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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

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O Livro dos Perfumes Perdidos, de M. J. Rose

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E se, de repente, descobríssemos que um determinado perfume poderia levar-nos numa viagem a vidas passadas que já vivemos, comprovando que a reencarnação existe, e não é apenas um mito?

E se, ao fazer essa descoberta, estivéssemos a colocar, automaticamente, a nossa vida em risco e a cabeça a prémio, tal o desejo de todos quererem pôr a mão nessa fórmula, pelas melhores e piores razões?

 

Jac e Robbie são filhos de um dos melhores perfumistas de Paris. Robbie seguiu as pegadas do seu pai, e tornou-se também perfumista. Já Jac, que por acaso é, dos dois filhos, a que tem o melhor olfacto, dedicou a sua vida ao estudo da mitologia, bem longe de Paris.

Jac é a cética. Robbie não. Robbie é um sonhador, um homem crente, mesmo naquelas coisas que não se conseguem ver, mas apenas sentir. As suas crenças são tão inabaláveis que, confundindo-se com teimosia, loucura ou estupidez, a verdade é que ele está disposto a tudo para lutar por aquilo em que acredita.

Numa altura em que a China cria uma série de leis para descredibilizar e travar a reencarnação, Robbie decide doar esta poderosa “arma” que encontrou, a Dalai Lama, algo que a máfia chinesa tentará impedir a todo o custo.

 

E, de facto, uns dias depois da descoberta, Robbie desaparece. Jac viaja então até Paris, para descobrir o paradeiro do irmão e o que lhe terá acontecido. Mas, acima de tudo, Jac terá que lutar contra as suas próprias memórias, as recordações das suas vidas passadas e a resistência em acreditar que são mais que meras alucinações, delírios ou surtos psicóticos. E, com esse conhecimento, saber o que tem a fazer para que a história, no presente, não se repita.

 

O livro, no início, é um pouco confuso e, diria mesmo, secante. São muitas informações a assimilar, muitas personagens diferentes apresentadas, sem que consigamos estabelecer qualquer ligação entre elas, muitas viagens entre passado, passado longínquo e presente. Dá vontade de deixar o livro a meio. É quase como embrenharmo-nos numa árdua tarefa em que temos vontade de desistir porque achamos que não a iremos levar até ao fim, e não vale a pena o esforço.

Mas depois, as coisas começam a ficar interessantes, a curiosidade aumenta, a acção começa finalmente a desenrolar-se e o suspense começa a prender-nos à história. As cenas ganham ritmo e dali até ao final tudo avança rapidamente, como se tivéssemos ganhado um novo fôlego e nova energia para concluir a missão com gosto.

 

Por outro lado, talvez por a minha imaginação ser muito fértil, e eu ser uma pessimista nata, estou sempre à espera que as pessoas revelem o seu pior lado e, por isso, nesta história, suspeitei de todos, mesmo aqueles que pareciam apenas estar genuinamente a ajudar.

 

Ainda em relação ao tema do livro, deixo aqui esta questão:

 

A comprovar-se que cada um de nós já viveu outras vidas, gostariam de ter a possibilidade de olhar para essas vidas e perceber quem foram? Ou o passado deve ficar lá atrás, preferindo viver o presente?

O que acham que mudaria, para cada um de vós, na forma como agiriam nesta vida presente, se soubessem aquilo que fizeram no passado?