"Conheci-te numa fase da minha vida, em que esta não fazia qualquer sentido para mim.
Andava perdido, sem rumo...
Tu surgiste na minha vida e, como uma espécie de magia, com a tua varinha de condão, transformaste-a por completo.
A amizade que construímos era valiosa, e tu eras a minha melhor amiga!
Nessa altura, ouvias-me, apoiavas-me, davas-me a força que eu precisava. Fizeste-me voltar a sorrir.
Contigo, eu era outra pessoa!
Estava diferente, motivado, confiante, feliz!
Contigo, reaprendi a divertir-me, a sentir-me acarinhado, a sentir-me amado, a sentir que gostavam de mim pelo que eu era.
O dia em que nos conhecemos, em que estivemos juntos, e não me viraste costas, foi um dos dias mais felizes da minha vida!
E, se eu já gostava de ti, passei a gostar ainda mais.
Para minha sorte, ou meu azar, apaixonei-me por ti. Tu eras o meu mundo. Aquele onde me podia refugiar nos dias menos bons. Aquele onde podia partilhar as minhas alegrias contigo.
E saber que partilhavas dos mesmos sentimentos por mim, deixava-me ainda mais feliz.
Sabia que teríamos que ser amigos, por enquanto, mas imaginei tantas coisas que viríamos, um dia mais tarde, a viver juntos.
Tive um dos verões mais felizes da minha vida mas, mal sabia eu, acabaria por ser o pior verão da minha vida. Porque ele irá para sempre recordar-me aquilo que eu tive, e não terei mais, ou aquilo que eu pensei que tinha, e nunca tive.
Não estou aqui a julgar-te, nem a culpar-te, nem tão pouco condenar-te.
Talvez tenhas deixado de gostar de mim. Talvez não saibas exactamente o que queres para ti. Talvez eu não seja aquele que procuras, que precisas. Ou talvez me tenhas visto sempre apenas como um amigo, e eu interpretei mal os teus gestos, as tuas palavras.
Mas aquela miúda que eu um dia conheci, e por quem me apaixonei, não a consigo mais ver.
No seu lugar, surgiu outra, que não consigo compreender, da qual não consigo gostar. Não posso dizer que me decepcionaste, porque não são os outros que nos decepcionam. Eu é que me decepcionei porque, na minha mente, imaginei algo que, provavelmente, não era real. Ou deixou de ser, a determinado momento.
Como minha amiga, e especial que eras, poderias ter sido sincera comigo. Talvez, assim, continuássemos a ser amigos como antes.
Hoje, não consigo acreditar nas tuas palavras, por mais que as repitas mil vezes, porque os teus gestos mostram o contrário.
A miúda que hoje vejo, não é aquela que quero na minha vida.
Hoje, estou a voltar a ser o mesmo rapaz que conheceste quando começámos a falar.
Estou triste...Porque, mais uma vez, perdi alguém que amava, sem saber bem porquê. E a concha, da qual tinha saído sem medo, vai voltar a fechar-se, ainda com mais força.
Não guardo mágoa. Apenas te desejo que, um dia, consigas encontrar o que tanto procuras, e que sejas feliz. Gostava que tivesse sido comigo. Mas no coração e nos sentimentos não mandamos. Resta-me aceitar...
E talvez, um dia, quem sabe, voltemos a ser amigos, como um dia fomos.
Mas, neste momento, para não sofrer mais do que já estou, talvez tenha que me afastar de ti.
E dói...
Porque deixar de falar contigo, é voltar aos tempos em que andava perdido, logo agora que pensava ter encontrado um rumo.
Porque deixar de te ver, de estar contigo, de te abraçar, de te acarinhar, é perceber que um dia te tive e vivi os melhores momentos que poderia imaginar, e agora eles não voltarão mais.
Mas preciso de aprender a viver sem ti. Preciso de me proteger agora, para não me magoar ainda mais, depois.
Sê feliz...
Eu irei também tentar encontrar a minha felicidade... Ainda que, neste momento, seja difícil descobri-la por entre as lágrimas que derramo, enquanto te escrevo estas palavras que não sei se, algum dia, te direi...
Quero que saibas que, um dia, foste realmente alguém especial para mim!
Espero, um dia, vir também eu a ser especial para alguém, da mesma forma.
De um amigo que nunca te esquecerá..."