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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Agarra-te à Vida, Não ao Cabelo

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Vi o trailer deste filme no facebook, e despertou-me o interesse. 

Pelo trailer, pensei que a protagonista fosse sofrer de cancro, e começasse a perder o cabelo devido à quimioterapia, mas não podia estar mais enganada.

Aqui neste filme, o problema não é físico, é psicológico. O que pode ser tanto, ou mais limitador, na vida de uma pessoa.

 

 

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Desde criança que a mãe de Vi lhe incutiu a necessidade de manter o seu cabelo sempre liso, para evitar a discriminação ou piadas, devido às características do seu cabelo, por ser negra.

Isso implicava que, enquanto todas as outras crianças se divertissem, Vi evitasse tudo o que poderia prejudicar a aparência do seu cabelo.

Mas, o que poderia ser um mero gesto de vaidade, acaba por se tornar uma obsessão, ao ponto de Vi limitar e viver a sua vida em função de um cabelo sempre perfeito, agindo como um robot, e não como humana que é.

 

 

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O dia do seu aniversário acaba por ser o ponto de partida para a libertar desse peso dos padrões de beleza que carrega dentro de si.

Vi tinha, aparentemente, o emprego perfeito, a vida perfeita, o namorado perfeito, o cabelo perfeito. E tudo parecia encaminhado para o grande momento - o jantar em que, supostamente, iria ser pedida em casamento.

Depois de a chuva lhe arruinar o penteado, e de um percalço no salão, Vi acaba por aparecer no jantar com extensões, depois de um escândalo, por achar que, mais uma vez, tinha que estar perfeita para o pedido de casamento que esperava.

Só que o namorado oferece-lhe uma medalha, e uma cachorrinha, em vez de um anel de noivado e, no meio da discussão, em que o namorado a acusa de não saber viver, de só pensar nas aparências e nem sequer aproveitar os momentos, parecendo artificial, e não natural, acabam por terminar a relação.

 

 

 

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Vi muda então o seu visual, e decide ir divertir-se com as amigas, e engatar o primeiro homem que lhe aparecer.

Claro que as coisas, mais uma vez, não correm como o esperado, e Vi acaba por tomar uma atitude radical: rapar o cabelo, que só lhe trouxe tristeza e infelicidade.

 

 

 

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A viver uma fase de descoberta, e a habituar-se ao novo look, Vi acaba por viver os melhores momentos da sua vida, e aproveitá-la como nunca tinha feito até aí, ao lado de alguém que aprecia muito mais do que o lado superficial das pessoas.

Este é um filme onde se vê as mulheres a sujeitarem-se aos padrões impostos pela sociedade, e pelas suas próprias inseguranças, agarrando-se a futilidades, esquecendo-se do seu próprio valor, em vez de se agarrarem à vida, que é tão efémera, e merece ser vivida em toda a sua plenitude.

É também um filme que mostra a hipocrisia, e como nunca devemos mudar só para agradar a alguém, se não for isso também o que queremos.

E através do qual percebemos que, muitas vezes, por mais que uma pessoa nos ame e nos queira bem, temos tendência a recair com aqueles que nos magoam, e não nos amam de verdade, sobretudo, quando o aspecto físico fala mais alto.

 

Conseguirá Vi perceber a tempo o quão errada está, e evitar cometer os mesmos erros duas vezes, ou será que a aceitação de todos à sua volta, e da sociedade em geral, falará mais alto, impedindo-a de se agarrar à vida?

 

À Conversa com o Coro do Seminário Maior de Cristo-Rei dos Olivais

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A Associação Monsenhor Pereira dos Reis, sediada no Seminário dos Olivais, em Lisboa foi criada para ajudar à formação, a nível espiritual e litúrgico, dos seminaristas, bem como, dos fiéis da Igreja. 

Procura também divulgar o magnífico espólio de cantos litúrgicos existente em Portugal.

Nesse contexto, o Coro do Seminário Maior de Cristo-Rei dos Olivais apresenta o seu mais recente álbum, "Bendita Sois, Virgem Maria", um álbum que dá a conhecer o espólio de cânticos marianos compostos pelo Padre Manuel Luís.
São 37 temas que integram este álbum, sendo alguns de caráter popular.

Para ficarem a conhecer melhor a missão da associação, e a importância dos cantos litúrgicos em Portugal, aqui fica a entrevista a Miguel Rodrigues, Seminarista do 6º Ano de Seminário, em representação do Coro do Seminário Maior de Cristo-Rei dos Olivais.

 

  

 

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Que objetivos levaram à criação da Associação Monsenhor Pereira dos Reis, sediada no Seminário dos Olivais?

A Associação Monsenhor Pereira dos Reis é uma associação privada de fiéis, com estatuto jurídico reconhecido pelo direito canónico, e surge com o principal intento de promover a qualidade da liturgia, segundo a tradição do Seminário dos Olivais. Esta promoção do gosto e do conhecimento litúrgico estende-se também a toda a diocese de Lisboa. A divulgação da música sacra, e de outros documentos de aprofundamento da ciência litúrgica, é também um dos itens que pertence aos fins desta Associação. Esta pretende ainda cuidar também da formação sacerdotal dos alunos do Seminário dos Olivais. Os fins desta associação podem ser lidos na íntegra nos estatutos próprios da Associação aprovados pelo Ordinário do lugar. (Cf. http://monsenhorpereiradosreis.pt/quem-somos/estatutos/)

 

 

Que papel desempenha a música na Igreja?

A música teve, desde sempre, um papel fundamental na vida litúrgica da Igreja. Tal deve-se ao carácter espiritual próprio desta forma de expressão, considerada por muitos como a mais espiritual das expressões artísticas pela não-materialidade que a caracteriza. A música é extremamente valorizada no contexto da oração comunitária da Igreja pela riqueza que acrescenta aos ritos e gestos celebrados. A sua dimensão emocional ajuda os fiéis a coadunarem os seus corações com os mistérios celebrados, permitindo a experiência de uma única assembleia celebrante que, num mesmo coração e numa só alma, louva o seu Deus. No entanto, a música na ação litúrgica não tem o valor mais importante. Este é atribuído à Palavra, estando a composição musical ao seu serviço. Dado o valor que a Palavra tem para a vida eclesial, a composição musical deve ajudar a anunciá-la da melhor forma, contanto que a Palavra não seja subjugada às exigências ilegítimas da composição musical.

 

 

Consideram que as pessoas, de uma forma geral, tendem a sentir-se mais próximas da Igreja, e a perceber melhor a mensagem que esta pretende transmitir, através da música?

Sem dúvida que a música é um elemento fundamental, e que embeleza de forma única as celebrações da Igreja. Apesar do seu carácter ornamental, ela deve não só ajudar a uma mais profícua escuta da Palavra e de uma consonância com o espírito próprio de cada celebração, mas também contribuir para que todos participem da ação litúrgica que se desenrola. É esta participação que contribui para uma experiência celebrante de um mesmo Corpo, que se reúne para celebrar a mesma fé. São de evitar, neste sentido, as formas musicais que induzam a uma compreensão errónea das celebrações, como se de um concerto se tratassem.

 

 

Portugal é um país rico em cantos litúrgicos?

A riqueza do canto litúrgico em Portugal é imensa, mesmo quando o comparamos com outras realidades europeias. Primeiro, é de sublinhar o valor dos cantos tradicionais e populares, de cariz religioso, que sempre foram uma importante fonte de evangelização e de transmissão da fé de geração em geração. Depois do Concílio Vaticano II, e com o implemento da Reforma Litúrgica, também o canto litúrgico precisou de ser reformado. Portugal foi, sem dúvida, um dos países de vanguarda nesta matéria, procurando compor música litúrgica que se coadunasse com o espírito do Concílio e com as exigências da contemporaneidade. O trabalho do padre Manuel Luís foi imenso nesta matéria, associado ao Seminário dos Olivais, qual sede da aplicação da Reforma Litúrgica na diocese de Lisboa, mas também o pe. Carlos Silva, na diocese de Leiria-Fátima, entre tantos compositores que marcaram o século XX, deixando um manancial de cânticos e antífonas especificamente compostos para a ação litúrgica, segundo a vida espiritual e a tradição eclesiais.

 

 

 

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A 5 de outubro, o Coro do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais apresentou o álbum “Bendita Sois, Virgem Maria”. Como surgiu esta iniciativa?

Esta iniciativa surge na continuidade de outras publicações da Associação, que pretendem dar a conhecer a obra do Padre Manuel Luís e contribuir para a sua difusão nas paróquias e meios eclesiais. O conhecimento destas composições são certamente uma mais-valia para uma melhor vivência das celebrações, não só pela beleza musical da qual são dotadas, mas também da adequação das mesmas à espiritualidade própria de cada celebração. De facto, há uns anos tinha sido publicado um CD com os temas referentes à Virgem Maria, mas este esgotou-se. Ao pensar se seria importante reeditá-lo, a Associação achou por bem fazer uma gravação e edição toda nova, de modo a melhorar a qualidade da execução dos cânticos, acrescentando algumas vozes em determinados cânticos e, acima de tudo, aumentando significativamente o número de composições musicais cantadas, o que torna muitos dos temas nele presentes inéditos para muitos.

 

 

O álbum é composto por 37 temas, compostos pelo Padre Manuel Luís. É, de certa forma, uma homenagem que lhe quiseram prestar?

A homenagem está certamente presente na publicação deste CD. Porém, a melhor homenagem, mais do que a publicação em si, é a possibilidade destas composições servirem o

intento para o qual foram compostas, ajudando muitas assembleias a louvar e a celebrar melhor, de forma mais bela, e muitos a aproximarem-se de Cristo.

 

 

Como descreveria o Coro, esta experiência de gravar um disco de cânticos marianos?

Foi uma experiência exigente pela quantidade de faixas e o pouco tempo dado à gravação em si. No entanto, há algo que abona a nosso favor, pois estamos habituados ao canto litúrgico, presente em todas as celebrações comunitárias do Seminário dos Olivais. Há uma forma própria de cantar que já foi apreendida pelos alunos do seminário, e isso facilita a interpretação dos vários cânticos.

 

 

O Coro do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais costuma participar em eventos religiosos ou dedicados à música, onde a população em geral o possa ouvir?

Normalmente, alguns dos seminaristas colaboram com o coro diocesano de Lisboa, que canta nas missas diocesanas, nos tempos litúrgicos mais fortes ou nas festas mais relevantes para a vida da diocese. Procuramos também dar a conhecer o canto litúrgico pela venda dos CD’s publicados pela Associação, quer pela internet, quer por algumas livrarias católicas e paróquias que vendem os nossos produtos.

 

 

“Bendita Sois, Virgem Maria” terá sucessores, que continuem a divulgar o espólio de cantos litúrgicos em Portugal?

Esperamos que sim, na certeza de que a própria Associação procurará ter esse papel de divulgação.

 

 

Muito obrigada!

 

 

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.