Viver Sem Ti, de Jojo Moyes
Não li ainda o primeiro livro - Viver Depois de Ti, tendo apenas visto o filme.
Talvez por isso me tenha custado um pouco ler a sequela - Viver Sem Ti. Porque eu quero ver todas estas cenas desenrolarem-se no ecrã. Quero recordar a Lou, quero ver as suas expressões, as suas reacções, quero ver vida nas personagens novas que agora chegam. Depois de se conhecer, e "conviver" com a Lou, é difícil não voltar a olhar para ela, e tentar apenas imaginar através das palavras da autora.
À semelhança do que já por diversas vezes foi dito, esta história não é tão avassaladora como a primeira mas, ainda assim, prende os leitores.
A mim, fez-me ainda pensar em vários cenários que, com a leitura, percebi que não iriam acontecer, como por exemplo:
- o acidente da Lou - imaginei que ela iria precisar de recuperação, que seria feita pelo Nathan, anterior fisioterapeuta do Will
- a pessoa do passado do Will, que Lou iria encontrar - sempre pensei que fosse o Nathan, e que um possível romance, a acontecer, seria entre os dois
Depois, com a leitura, percebe-se que o acidente foi apenas um "meio" para a autora nos levar até onde queria, e com um desenvolvimento que não estaríamos, certamente, à espera.
Quem será então essa pessoa do passado de Will? Eu confesso que, quando me deparei com ela, me perguntei se seria mesmo verdade? É que seria a última coisa que podia esperar. Nunca tal me passaria pela cabeça.
E, se não é Nathan que irá conquistar o coração de Lou, quem será?
Viver Sem Ti é, numa palavra, uma história de "superação", a todos os níveis. Superação da morte do Will, não só pela Lou, mas também pelos seus pais. Superação por parte da família da Lou, pelas decisões por ela tomadas.
É uma segunda oportunidade que chega para todos. Uma janela que se abre, depois do fechar de uma porta. O regresso às origens e, ao mesmo tempo, um passo para o futuro. O reencontro e a reconciliação, depois da mágoa e vergonha.
Há ainda espaço para a autora dar um pouco mais de relevo à vida do casal formado pelos pais da Lou, e uma certa "emancipação" ou "desabrochar" de uma mãe de família e dona de casa, que se transforma numa mulher mais livre e independente, pensando talvez, pela primeira vez, em si própria em vez de nos outros.
E para mostrar os problemas das famílias desestruturadas e os riscos que os adolescentes, criados nesse ambiente, correm, nomeadamente, brincadeiras e situações em que se colocam que poderão, mais tarde, ter impacto na sua vida, na sua forma de se ver e de agir.
Depois desta leitura, só fiquei com uma dúvida: se os títulos das duas obras não deveriam ser trocados!
É que no primeiro, ela terminará a viver sem o Will. E neste, terá que refazer a sua vida e aprender a viver depois do Will - um ano e meio depois dele ter feito parte da sua vida.
Qual é a vossa opinião?