Ter consideração por quem não a tem por nós
É velho o ditado que diz "não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti".
Não só por isso, mas também porque não temos que ser iguais àqueles que criticamos, nem pagar na mesma moeda, acabamos por ter, para com os outros, a consideração que gostávamos que tivessem tido connosco. Porque é assim a nossa personalidade, a nossa forma de agir. Faz parte do nosso carácter, da nossa educação.
Mas também faz parte de nós, enquanto humanos, chegar a um ponto em que os limites começam a ficar próximos, a paciência a falhar, e um outro provérbio surge na mente "Deus manda-nos ser bons, mas não nos manda ser parvos".
Eu, confesso, sou uma pessoa até bastante calma, razoável, ponderada. Paciente, não direi (há quem diga que sim, eu acho que tem dias). Resignada, até certo ponto.
Mas há momentos em que a tampa salta, e mando à fava o politicamente correcto, e a consideração que deveria ter.
Há pessoas que só se preocupam consigo próprias, com as suas vontades, com as suas conveniências, com aquilo que é o melhor para si. Estão no seu direito.
Mas depois, não esperem que, do outro lado, haja alguém disposto a ser generoso e compreensivo.
Não esperem que, do outro lado, haja alguém que ainda se dê ao trabalho de pensar nos outros.
Afinal, de que serve ter consideração, por quem não é capaz de a ter pelos outros?