Nestas férias não há praia nem banhos de sol
Este ano, as férias estão a ser passadas por entre latas de tinta, rolos, trinchas e limpezas.
Todos os anos, a prioridade vai para o descanso, os banhos de sol, a praia.
Foi preciso vir um ano atípico, com um tempo estranho, e uma coragem vinda não sei de onde, para tratar de pintar a casa, que bem precisava.
Não é fácil.
Não sou pintora, nem tenho muito jeito para pinturas.
Não me ajeito muito com tabuleiros, nem com rolos metidos em cabos para pintar tectos.
Sou mais de subir de descer o escadote, com tabuleiro na mão, para ir lá ao pormenor.
E os pormenores, por vezes, dão mau resultado: quando vejo, já está a tinta a escorrer do tabuleiro para o chão!
Pelo lado positivo, tenho feito exercício às pernas, de tanto que subo e desço o escadote. E aos braços, de esfregar paredes e dar ao rolo.
Pelo lado negativo, fazer estas coisas com duas gatas em casa, é para esquecer.
Se as fecho, elas começam a esgravatar a porta para a abrir. Quando abro, andam por cima dos jornais pintados, param mesmo nos sítios onde estou a pintar, metem-se onde não devem, e arriscam-se a sair dali de pelo pintado.
Como disse acima, não é fácil, nem sai nenhuma obra de arte.
Mas dá gosto ver a transformação.
Não fica perfeito, mas fica, definitivamente, bem melhor do que estava.
E é a prova de que, quando se quer, quando há esforço e empenho, consegue-se.