Quando começamos a desistir de procurar algo que não fazemos ideia onde possa estar
Num dia, temos tudo arrumadinho, organizado, cada coisa no seu respectivo lugar.
Depois, à medida que o tempo vai passando, vamos usando, tirando do sítio, e colocando depois, por falta de tempo, ou preguiça, para qualquer lado que seja prático, no momento.
E assim, ao longo de meses, e anos, lá se vai a organização.
Porque nunca há tempo para arrumar quando ainda são poucas coisas, e acabamos por acumular tudo, dificultando a missão de procurar aquilo que há muito perdemos, não sabemos onde paira, nem onde possa estar.
Procuramos num lado, mas não está.
Procuramos noutro, mas só encontramos mais confusão.
E, às tantas, perguntamo-nos se, o que procuramos, ainda existirá. E se ainda existe, se algum dia o iremos encontrar. Ou encontrar a tempo.
Por vezes, quando não fazemos ideia de onde procurar, começamos a perder a esperança, e a achar que o melhor é dar por perdido definitivamente.
Se é certo que não devemos desistir, também é verdade que essa busca indefinida nos leva a perder muito tempo, sem saber se trará o resultado esperado.
E se até encontrarmos? Em que condições estará? Poderá voltar a ser usado? Servirá ainda o mesmo propósito? Ou foi tempo perdido para encontrar algo que, de qualquer forma, já não serve?
Quem sabe só assim, aceitando que não vale a pena procurar o que podemos nunca encontrar, ou que pode não estar no mesmo estado que um dia conhecemos, possamos dar oportunidade a algo novo.
Mas fica sempre a dúvida se, tendo a sorte de encontrar, não estaria tal e qual como tínhamos deixado, apenas abafado com tudo o que tínhamos, entretanto, atirado para cima...