Testemunha de Jeová:
- A resposta a essa pergunta está na Bíblia.
Eu:
- 😲 Não me digam que já alguém morreu, e voltou para contar!
A morte é algo em que não gosto de pensar, se a isso não for obrigada.
Por muitas questões que possa colocar, sei que nenhuma terá uma resposta concreta, e que me satisfaça.
E digamos que, pensar que daqui a uns tempos não serei mais que um corpo enterrado num caixão a ser comido pelos bichos, sobrando apenas meia dúzia de ossos, e que tudo se acaba ali, que não serei mais ninguém, deixando simplesmente de existir, daria comigo em louca.
"Ah e tal, se encarássemos a morte como algo natural, não sofreríamos tanto."
A morte é algo natural (a não ser quando nos matam). Todos sabemos que vimos a este mundo de passagem e que, o que temos de mais certo na vida, é a morte. Acontece com as plantas. Acontece com os animais. E connosco não seria diferente. Mas nem por isso deixa de ser um mistério, uma incógnita, de fazer sofrer quem fica, pelos que partem. E por saber que um dia calhará a nós.
Por isso, evito pensar no assunto, esmiuçá-lo.
Mas, como é óbvio, quando nos morre alguém, é difícil ignorá-lo e, nesses momentos, agarramo-nos à possibilidade de a nossa existência ter um propósito maior que a mera passagem por esta vida.
À esperança de que os nossos entes queridos estejam em algum lugar, quem sabe à espera para nos receber um dia, embrenhados em novas missões, dando continuidade ao trabalho feito por cá.
À hipótese de, o fim, não ser o fim.
Eventualmente, consola-nos pensar que o nosso espírito reencarnará num outro corpo, e viverá novamente, ainda que, ao contrário da ficção, não nos recordemos dessas outras vidas passadas, regressando ao mundo com um livro (e memória), totalmente em branco.
Mas certezas mesmo, não temos.
Apenas suposições, desejos, crenças. E isso não me basta, de todo.