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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Aprovação da eutanásia em plena pandemia é contraditório? Não!

Parlamento aprova Lei da Eutanásia - Mais Guimarães

 

A eutanásia foi hoje aprovada no parlamento.

Em plena pandemia.

E logo inúmeras vozes contestaram que era um absurdo. 

Que, na situação em que estamos, com a quantidade de pessoas que morrem todos os dias, devíamos lutar pela vida, e não por ainda mais mortes.

Que andamos todos a apregoar aos quatro ventos que queremos salvar os velhinhos, mas depois aprovamos uma lei que os "condena" à morte.

 

Acho que estão a confundir um pouco as águas.

Como se costuma dizer, uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa!

Cada um é livre de ser a favor ou contra a eutanásia.

Mas, sendo contra, utilizem-se argumentos válidos. Aqueles a que já se recorria antes da pandemia. Sem necessidade de, numa derradeira tentativa de boicotar a aprovação, se servirem dela para apoiar e suportar as opiniões.

 

Na pandemia, ninguém tem a possibilidade de escolher se quer viver ou morrer, morre quem não resiste ao vírus. Se calhar, se pudessem escolher, a maioria viveria...

Na eutanásia, só morre aquele que assim o desejar, e se as cisrcunstâncias permitirem tornar válido esse desejo. 

Na pandemia, morrem todos, independentemente de terem terem problemas de saúde ou serem pessoas saudáveis.

Na eutanásia, estamos a falar de um grupo muito restrito de pessoas, muitas apenas à espera da morte,  para as quais já não existe tratamento, que estão a sofrer sem que existam condições que apaziguem esse sofrimento, para as quais já não faz sentido a vida.

"A lei prevê, nomeadamente, que só podem pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável."

No fundo, na pandemia, a morte não depende de nós.

Com a eutanásia, sim.

 

Sim, é importante proteger todos, inclusive os idosos, desta pandemia, porque nem todos querem morrer.

E sim, é igualmente importante que, aqueles que assim o queiram, possam ter essa possibilidade de escolha e decisão sobre algo que só a si diz respeito, e que não prejudica mais ninguém.

 

 

Imagem: maisguimaraes

 

Ser bom aluno é quase tão bom, e tão mau, como ser rico!

wschmitz [licensed for non-commercial use only] / Características de um bom  aluno

 

Nunca sabes se os colegas se aproximam de ti porque gostam da tua pessoa, ou por interesse, porque querem copiar, ou que lhes faças os trabalhos

 

Tal como os ricos, que as pessoas identificam pelo dinheiro, propriedades, carros e tudo o mais que tenha, também o bom aluno é mais conhecido pelas notas, apelidado de crânio, sem conhecerem realmente a pessoa em si

 

Um bom aluno, aos olhos dos comuns da turma, nem sempre é visto com bons olhos, e aceite, por  considerarem, muitas vezes injustamente, que se acha melhor e mais inteligente que os outros, da mesma forma que se considera que os ricos estão num outro patamar e não se misturam com a classe média

 

Tal como os ricos que, apesar do dinheiro que têm podem ainda assim, não conhecer a felicidade, nem sempre ser bom aluno faz, desse aluno, uma pessoa feliz

 

Até mesmo os professores fazem questão de diferenciar, na forma de tratamento, tal como muita gente o faz com pessoas endinheiradas

 

E ambos acabam por se sentir, em alguns momentos, isolados.

 

Manifest, na HBO

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E se, de repente, 3 horas se transformassem em 5 anos?!

 

Se, de repente, enquanto para nós tivessem passado apenas 3 horas, para aqueles que deixámos, tivessem passado cinco anos?

Se estivessemos exactamente iguais mas, os restantes, tivessem avançado no tempo, crescido e seguido com as suas vidas, achando-nos mortos?

Se, em pouco mais de 3 horas, tivessemos perdido as pessoas que mais amamos, sem o saber?

Se, num momento, todos estivessemos juntos e, apenas com uma simples decisão, nos separássemos por cinco anos?

Se, num momento, tudo estivesse bem e, no seguinte, tudo estivesse mal mas, ainda assim, fosse o necessário para que tudo pudesase acabar bem?

Confuso? Sobrenatural? Misterioso?

Sim, tudo isso.

A fazer lembrar a série Lost. Com mais perguntas, do que respostas.

 

Comecei a ver esta série por insistência da minha filha.

Ela já me tinha falado sobre Manifest, e percebi que tinha algum mistério e fantasia a mais, algo que, se não for equilibrado, acaba por estragar.

A verdade é que são muitos os mistérios por desvendar neste mundo, nem todos explicáveis, ou para os quais não há conhecimento suficiente para explicar e, como sempre, se algo não se pode explicar, tendemos a crer que é pouco provável que exista.

Entre esses mistérios está, por exemplo, o tempo. A paragem no tempo, duas linhas de tempo paralelas, as viagens ao passado e/ou ao futuro. Na mesma linha, as premonições, os "chamamentos", o destino, algo mais forte que nós. Uma voz que não escolhemos ouvir, uma missão que não escolhemos aceitar.

Uma dádiva, ou um fardo?

Um sonho, ou um pesadelo?

Vida, ou morte?

Como encarar esta nova existência?

 

Como explicar que nos poderá ter sido dada uma segunda oportunidade que, em nada, parece melhor que a que estávamos a perder?

Como explicar que, aquilo que tornou a nossa vida um inferno, pode ser um dom, capaz de ajudar outras pessoas?

Como acreditar que tudo tem uma explicação, tudo está interligado, tudo tinha que acontecer assim mesmo?

Deus? Ciência? Tecnologia? 

 

Michaela, Ben, os seus pais, Cal, Olive e Grace iriam apanhar o mesmo avião mas, um contratempo e uma promoção inesperada leva Michaela, Ben e Cal a apanhar o voo seguinte ao dos restantes.

Assim, Grace e a filha Olive, bem como os pais de Michaela e Ben, partem primeiro. A diferença entre voos seria de apenas algumas horas.

No segundo voo, o avião apanha turbulência, mas logo volta ao normal. Ou achavam eles. Michaela tenta enviar uma mensagem ao noivo a dizer que aceita casar com ele, mas está sem rede. O avião para no meio da pista. Há polícia por todo o lado. Algo não está bem.

Afinal, todas aquelas pessoas foram dadas como mortas. Há cinco anos atrás. 

Há cinco anos que aquele avião deveria ter chegado, e não chegou.

 

Agora, aqueles que seguiram no primeiro voo, que sentiram a passagem do tempo, e tiveram que lidar com as perdas dos familiares, têm agora que lidar com o regresso destes, vivos, numa vida onde talvez não haja espaço para eles.

Grace tem outra pessoa, ainda que não tenha coragem de contar ao marido, Ben. A filha de ambos, Olive, é uma adolescente, enquanto o irmão gémeo, Cal, continua igual.

Michaela fica a saber que o seu noivo, Jared, casou com a sua melhor amiga. E que a sua mãe morreu de cancro.

Como assim? Como aconteceu tudo isso em apenas 3 horas. Pois, não foram 3 horas, mas 5 anos!

Numa história em que ninguém é culpado das circunstâncias em que agora se encontram, não será fácil gerir passado e presente.

Quanto ao futuro, esse está reservado para todos os passageiros daquele maldito/bendito voo 828 que, agora, têm grandes desafios pela frente, causados pelo fenómeno sem explicação, de que foram vítimas.

Resta saber se isso vai ajudá-los e ajudar terceiros, dali em diante, ou se ainda vai trazer mais confusão e caos às suas vidas.

Será, esta uma verdadeira segunda oportunidade, no sentido positivo? Ou uma vida ainda pior que a anterior, que nunca desejariam para si, se tivessem podido escolher? 

 

 

Winter days

Precisava mesmo de sair de casa.

De apanhar ar fresco.

Para ver se a dor de cabeça, que se começava a instalar, ia embora.

 

Não chovia.

Tinham ficado umas coisas por comprar e, assim, aproveitei para fazer compras, dar um "passeio higiénico" e terapêutico, e apreciar aquilo que, com a pressa, quase nem vejo pelo caminho.

Aqui ficam as fotos de um dia de inverno!

 

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Estreou a 4ª temporada de The Good Doctor

e os dois primeiros episódios foram dedicados à Covid-19

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Sim, ando alguns meses atrasada!

A verdade é que a 4ª temporada da série The Good Doctor já estreou em Novembro, no AXN.

Mas só este fim de semana, e por mero acaso, enquanto me preparava para ver uma outra série (também ela descoberta com atraso), é que me apercebi que já tinha cerca de 8 episódios desta nova temporada gravados! 

 

E não poderia ter começado da melhor forma, com os dois primeiros episódios a abordar a pandemia que vivemos na vida real - a Covid-19.

Sim, já estamos fartos da pandemia. A nossa vida já está toda virada do avesso por conta dela. Já temos o suficiente, para ainda termos que levar com ela na ficção.

Mas, talvez através da ficção, algumas pessoas tomem outra consciência do que a pandemia provoca, não só a quem está deste lado, mas também através dos médicos e enfermeiros que estão do lado de lá.

 

Esta foi a primeira produção de ficção que vejo a abordar o tema. Não sei se já existem outras.

Na série, a pandemia parece ultrapassada (ou pelo menos controlada), ao fim de menos de 20 semanas.  Infelizmente, a realidade é muito diferente, e já devemos ter passado as 52 semanas, sem previsões de melhorias.

Apesar das várias medidas implementadas naquele hospital, pareceu-me que, ainda assim, andava tudo ainda relativamente descontraído, até mesmo em questões simples como o uso da máscara que, em vários momentos, tiravam para falar com os familiares dos doentes. Não me parece que a realidade seja assim.

 

Foram apenas dois episódios. Que bastaram para passar a mensagem, e deixar o apoio e apelo ao respeito por todos os profissionais de saúde, e outros que se mantêm a zelar para que os restantes possam ficar protegidos.

Vemos a facilidade com que um simples gesto, do dia a dia, pode contribuir para disseminar o vírus. O desconhecimento sobre a doença, ao início, e a facilidade com que se fazem falsos diagnósticos e triagem, podendo colocar outras pessoas em perigo.

Vemos o receio, a impotência. O stress pela distância dos que amamos, para sua protecção. O stress pela proximidade forçada a que as pessoas não estavam habituadas, e os estragos que podem fazer nas relações.

Vemos pacientes ligados a ventiladores. Quase sempre, precedidos da morte. A despedida das famílias por telemóvel.

Pessoas que, aliadas à Covid-19, têm outras doenças que complicam todo o quadro, e a recuperação.

Mas também vemos doentes que recuperam, que se salvam, que saem do hospital, sob aplausos que celebram a vitória sobre o vírus.

Vemos esperança!

 

A série questiona "How do you heal a world turned upside down?", ou seja, como curamos um mundo virado do avesso?

Fazendo a nossa parte. E deixando os outros fazerem a sua parte. Penso que ainda estamos a aprender, a cada dia, como fazê-lo. 

E, tal como um médico não desiste de tentar tudo o que for possível para curar um paciente, ainda que o resultado, no fim, seja a sua morte, também nós não podemos desistir de tentar "curar" este nosso mundo, que neste momento está de pernas para o ar, a piorar em vez de melhorar, mas que sem a nossa luta, provavelmente, nunca se restabelecerá.

 

Voltando à série, e ultrapassando a pandemia, vamos continuar a ter tudo aquilo a que mesma já nos habitou: ultrapassar o passado, lidar com o presente, manter a pensamento positivo, e fazer a vida valer a pena.

Com decisões difíceis de tomar, novos membros na equipa para ajudar, e para ser ajudados, e as mesmas "disputas" de sempre entre os mais antigos.

Com inseguranças, com aceitação, com escolhas.

 

E, para quem, como eu, ficou chateada com a morte de Neil Melendez, ele vai aparecer no início desta temporada, em modo "fantasma", para uma despedida a sério, de todos nós, e de Claire!

 

 

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