Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto
Por norma, quando falamos de filmes para os quais são feitas sequelas, ou que fazem parte de triologias, ficamos sempre de pé atrás, quando o primeiro é bom, e eleva a fasquia para os próximos.
Por norma, os seguintes, quase sempre, desiludem.
"Como Treinares o Teu Dragão" não é um filme para todos os gostos. Penso até, que com poucos fãs, quando comparado com outros filmes de animação.
Deparei-me com o primeiro por acaso. Acho que foi uma oferta. Tínhamos que escolher e calhou este. Vimo-lo em casa. Adorei!
Não sei porquê, o dragão fez-me automaticamente associá-lo à nossa Tica (na altura, ainda entre nós).
Chorei, como uma boa lamechas que sou!
Esta é uma história de amizade, e superação de limitações.
Quando saiu o segundo filme, quis ir vê-lo ao cinema.
Fomos os três. Saí da sala a chorar baba e ranho.
Para grande surpresa minha, tinha conseguido superar o primeiro.
Foi uma montanha russa de emoções, em que senti tudo o que as personagens estavam a sentir.
Esta segunda história, é um reforçar de uma amizade, que sobrevive a tudo e todos os que a querem destruir.
É um crescimento conjunto, uma evolução conjunta, dois amigos inseparáveis, a tentar proteger os seus mundos, juntos.
De repente, fico a saber que estava a caminho o terceiro filme da saga.
Com o segundo filme a superar, e muito, as expectativas, e já com tudo o que havia para a acontecer, passado nos anteriores, o que poderia este terceiro filme trazer de diferente?
Desta vez, vimo-lo em casa.
Tirando uma vez, em que as emoções ameaçaram aflorar, a primeira hora do filme foi uma total desilusão.
Dragões e vikings aos molhos, um vilão pouco convincente, nada de novo...
Mas eis que, quando eu achava que ia escapar ao mar de lágrimas habitual, o raio do filme põe-me a chorar novamente!
Porque o que acontece, é aquilo que todos nós, em determinados momentos da nossa vida, também vivemos: decisões, amar os outros e, por isso, querer vê-los felizes, mesmo que isso implique ficarem longe de nós, aprender a viver e reconhecer que o nosso valor vem de nós, e não apenas de quem nos acompanha, embora nos complemente.
É uma história de partida, de separação, de despedida, de fazer o certo, ainda que nos custe.
Mais uma vez, lembrei-me da nossa Tica.
Nesta última história, decidiram apostar numa nova personagem: a Fúria da Luz!
Ela é linda, e faz um belo par com o Fúria da Noite.
Mas, digo-vos, podiam tirar todos os restantes personagens, incluindo esta "dragoína", como lhe chamamos, que a história continuaria a fazer sentido porque, afinal, esta é a história do Hicup e do Desdentado!
Esta é a história dos pais, que cuidam dos filhos e os vêem crescer, para depois ganharem asas, voarem, e formarem as suas próprias famílias.
Esta é a história dos animais que cuidamos e, um dia, partem. Ou temos que deixá-los partir, ainda os quisessemos ter ao nosso lado, porque é o melhor para eles.
Esta é a história das amizades que, mesmo à distância, não se esquecem nem acabam, ainda que tenham seguido caminhos diferentes.
Esta é a história do amor incondicional, que nos guia para que possamos tomar as melhores decisões, não só para nós, mas também para os que amamos.
E é, também, a história sobre acreditarmos no nosso valor, nas nossas capacidades, na pessoa que somos!
Continuo a afirmar que o segundo filme foi o melhor dos 3. Porque foram emoções do início ao fim, e muito fortes.
Mas acabou por valer a pena ver o último!