Natal em África
Estreou há poucos dias, na Netflix, este filme, que poderia ser uma comédia romântica como tantas outras.
Uma mulher vê-se sozinha, numa viagem a África, que deveria ser uma suposta segunda lua-de-mel, para aproveitar o tempo a dois com o marido, agora que o seu filho foi para a universidade.
O motivo? O marido saiu de casa e quer o divórcio, porque já não a ama.
Durante a viagem, conhece alguém que vai muda a sua vida de forma surpreendente. Nada de novo, portanto.
Mas, ainda assim, vale a pena ver!
Para quem gosta de animais e vida selvagem, é impossível resistir àqueles elefantes, sobretudo os mais pequenos.
Mostra um pouco do trabalho de resgate e recuperação dos elefantes em perigo, na reserva, com outros elefantes, da evolução dos pequenos, e da devolução ao seu habitat natural, quando estiverem prontos.
Dá-nos a perspectiva de toda a logística, dedicação e meios que esse trabalho com os elefantes exige, e do quão gratificante mas, ao mesmo tempo, frustrante, pode ser.
Mas, como se sabe, eles têm “memória de elefante”, e não esquecem quem esteve lá para eles, quando mais precisavam.
Infelizmente, existem pessoas que se movem à base de interesses pessoais, e acabam por manipular todo um trabalho, e colocar em risco a vida e segurança dos animais, recorrendo a chantagem, por pura vingança.
É um filme que mostra como, ainda hoje, muitas mulheres abdicam das suas profissões, de fazer aquilo que gostam, e lhes dá prazer, para se dedicarem á família, optando por apoiar as carreiras e sucesso dos maridos, em detrimento dos seus próprios desejos e sonhos.
E de como só mais tarde, quando se vêem sozinhas, voltam a pensar em si mesmas, percebendo a forma como se anularam até então, e como desperdiçaram tanto tempo e oportunidades.
Ainda assim, mostra-nos que nunca é tarde para tentar recuperar o tempo perdido, mudar, recomeçar uma nova vida, e ser feliz.
E que, se nós queremos realizar os nossos sonhos e ser felizes a fazer o que gostamos, não devemos impedir os nossos filhos de fazer o mesmo. Pelo contrário, devemos apoiá-los. O facto de percebermos como esperámos tanto tempo para o fazer, é mais um motivo para não deixar que os nossos filhos percam anos da sua vida a fazer algo que não gostam, só porque os pais acham que é o melhor para eles.
“Natal em África” mostra-nos ainda, como temos tendência a dar valor a coisas tão insignificantes e fúteis nesta época do anos, quando inseridos num determinado meio, e como tudo isso perde a importância, aos deparamos com o verdadeiro significado do Natal: a reunião da família, a companhia dos amigos, a solidariedade, e o amor incondicional.