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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sugestões para o fim-de-semana

 

 

Está aí mais uma edição da rubrica Fora de Casa, que esta semana destaca os seguintes eventos:

Apresentação do primeiro romance da autora C. Gonçalves 
A estreia a solo de Ana Bacalhau
Super Circo
Lisbon & Sintra Film Festival 2017

E ainda muitos musicais infantis, teatro, revista à portuguesa, festivais e a exposição de Xana Abreu, a não perder!

Histórias soltas #12

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"Já todos partiram.
Estamos sós, tu e eu.
Não me quis aproximar quando estavam aqui todos, porque não saberia que lugar ocupar, o que dizer, explicar quem sou, ou como nos conhecemos.
Por isso, mantive-me à distância.
Não o suficiente para me impedir de ver o teu corpo ser baixado, e de correrem lágrimas sem fim pela minha face, nesta despedida que nunca esperei que acontecesse novamente sem termos, pelo menos desta vez, esclarecido tudo entre nós, e te ter revelado os meus verdadeiros sentimentos.
Se ao menos uma destas lágrimas te trouxesse de volta à vida… Mas não… Tu estás cada vez mais longe, não podes voltar. Ou não queres voltar… Não te condeno…
Quem me dera que tudo isto não passasse de um pesadelo. Como nos filmes, em que nos levam a ver como será o nosso futuro, se não mudarmos as nossas ações no presente, e nos dão uma nova oportunidade para mudar o curso da história, e sermos felizes.
Mas isto não é uma história, não é um filme. É a vida real. E nada poderá fazer-me voltar atrás no tempo, e dizer-te tudo o que queria ter dito há muitos anos atrás, e até mesmo agora, que te tinha reencontrado.
Posso dizer-te, mas já não estarás cá para me ouvir. E de nada adiantará, para nenhum de nós. A não ser para tentar aliviar a dor que sinto dentro do peito, por ter perdido a única pessoa que amei em toda a minha vida, sem que ela nunca tivesse sabido disso.
O que será de mim agora? O que ainda sobra de mim? São tantos os pedaços quebrados em que me transformei, que não sei se algum dia poderão voltar a ser colados.
Deixei que tudo aquilo que tínhamos construído fosse morrendo dia após dia, mês após mês, ano após ano, sem nunca fazer o que quer que fosse para o salvar. Agora é tarde demais…
Hoje é véspera de Natal… E este, o presente que me foi destinado…"
 
 
Mais um excerto que será incluído no livro "Nas Tuas Mãos"

À Conversa com Pedro Teixeira Silva

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Da sua carreira como compositor, constam sete álbuns editados com os “Corvos” e “Secret Lie”, várias bandas sonoras para cinema, inúmeros temas que fazem parte do universo das telenovelas, e obras eruditas estreadas por diversas orquestras e solistas.
 
Agora, apresenta o seu primeiro trabalho em nome individual - "Primeiro Ato" - em que cruza a música clássica e o pop rock, e para o qual reuniu amigos músicos, cantores e letristas nacionais, que deram vida às suas composições, entre os quais, Jorge Palma, José Cid, Pedro Chagas Freitas, Mundo Segundo, e elementos da orquestra sinfónica portuguesa.
Um trabalho aguardado com expectativa, do músico oriundo da música clássica que aposta, assim, numa forma diferente de ver, ouvir e sentir a música.
 
Pedro Teixeira Silva é o convidado desta semana da rubrica "À Conversa com...", a quem desde já agradeço pela disponibilidade em participar. Fiquem a conhecê-lo melhor, nesta entrevista!
 
 

 

 

 

 

Quem é o Pedro Teixeira Silva?

PTS é um amante da vida, uma pessoa positiva, extremamente trabalhadora, que luta pelos seus ideais e crenças, é amigo do seu amigo mas também algo solitário devido ao seu foco na composição, onde passa a maior parte da sua vida (6 a 9 horas por dia), entre pautas e notas musicais, sem dúvida um apóstolo da Música.

 

 

Em que momento da sua vida surgiu a paixão pela música?

Nasci numa família, toda ela, ligada à música e desde que me conheço ouvia sons de vários instrumentos tocados por eles, como dizem filho de peixe sabe nadar…

 

 

A sua formação musical dividiu-se por vários países. Considera que as melhores escolas/ conservatórios para se estudar, estão fora de Portugal?

Em tempos assim o foi, quem queria atingir um grau evolutivo de maior destaque tinha que conseguir bolsas de estudo a fim de se valorizar no estrangeiro.

Hoje em dia, o ensino musical em Portugal é muito bom, houve uma forte aposta nesse sentido e temos neste momento já os frutos disso, jovens de grande valor a despoletar na área da música clássica.

 

 

O Pedro participou, como ator, no filme “Os Canibais”, de Manoel de Oliveira. Como descreve essa experiência?

Uma experiencia única de trabalhar, de perto, com um dos grandes mestres do cinema Português e Europeu. Não esqueço, com a sua idade avançada, a energia, método e empenho que colocava em cada cena. Sem dúvida um exemplo de rigor e detalhe que apreendi e tento seguir na minha carreira.

 

 

Esta participação foi uma aventura única ou ficou com o gosto pela representação, e vontade de aceitar novos desafios nessa área?

Fui escolhido através dum casting para assumir a personagem do melhor violinista de todos os tempos “Paganini”, que depois do filme acabou por virar o meu alcunha na altura!

Não é algo que procure na minha vida mas se o destino para essa oportunidade me guiar novamente, quem sabe.

Acabei a escrever diversas bandas sonoras para cinema e, assim, contribuir para dar cor musical e emoção as cenas.

 

 

Enquanto músico, já fundou e participou em vários projetos. O que de melhor guarda dessas colaborações, e de que forma o prepararam para o atual desafio, em nome individual?

Considero-me, sem a menor dúvida, um homem de grupo e não um artista solo, a prova disso são as inúmeras colaborações que participam neste “Primeiro Ato”.

Contínuo com ligações fortes a todos os projetos que fundei e colaborei. A amizade e partilha musical tanto em palco como estúdio, estrada ou ensaios são o que melhor me lembro e recordo.

A forma como me prepararam para futuras aventuras foi o aprender a ouvir cada opinião, cada sugestão de grandes músicos e produtores com quem trabalhei

 

 

 

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“Primeiro Ato” é o nome do seu primeiro trabalho a solo, editado no passado dia 17 de novembro. Em que consiste este álbum, e o que traz de diferente, relativamente ao que tem feito até aqui?

Pela primeira vez, apresento-me somente na qualidade de compositor, e não como vinha sendo habitual, de igualmente intérprete.

Tento cruzar dois universos musicais que me são muito familiares, a música clássica e a pop/rock, num estilo característico próprio que fui personalizando e aperfeiçoando ao longo dos anos.

Gosto de fazer música a pensar nas pessoas que a vão ouvir e nas emoções que lhes posso causar.

Ainda uso instrumentos realmente tocados por humanos, sem querer com isto depreciar quem só usa a “maquinaria”, mas a música é uma arte feita por humanos para humanos, e podem inclusive chamar-me “tradicional”, mas uma máquina nunca conseguirá transmitir, emocionalmente, o que nós conseguimos. Pode não ser tão perfeito tecnicamente, mas a beleza musical é inconfundível.

 

 

Que mensagem está presente nas músicas que compõem este trabalho?

Tal como tenho convidados intérpretes instrumentistas e vocais, convidei igualmente escritores e poetas para escreverem letras sobre o que a música os inspirava. A alguns dei o mote, a outros pura liberdade criativa. De resto sou uma pessoa positiva e alegre por natureza e creio que a música que escrevo transmite isso um pouco também.

 

 

 

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Em “Primeiro Ato”, o Pedro conta com vários convidados, que dão vida às suas composições. Como surgiram esses convites? Soube logo com quem queria trabalhar, ou foi algo que foi surgindo?

Escrevi os temas a pensar nos convidados que gostaria que lhes dessem alma. Felizmente, tive a sorte dos mesmos terem gostado dos temas que lhes apresentei, e aceitarem o desafio.

 

 

É mais fácil, para si enquanto músico, adaptar o estilo musical ao intérprete, ou vice-versa?

A música é uma partilha constante e nunca a tomo pelo lado mais fácil.

Todos nós, músicos, temos diferentes formas e métodos de trabalhar, mas o bonito deste projeto foi precisamente a constante busca de todos participantes em deixar os temas no seu melhor formato.

Pela minha parte gosto sempre de ouvir o que o intérprete tem para me dizer e aconselhar. Gostando sou, obviamente, o primeiro a concordar com qualquer alteração, desde que seja sempre em prol da música e do ouvinte final.

 

 

Partindo de alguns dos temas que compõem o álbum, de que forma responderia ao seguinte desafio:

- “O Nome do Mundo” - que nome daria o Pedro ao mundo?

- “Três Cores” - se só pudesse ver o mundo a três cores, quais seriam?

- “Vislumbres” – um vislumbre do futuro?

Terra, o planeta que habitamos, mas com mais amor e entendimento entre os seus habitantes, sem tanta crueldade, invejas e desumanidade.

Adoro ver todo o enorme colorido que o mundo nos proporciona mas, escolhendo 3, a cor da amizade, do amor e da sabedoria.

Gostaria de continuar a escrever um tema para cada um dos músicos que respeito, admiro e aprecio, e um “Segundo Ato” já esta no horizonte.

 

 

De que forma é que o público poderá acompanhar o Pedro, e assistir ao vivo a este “Primeiro Ato”?

Através do meu facebook https://www.facebook.com/ptspedroteixeirasilva/

Do meu site http://www.pedroteixeirasilva.pt/

 

Muito obrigada, Pedro, e que ainda possamos contar com muitos atos nesta vida dedicada à música!

 

Marta obrigado pela entrevista, sem dúvida perguntas interessantes, sábias, bem pensadas e estruturadas.

Pedro Teixeira Silva

 

 

 

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.

 

 

 

 

E não é que já chove!

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E bem, aqui por Mafra!

A acompanhar a chuva, como não poderia deixar de ser, o seu amigo inseparável - o vento. 

Depois de uns agradáveis dias de primavera em pleno outono, temos agora uma tarde de verdadeiro temporal, em que nem vale a pena abrir o guarda-chuva, porque de nada adiantará nem protegerá.

 

Assim sendo, e por uma questão de poupança, o melhor é aproveitar já esta chuva abençoada para tomar banho.

E já agora, coloquem todos os baldes e recipientes que tiverem na rua, porque essa água que eles acumularem pode vir a dar imenso jeito!

 

 

És o Meu Destino, de Lesley Pearse

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Este livro faz parte de uma espécie de trilogia, que começou com Sonhos Proibidos e continuou em A Promessa, pelo que deveria ser lido logo em seguida.

Não foi o meu caso, que já li os dois primeiros há alguns anos e, embora me recorde do essencial da história de Belle e Étienne, senti que houve muitos pormenores de que já não me recordava.

Neste livro, Belle cede o protagonismo à sua filha Mariette (pequena rebelde), que faz juz ao nome que lhe escolheram, e ao seu significado!

 

Mariette é uma miúda, quando a vemos pela primeira vez. Nesse dia, quase se afoga, por conta da sua teimosia, e vontade de mostrar que sabia velejar sozinha, como o pai lhe tinha ensinado.

Anos mais tarde, em plena adolescência, consegue desenvencilhar-se de uma situação que poderia ter outras consequências mais graves, igualmente por conta da sua mania de achar que sabia tudo da vida, e que tudo correria como ela esperava.

Embora lhe tenha saído um peso de cima, não conseguiu evitar os comentários que começaram a circular sobre ela.Temendo que a sua filha ficasse marcada naquele lugar, e sabendo que ela não teria por ali grandes oportunidades quanto ao seu futuro, os pais decidiram enviá-la da Nova Zelândia para Inglaterra, onde moravam os seus padrinhos, de forma a impedi-la de se meter em mais sarilhos e, ao mesmo tempo, dar-lhe a oportunidade de poder ter uma vida melhor, que ela tanto ambiciona.

 

O que se vai passar daí em diante será uma sucessão de acontecimentos capazes de derrubar a maior parte das pessoas, tanto a nível físico, como psicológico, mas que vão levar Mariette a encarar, de outra forma, a vida e as pessoas que a rodeiam, e a mostrar que a herança de garra e fibra de que os seus pais eram feitos, está-lhe no sangue.

Quando não se tem nada, tudo o que vier é bem vindo. Quando se chega ao fundo, o único caminho é subir. Se é verdade que só damos valor ao que é importante, depois de o perdermos, Mariette é a prova disso. Toda a sua vida ela quis sair daquela terra que nada tinha para lhe oferecer, e deu por si a desejar poder voltar para lá, ou nunca ter de lá saído.

Mas é com os erros que aprendemos, é com as provações que o nosso melhor desperta, e é com a experiência que adquirimos maturidade.

 

Em plena guerra, Mariette teve a sorte de escapar com vida, quando todos à sua volta morreram por conta dos bombardeamentos.

E, felizmente, a autora não colocou esta personagem a fazer de enfermeira para cuidar dos feridos, como tem feito com outras personagens, em outras histórias. 

Gostei da surpresa do destino que ela traçou para Mariette, e da sua missão ao longo dos anos que duraram a guerra.

Só achei desnecessário ter puxado o assunto do passado dos pais, sem que depois tenhamos visto Mariette conhecer toda a verdade, tendo o assunto sido adiado para um dia...

 

No regresso a casa, à sua terra, às suas origens, algo que ela nunca pensou ser mais possível, como receberão os pais esta nova Mariette, e as terríveis marcas que a guerra lhe deixou?

Poderá Mariette ainda ser feliz, mesmo que tudo esteja diferente, que todos tenham mudado, e que ela nunca mais possa fazer as coisas que mais gostava, e que a faziam amar aquela terra?