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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Greve pelo clima ou desculpa para faltar às aulas?

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Realiza-se hoje, a nível mundial, a greve estudantil pelo clima.

A intenção até pode ser boa, mas muitos dos estudantes estão mais interessados em servir-se dessa desculpa para faltar às aulas, e fazer um fim de semana prolongado!

Ainda que tenham sido já avisados que, quem não for às aulas, terá falta, e que esta será injustificada.

 

Há greves marcadas em meia centena de países. Todos se inspiram na adolescente sueca Greta Thunberg que, ao longo de várias sextas-feiras, fez greve às aulas para chamar a atenção para o problema das alterações climáticas.

 

Vi, numa reportagem, vários alunos a fazerem cartazes, a explicar os seus motivos para aderir a esta greve, a fundamentar a sua luta. Pelo menos, sabem argumentar, sabem o que estão a fazer.

Mas, outros tantos, se lhes perguntar porque fazem greve, nem sabem explicar bem, vão na onda, e aproveitam para não ter aulas.

Alguns colegas da minha filha, diziam que iam faltar para ir à praia. Ah e tal, vamos para a praia, e limpamos o lixo que lá houver. Será? Ou acabariam por fazer tudo menos isso?

 

Para mim, eu não lhe chamaria greve. Não faz sentido alunos fazerem greve às aulas, por algo que não tem nada a ver directamente com o ensino.

Acharia mais natural que optassem por um conjunto de iniciativas que, conjugadas com as próprias escolas e professores, poderiam alertar para a causa, e ajudar a proteger o ambiente.

Iniciativas organizadas, antecipadamente, e com objectivos bem definidos. Podemos, através de manifestações, exigir que o governo cumpra os acordos climáticos mas, antes disso, temos que começar nós, seres humanos, que tanto reclamamos daquilo que os outros não cumprem, a dar o exemplo, e a fazer a nossa ínfima parte.

É um tema que é dado em aula, e era uma boa oportunidade de o colocar em prática, em vez de ficar pela teoria.

 

Quantos destes alunos que hoje fazem greve, não são os mesmos que, amanhã, estão a deitar lixo ao chão, a poluir, a destruir o ambiente?

Estarão mesmo interessados em ajudar a causa, ou será mais uma boa desculpa para faltar às aulas?

 

Chefes e funcionários que não o sabem ser

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No mesmo dia, no mesmo local, duas situações que mostraram bem como algumas pessoas estão na profissão errada, e não têm perfil para o cargo que ocupam, ou função que desempenham.

 

 

 

A primeira passou-se entre duas funcionárias, e o contribuinte.

Ao que parece, a pessoa já tinha estado naquele serviço e sido atendida pela funcionária A, minutos antes. Agora, tinha sido chamada ao balcão da funcionária B. A funcionária A, que tinha acabado de voltar, ao ver a colega atender a pessoa, começou logo a reclamar. A reclamar com a colega, porque estava a fazer uma coisa que ela própria já tinha visto e dito que não faziam, e a reclamar com a pessoa em causa, a quem às tantas estava a chamar de mentirosa, e a acusar de enganar, e tentar conseguir o que queria, e que com ela não conseguiu, com outra colega.

A pessoa lá dizia que não tinha mentido. A colega pedia à outra para ter calma, que ainda não tinha feito nada, e que, tal como calhou com ela, poderia ter sido chamada novamente pela funcionária A. Que, por certo, ninguém estava ali a querer enganar ninguém e que, se a pessoa estava ali, tinha pelo menos que ser ouvida, e elas tentar ajudá-la.

E continuou o atendimento, perante a frustração da funcionária A, que não concordou com a atitude da colega. 

Pessoalmente, não gosto da funcionária A. Ou está de trombas, mal educada e arrogante, ou com um sorriso cínico. Poucas são as vezes que está de bom humor, e atende bem alguém. Mas, ainda que tivesse razão (e por vezes, graças a formas de trabalhar diferentes num serviço em que a regra deveria ser única, tentamos er atendidos por quem sabemos que nos coloca menos problemas), não deveria ter chamado a atenção à colega, nem dito aquelas coisas à pessoa que estava a ser atendida, para todos ouvirem.

 

 

Já a segunda situação, deixou-me ainda mais estupefacta. Passou-se entre uma chefe, e os funcionários, também na frente de todos (neste caso, eu, que era das últimas pessoas que ainda lá estava).

A pessoa no balcão ao lado do meu levava vários assuntos para tratar e, já se sabe que, quando assim é, podemos demorar ali horas. Tal como eu que, apesar de levar um só assunto, era complicado e demorou mais que o previsto.

Quando a pessoa ao meu lado finalmente saiu, entrou uma chefe no local, que se virou para o funcionário que tinha atendido a dita pessoa e disse: "demoraste muito tempo a atender a última pessoa, uma hora e meia". Fiquei tão parva com este comentário, que nem percebi se o funcionário lhe deu resposta.

A funcionária que me estava a atender, aproveitou que a chefe estava ali, para expor o problema com o meu assunto mas a chefe, ao invés de prestar atenção, estava descaradamente a ignorá-la, preferindo prestar atenção a outra coisa.

Quando finalmente se dignou prestar atenção à colega, pouco disse para a ajudar. Basicamente, limitou-se a concordar com o que a funionária estava a dizer. Não sei se por não ter apanhado nada, ou por não saber nada do assunto.

E ainda ficou por ali a tomar conta dos funcionários, a vigiar, saindo apenas uns minutos depois.

Acho que estes ditos "chefes" deveriam vir algumas vezes para o serviço de atendimento, para perceber o que os funionários passam com algumas situações, assuntos e contribuintes que atendem, para evitar estas "bocas" desnecessárias sobre o tempo de atendimento.

Ao que parece, mais do que atender bem e resolver os assuntos, o que conta é atender o máximo de senhas, no menor número de tempo, mesmo que não resolvam nada.

E assim se percebe porque, muitas vezes, à mínima coisa, nos despacham!