Somos mais felizes quando vivemos de aparências?
Vi no outro dia um vídeo muito engraçado sobre como, muitas vezes, as pessoas tiram fotografias para publicar nas redes sociais, que não correspondem à realidade da situação que querem mostrar aos outros, que estão a viver.
E eu pergunto-me: porquê?
Serão essas pessoas mais felizes por viverem de aparências? Por enganarem os outros? Por se enganarem a si mesmas?
Vale assim tanto a aprovação dos outros para se sentirem bem consigo mesmas?
Quantos sorrisos valem cada “like”, cada “reacção”, cada “seguidor”, cada “comentário” que, a longo prazo, não se convertam em tristeza, ou pena, por nada daquilo ser verdade? Por estarem a passar a imagem e um vida de mentiras?
E se, nas redes sociais, como o facebook e o instagram, essas situações são mais frequentes e recorrentes, também na blogosfera pode acontecer, de forma mais discreta e não tão flagrante.
Por vezes, também surgem bloggers que tentam passar a ideia de uma vida perfeita ou, mesmo não o sendo na totalidade, uma vida que muitos desejariam, por certo, ter.
Cada um sabe de si, e do que quer ser ou fingir ser, tal como quem está do outro lado só acredita se, e no que quer.
Mas, para mim, não faz qualquer sentido.
Poderia ter surgido aqui como a mulher que tem a relação perfeita com o marido, uma filha com uma educação exemplar, duas gatas que são umas santas!
Com um trabalho que me realiza e um excelente ordenado que me permite uma vida folgada, cheia de viagens pelo mundo, escapadinhas de fim de semana e afins!
Como uma mulher prática, amiga do ambiente, minimalista, decidida, prendada em várias áreas, e tantas outras qualidades.
Como uma mulher extremamente organizada, a quem as 24 horas do dia chegam perfeitamente para tudo o que é preciso, e ainda sobra tempo.
Como a mulher culta, que lê os melhores livros, frequentadora assídua de espetáculos, teatro e outros eventos culturais.
Poderia ter criado a imagem que quisesse de mim, que me favorecesse em todos os sentidos, e servisse de modelo ou exemplo para quem me lê.
Mas essa… não seria eu!
Porque escolhi ser eu mesma?
Porque quero dar-me a conhecer como sou, na realidade, com as minhas qualidades, mas também com os muitos defeitos.
Porque quero mostrar que a vida não é perfeita, porque existem muitas coisas que a impedem de ser, muitas dificuldades, obstáculos, problemas, tristezas. Mas não tem que ser perfeita, para me proporcionar momentos de felicidade e alegria.
Posso não ser a pessoa que desejava ser, ou ter a vida que queria ter, mas aquilo que tenho e dou a conhecer, é aquilo que faz de mim o que sou.
E, num mundo que insiste em viver de aparências, sermos nós mesmos é um bem valioso, o nosso maior tesouro!