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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Do ano 2020 que está prestes a terminar

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Dizia eu (que gosto de números redondinhos e pares) há cerca de um ano, que estava confiante no novo ano que vinha a caminho.

Achava, sinceramente, que 2020 iria ser um bom ano, cheio de coisas positivas.

 

Pois que, apesar de estar redondamente enganada, 2020 acabou por ser um ano que ficará, sem dúvida, para a história. Um ano do qual ninguém se esquecerá, por bons e maus motivos. 

 

Foi um ano de receios, de incertezas, de desconfiança, por conta de uma pandemia que nunca pensámos algum dia viver, e que só conhecíamos dos filmes, e da História de outros tempos.

Foi um ano que nos pôs à prova.

Que nos levou a acreditar que a natureza sairia beneficiada, até percebermos que não. Que nos deu esperança que o ser humano mudasse para melhor, mas que se veio a verificar ser sol de pouca dura.

Como aquele raio de sol, que fura uma tempestade para nos enganar e acharmos que está tudo bem, para logo em seguida se esconder e o temporal vir ainda com mais força.

 

Foi um ano que testou os nossos limites, a nossa capacidade de adaptação e sobrevivência, a nossa resiliência.

Foi um ano de perdas para muitos, mas de reinvenção para outros.

 

No meu caso, posso dizer que foi um ano bom, apesar de tudo.

Não fui directamente afectada pela pandemia, quer em termos de saúde, quer em termos financeiros. Aliás, foi um ano em que consegui, finalmente, poupar alguns euros.

Não me dei prioridade muitas vezes, como tinha desejado mas, ainda assim, foi um ano em que me pus em primeiro lugar mais vezes, do que nos anteriores. 

Continuo a ter a minha família bem, e perto de mim.

Quase terminei o ano solteira, mas o vento mudou de direcção, e acabou por não nos separar.

Foi um ano que me fez estar mais certa daquilo que quero para a minha vida e, sobretudo, daquilo que não quero. Que me deu coragem, clareza.

 

Foi, decididamente, um ano de Netflix, tantas foram as séries e filmes que vi nesta plataforma!

Foi um ano de passeios pela natureza.

Foi um ano de compras online. De experimentar lojas digitais que não conhecia. E que bom é poder evitar as enchentes dos shoppings!

Foi o primeiro ano sem praia, mas o primeiro também com férias para descansar.

 

2020 foi um ano que passou ainda mais rapidamente que os anteriores, e quase nem demos por ele.

Mas, ainda assim, marcou.

E marcou-nos a todos.

Um ano que está prestes a despedir-se.

E que, apesar de tudo, irá deixar saudades.

 

 

 

"A Desordem Que Deixas", na Netflix

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Ninguém é perfeito.

Toda a gente comete erros.

Uns, mais do que outros.

Uns, maiores que outros.

Uns, pagam mais caro por eles, que outros.

E alguns, pagam pelos erros dos outros...

 

Que erro terá cometido Viruca, a professora de Literatura que, aparentemente, se suicidou, depois de vários problemas com os alunos, dos mexericos sobre si entre os seus colegas, e de uma relação conturbada com o seu ex-marido?

 

Que erros cometeu, ou poderá vir a cometer, Raquel, a professora que veio substituir Viruca, que a possam levar pelo mesmo caminho que a sua antecessora?

 

Numa história em que o antes e o depois nos são mostrados quase paralelamente, como se estivéssemos a assistir ao passado e ao presente, em simultâneo, com as personagens principais a cruzar-se e a percorrer o mesmo caminho, e a dar os mesmos passos, tudo e todos são suspeitos, e podem levar até a pessoa mais mentalmente sã, à loucura.

Sobretudo, quando há segredos a esconder, que não devem vir à tona.

E numa cidade em que, como afirma Roi, a determinado momento, "todos se conhecem, e todos se protegem".

 

O que não deve Raquel descobrir?

O que a liga, no presente, ao passado de Viruca?

Poderá Viruca ter sido assassinada? 

Quem a conheceu, afirma que ela não era mulher de se suicidar. Mas como é que, de facto, sabemos isso sobre alguém, com quem apenas trocamos meia dúzia de palavras?

Certo é que, suicídio ou homicídio, Viruca deixou a vida de todos numa autêntica desordem. E Raquel, acabada de chegar, não parece ter escapado à mesma, com a sua vida, já complicada, a tornar-se ainda mais desastrosa, à medida que os dias passam, e ela se envolve mais no mistério de Viruca, que agora a afecta directamente.

 

São vários os elos de ligação entre ambas.

Os alunos Iago, Roi e Nerea são os principais. Aqueles que mais conflitos pareciam ter com a antiga professora e que, agora, provocam com a actual.

Também Mauro, o ex-marido de Viruca, pode ajudar a chegar à verdade embora, ele próprio, possa não estar totalmente inocente. 

E até as pessoas que lhe estão mais próximas, podem estar envolvidas, e a mentir-lhe.

Em quem confiar? De quem desconfiar?

 

Ao início, poderíamos pensar que Raquel é uma mulher mais frágil do que Viruca, que não saberá como lidar com os alunos, com o fantasma da mulher que foi substituir, nem com a sua relação com o marido.

Mas talvez ela seja mais forte do que parece. E talvez ela precise de encontrar a verdade de uma história que não é a dela, para refazer, ela própria, a sua história. 

E, quem sabe, ajudar no recomeço das histórias, daqueles que a rodeiam...

 

Uma excelente série, com grandes interpretações, que recomendo!