Uma das questões debatidas, por norma, nas reuniões de encarregados de educação com o director de turma está relacionada com os trabalhos de grupo.
Alguns pais insurgem-se contra os trabalhos de grupo. Outros, defendem. Outros ainda, criticam os moldes em que os mesmos são pedidos.
Há professores que pedem para os seus alunos fazerem um trabalho de grupo, e deixa ao critério destes a escolha dos colegas de grupo. Nestes casos, é normal que aqueles alunos que se dão melhor, que são mais amigos ou cúmplices, ou que já estejam habituados a trabalhar juntos, formem os seus grupos, deixando os restantes colegas de fora. É disto que os pais se queixam - de exclusão, de ficarem juntos as "sobras" que ninguém quis.
Existem professores que escolhem, eles próprios, os grupos, para que não aconteçam situações como a que atrás mencionei. E depois, queixam-se os pais porque os filhos ficaram com colegas que não queriam, e queixam-se os alunos porque não ficaram com quem mais gostam.
E há pais que, simplesmente, preferem que os filhos façam trabalhos individuais, sem depender de ninguém, sem se sentirem prejudicados por ficar num determinado grupo, sem se sentirem excluídos.
Mas, afinal, qual é a verdadeira intenção de um professor ao pedir um trabalho de grupo?
Serão mesmo benéficos estes trabalhos, tanto a nível escolar como da própria relação e interação entre crianças e jovens diferentes, ou serão prejudiciais para alguns alunos?
No meu tempo costumavam ficar, nos meus grupos, colegas que trabalhavam na mesma medida que eu, mas outros que se aproveitavam, e deixavam o trabalho nas minhas mãos, porque tinha melhores notas, mais jeito, etc. E o mesmo acontecia noutros grupos. Isto não é justo nem para quem faz, que tem todo o trabalho, nem para quem nada faz, que fica com o mérito sem o ter.
Mas, muitas vezes também, se não fossem esses colegas, não haveria mais ninguém para formar grupo. Por isso, ficávamos juntos.
Um trabalho de grupo pode ser uma boa experiência, se o estivermos a fazer com colegas que gostamos ou nos damos bem, de quem somos amigos ou até mesmo, quando juntos pela primeira vez, o trabalho desenvolve-se de forma positiva e se geram novas relações.
Mas também pode ser uma experiência negativa, se estivermos num grupo que não nos diz nada, que não se esforça minimamente, e que não quer saber do trabalho pedido.
E, muitas vezes, mais vale só que mal acompanhado!
Eu confesso que, quando estudava, "bicho do mato" como era, preferia fazer trabalhos sozinha, se pudesse escolher.
Não sou contra os trabalhos de grupo, mas parece-me que, qualquer uma das formas de escolha dos parceiros, gerará sempre descontentamento e críticas, por não agradar a todos da mesma forma, seja por que motivo for.
E por aí, o que têm a dizer sobre os trabalhos de grupo?