Quando as pedras começam a cair
Ontem caiu uma pedra. Colocámo-la de novo no lugar. Hoje caem mais duas. Voltamos a devolvê-las ao sítio de onde cairam. E assim se vai vivendo, até que as pedras caídas começam a ser mais que as mãos que temos para as apanhar.
Se corremos a segurar uma, outras irão, inevitavelmente, cair. E se nos apressamos para segurar outras, caem as primeiras.
Quando damos por isso, começam a ficar algumas pedras cá em baixo, que não sabemos quando nem como conseguiremos repôr para manter o equilíbrio. Mas ainda pensamos nessa possibilidade, o que não é mau.
Pior é quando nos dizem: "não vale a pena tentares, nunca conseguirás colocar todas de volta no sítio". Ou, então, quando afirmam peremptoriamente, que o melhor é atirar com as restantes pedras, que ainda permanecem intactas, ao chão. Pior, é quando até dão um empurrãozinho numa ou outra, para cair mais depressa.
Aí, acaba-se toda a esperança, toda a força, toda a determinação. Deixemo-las cair então...