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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Quando as aparências contam mais que tudo o resto

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Estava a ter início o estado de emergência, quando começaram a fazer alguma coisa neste edifício.

Pelo que soube, havia um comodato à Santa Casa da Misericórdia mas, como nunca chegaram a fazer nada, o edifício voltou para as mãos da Câmara Municipal, que entendeu que era urgente a intervenção, uma vez que estamos numa zona que até tem ao lado uma igreja e um palácio históricos, e não era estético.

Além disso, era usado para fins menos próprios, pelo que era preciso cortar o mal pela raiz.

E eu pensei "Mais vale tarde, que nunca. Ao menos, que dêem um uso ao edifício". 

Assim, como podem ver, toda a frente foi pintada, as ervas do quintal arrancadas, todo o lixo retirado e, apesar de não se conseguir ver, levaram o mobiliário velho que lá havia dentro.

Para evitar intrusos, entaiparam portas e janelas, à excepção de uma lá no alto.

Só que, para já, foi mesmo só isso que fizeram.

 

 

Edifício da Misericórdia de Mafra palco de actividades marginais ...

 

Durante anos, este edifício esteve assim: degradado, abandonado, esquecido. Servia para actos de vandalismo, para morada de drogados e sem abrigo, para colónia de gatos, para depósito de lixo.

Agora, é verdade, tem outro aspecto. Está mais bonito. De cara lavada. 

Mas falta tudo o resto.

De que adianta esta bonita aparência (que mais dia menos dia tende a desaparecer), se o edifício ficar, de novo, mais uns quantos anos sem qualquer uso ou utilidade?

Só para ficar bem na fotografia? 

 

 

Imagens: Marta e jornaldemafra

Tyler Rake: Operação de Resgate

Tyler Rake: Operação de Resgate | Site Oficial da Netflix

 

Mais um filme visto no fim de semana.

Já tinha passado os olhos por ele, mas não tinha chamado muito a atenção. Entretanto, o meu marido escolheu-o para vermos.

É um filme com muita acção, onde tiros, violência e sangue não faltam, bem como muita irrealidade, a meu ver.

 

Tyler Rake é um veterano de guerra, que perdeu aquilo que mais amava na vida e, desde então, não tendo mais nada a perder, embarca com frequência em missões, muitas vezes, suicidas, à espera que uma delas lhe tire a vida, e possa ir ao encontro dos que deixou partir antes.

Enquanto isso, e entre missões, vai bebendo, praticando actividades radicais e criando galinhas!

Aliás, segundo ele, o dinheiro ganho por cada missão concluída é para as galinhas que, segundo ele, saem caras.

 

Agora, Tyler tem como missão resgatar o filho de um barão da droga, que foi raptado pelo barão inimigo. 

Só que, ao mesmo tempo que Tyler tenta levar a sua missão a bom porto, há outra pessoa interessada em recuperar o jovem e levá-lo são e salvo, sob pena de perder o seu próprio filho, caso falhe.

Quando se fala de salvar um filho, é-se capaz de tudo e, apesar de um objectivo comum, tanto Saju como Tyler vão perder tempo a boicotar-se um ao outro, acrescentando um inimigo extra a travar, como se um não fosse suficiente.

 

O filme não traz nada de novo. 

Tyler poderia ser o atípico herói de um qualquer romance da Sandra Brown. Um homem solitário, meio rufia mas que, no fundo, está do lado do bem, tem os seus princípios e valores e que, apesar de antissocial, até consegue criar ligações de afecto. E nunca desiste, até conseguir aquilo a que se propôs, por mais louco que possa parecer.

Torci um pouco o nariz à forma como um homem só, por mais treinado e em boa forma que esteja, consegue eliminar tantos inimigos ao mesmo tempo, como se tivesse meia dúzia de braços.

Ainda que, cada vez mais, vá ficando com mazelas que lhe podem dificultar a missão.

 

Por outro lado, não percebi o objectivo do filme, e da própria missão. 

Se o dito rapaz foi levado uma vez, com tanta facilidade, quem garante que, uma vez resgatado, não possa haver outra tentativa?

 

Mas será que ele chega mesmo a ser resgatado?

Terá Tyler que assumir que não consegue fazer tudo sozinho, e pedir ajuda?

Aceitará ele a proposta de sair ileso dali, e deixar Ovi entregue ao inimigo?

Ou seguirá ele o conselho de matar o miúdo por misericórdia, para que não seja torturado, já que nunca conseguirão sair dali?

 

A resposta, para quem está habituado a este tipo de filmes, é óbvia!