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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

À Conversa com C. Gonçalves

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C. Gonçalves é o pseudónimo desta contadora de histórias, apaixonada pela vida, pelos sonhos, pelas emoções e pelo amor, nascida em 1972, no Barreiro, onde vive desde sempre.


Os livros e a música sempre ocuparam um lugar de destaque na sua vida, ambos associados à expressão dos sentimentos e das emoções, como um bem essencial à sua vida, e dos quais não se consegue separar.
Publica, desde 2015, na sua página de Facebook, as frases soltas e os pensamentos que guardou para si ao longo do tempo.


Tem dois contos publicados; O café da minha vida (2016) e O tempo, faz de nós o que quer (2017), através da iniciativa Um livro num dia, da Chiado Editora.
Para além do Impossível é o seu primeiro Romance.

 

C. Gonçalves é a convidada de hoje a quem agradeço, desde já, pela disponibilidade para participar nesta rubrica. Fiquem a conhecê-la melhor, numa entrevista que me deu imenso prazer fazer!

 

 

 

 

Quem é a C. Gonçalves?

A C. Gonçalves é uma sonhadora que quer contar as suas histórias a quem as quiser ler.

 

 

C. Gonçalves é o pseudónimo com que se apresenta. O que a levou a adotar um pseudónimo, em detrimento na sua verdadeira identidade?

Para mim, sempre foi difícil mostrar aos outros, aquilo que escrevia. Revelar aqueles sentimentos que saíam de mim, no fundo, seria como expor um pouco da minha alma.

Quando decidi divulgar aquilo que escrevia e criei a minha página de autor no Facebook, apresentei-me com o meu “nome do meio”, porque acredito que é no meu âmago que ela reside.

Foi interessante perceber que os seguidores gostavam daquilo que eu escrevia, mesmo sem saber quem eu era.

 

 

Os livros sempre ocuparam um lugar de destaque na sua vida. Em que momento é que deixou de ser apenas leitora, e passou a escrever o que lhe ia no pensamento?

Comecei a escrever as primeiras coisas por volta de 1996. A ideia de um dia escrever um livro, vinha sendo acalentada há algum tempo.

 

 

“O café da minha vida” (2016) e “O tempo, faz de nós o que quer” (2017) são dois contos da sua autoria, publicados através da iniciativa Um livro num dia, da Chiado Editora. Como foi essa experiência?

Foi uma experiência muito interessante e gratificante, que me deu a oportunidade de ver algo escrito por mim, publicado num suporte físico. Percebi também que é mais difícil escrever um conto, do que um romance.

 

 

 

 

 

“Para além do Impossível” é o seu primeiro romance. Como é que surgiu esta história?

Esta história surgiu de vivências e experiências que se vão cruzando, de uma forma ou de outra, na minha vida. A história vai nascendo e vai-se desencadeando na minha mente, criando as cenas uma atrás da outra.

 

 

A música é outra das suas paixões e, neste livro, é visível, havendo uma espécie de banda sonora que acompanha a história de Sara e Santiago, do início ao fim. Como é que estas duas vertentes se foram conjugando? Foi através de uma determinada música que imaginou a cena, ou foi ao construir as cenas, que foram surgindo as músicas?

A música é sem dúvida uma das minhas paixões e porque acredito que, para cada momento da nossa vida, há uma música, fiz uma banda sonora para esta história.

Há sempre uma música que transmite uma emoção, um sentimento, seja ele de felicidade ou de tristeza.

As músicas surgiam na minha mente quando ia construindo as cenas e foram-se complementando como um todo.

 

 

Na sua opinião, o que leva a sociedade a aceitar de forma tão natural um amor em que o homem é mais velho, e de forma tão preconceituosa, quando se depara com o inverso?

A sociedade tende a rejeitar aquilo, que de algum modo, é diferente dos padrões que se foram estabelecendo.

Sempre foi aceite que o homem possa ser mais velho, mais bem remunerado, mais bem-sucedido.

E se de repente, fosse tudo ao contrário; ela é que é mais velha, tem uma posição financeira mais confortável; como seria?

 

 

Partindo da personagem Sara considera que, muitas vezes, os maiores entraves à felicidade de uma pessoa, são aqueles que existem apenas na sua mente?

Por vezes a nossa mente, é a nossa maior inimiga e aquela que mais nos julga. Mas temos que ter em conta sempre, os entraves que por vezes teimam em surgir no caminho.

 

 

Serão esses entraves, que nós próprios nos colocamos, por vezes, mais difíceis de derrubar?

Também, mas nem sempre. É preciso aceitar, por vezes, que as coisas são como têm que ser e por mais que tentemos, não nos é possível fugir. Isto é válido quer para derrubar quer para criar esses mesmos entraves.

 

 

 

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Outra das questões a ultrapassar na relação entre Sara e Santiago era o facto de trabalharem juntos, e de ela ser sua chefe. Trabalho e amor podem mesmo coexistir num mesmo espaço?

Essa é uma questão sempre sensível e que nem sempre funciona da melhor forma.

Parte-se do princípio que não é possível separar as questões pessoais das profissionais.

Mas quando há um motivo maior, vale a pena tentar conciliar as duas coisas.

 

 

Ao longo da história, a personagem Sara foi afirmando várias vezes “não posso sentir falta de algo que nunca tive/ experimentei”. Identifica-se com este pensamento?

Sem dúvida que sim. Se estamos confortáveis com o que temos, será porque não sentimos falta de nada? Se não experienciámos, como nos pode fazer falta?

 

 

É mais fácil aconselhar estando de fora, do que seguir os nossos próprios conselhos, quando somos nós a passar pelas situações?

Claramente que sim. Quando estamos de fora da situação, conseguimos obter um distanciamento que nos permite uma imagem mais lúcida do problema.

 

 

Uma vida sem um grande amor, é uma vida, de certa forma, mais vazia ou incompleta?

O amor tem muitas faces e completa-nos de diversas maneiras e com diversas intensidades. Certamente que sem o amor, nos sentiríamos todos mais incompletos.

 

 

 

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No amor, não há impossíveis?

Tenho como filosofia de vida, acreditar que não há impossíveis e que só podemos desistir quando já tentámos demasiadas vezes.

 

 

Que feedback tem recebido por parte do público, relativamente a este romance?

O feedback tem sido muito positivo e quem já teve oportunidade de ler este romance, não só gostou da história como, em alguns casos, se identificaram com algumas das personagens.

 

 

Pondera pulicar um segundo romance, explorando a história da Ana, amiga da Sara, mulher separada com dois filhos a seu cargo, e com pouca esperança de refazer a sua vida amorosa?

Quem nos diz que esse livro não está já escrito à espera da sua hora de ser publicado?

 

 

Muito obrigada!

E que este romance a leve "para além do impossível" no que à escrita diz respeito!

 

 

*Esta conversa teve o apoio da  Chiado Editora, que estabeleceu a ponte entre a autora e este cantinho.

 

 

 

Imagens: C. Gonçalves