Máscaras: obrigatoriedade e liberdade
"A liberdade consiste em fazer-se o que se deve e não o que se quer. Liberdade significa responsabilidade, é por isso que tanta gente tem medo dela."
Bernard Shaw
Quem me conhece, sabe que evitei ao máximo o uso da máscara.
Nunca usei quando era facultativo.
Comecei a usar nos espaços em que era obrigatório, continuando a evitar o seu uso onde ainda era permitido respirar ar puro.
E agora?
Continuo a considerar que o uso da máscara não é a solução por si só, nem um factor determinante para o controlo da pandemia.
Continuo a pensar que pode trazer outros problemas associados ao uso contínuo.
Continuo a não me sentir bem com ela posta.
E é por isso que, sempre que não tenho pessoas perto de mim, na rua, continuo a não usá-la.
Mas, a minha liberdade termina onde começa a do outro.
Por isso, sempre que estou a passar por locais onde estão outras pessoas, ainda que seja de passagem, por alguns segundos, coloco-a.
Porque eu posso não querer usá-la, mas não tenho o direito de prejudicar os outros. Mesmo que eu não acredite muito na sua eficácia, há quem acredite que a máscara protege, e a use para proteger os demais, para me proteger.
Por isso, é meu dever, retribuir esse cuidado.
Ainda hoje, li esta passagem d'"Os Maias", e faz tanto sentido no dias que correm:
"Aí está por que em Portugal nunca se faz nada em termos! É por que ninguém quer concorrer para que as coisas saiam bem... Assim não é possível! Eu cá entendo isto: que num país, cada pessoa deve contribuir, quanto possa, para a civilização."
Não só pelo uso das máscaras, mas por todos os comportamentos que o bom senso deveria ditar, mas que acabam por ficam perdidos nas intenções, ou regulados pelo egoísmo de cada um.