideia que fosse contra as suas próprias.

Deixámos de ser todos colegas, para quase termos que obedecer a um déspota que não sabe falar com os outros de outra forma que não seja arrogante, e sempre com uma critica pronta a atirar. 

Muitos se insurgiram contra isso, muitos abandonaram o barco, muitos desafiaram e foram corridos. Entre azedas trocas de palavras, expulsões, implicâncias e parvoíces, porque gostava do que fazia, fui ignorando no que a mim me tocava, e continuando o meu trabalho.

Mesmo quando a vontade já não era a mesma, continuei. E novas ideias foram surgindo. Mas, se umas, pouco a pouco, foram cortadas, outras nem sequer tiveram luz verde.

E foi assim que dei por mim a estar envolvida em algo que já não me motiva, que não me deixa ser criativa, que já não me inspira. Todos nós, ao longo da nossa vida, chegamos a um ponto em que percebemos que é preciso partir, e dar o nosso lugar a outros.

Agora, depois de ver várias colegas a fazê-lo, chegou a minha vez de saltar deste barco. Prefiro nadar sozinha para onde bem me apetecer, do que continuar num barco cujo rumo não quero seguir.

Chegou o meu momento de partir, com muita pena minha, porque esperava chegar tão longe quanto este projecto pudesse chegar, e estar lá para celebrar o seu sucesso.

Mas a vida é mesmo assim! Tudo tem um começo, e tudo tem um fim. E eu coloco aqui o meu ponto final...